quarta-feira, 29 de outubro de 2014
A DEMOCRACIA VENCEU O ÓDIO E A INTOLERÂNCIA
Dia 26 de outubro de 2014, o povo brasileiro participou, de forma livre
e democrática da sétima eleição geral, após, a redemocratização do país em
1988.
Nessa
eleição dois projetos políticos distintos se apresentaram ao povo brasileiro:
de um lado o Trabalhismo, representado pela candidata Dilma Rousseff (PT) e do
outro o Neoliberalismo, defendido por Aécio Neves (PSDB). Porém, o debate sobre
essas ideias, foi sucumbido e encoberto, propositalmente, por uma saraivada de
denúncias e factoides midiáticos e lamentáveis discursos carregados de ódio
tacanho, intolerância e todo tipo de preconceito, aliás, “nunca na história
deste país”, ficou tão evidente o preconceito das elites conservadoras.
Apurados
os votos e anunciados os resultados das eleições, os Partidos Políticos e os
analistas de plantão se apressaram para analisar os números e identificar os
responsáveis pela vitória e pela derrota, com uma particularidade: o trabalho
extrapolou todos os limites de civilidade, pois, assim como ocorrera durante a
campanha oposicionista, certos analistas enveredaram-se pelas opiniões
preconceituosas e carregadas de ódio, além do que, muitos tentam incutir na
opinião pública a falsa e perigosa ideia de que o país está dividido ao meio.
A
maior prova de uma análise preconceituosa, baixa e repudiável, veio do
asqueroso jornalista, Diogo Mainardi que no programa “Manhattan Conection”, da GloboNew, ao analisar o
resultado das eleições responsabilizou o povo nordestino pela derrota do seu
candidato Aécio Neves:“...o Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi
governista, sempre foi BOVINO, sempre foi subalterno em relação ao poder,
durante a ditadura militar, depois com o reinado do PFL e agora com o PT. É uma
região atrasada, pouco educada, pouco construída que tem uma grande dificuldade
para se modernizar na linguagem. A imprensa livre só existe da metade do Brasil
para baixo. Tudo que representa a modernidade tá do outro lado”.
Se
não bastasse o preconceito, a oposição raivosa e alguns analistas tentam,
também, deslegitimar a vitória de Dilma
com o pérfido argumento de que o país foi dividido entre as regiões do
Norte e Nordeste e as regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. O jornal “O Globo,
por exemplo, afirma que o país está dividido entre os que produzem e pagam
impostos e os beneficiários de programas sociais. Balela! Basta confrontar os
números do para se chegar à outras conclusões.
A
Presidenta Dilma teve 54,5 milhões de votos, destes 54,82% vieram das regiões
Sul, Sudeste e Centro-oeste, e 45,08% das regiões Norte e Nordeste. Ademais, na
região Sudeste, Dilma venceu nos dois dos três maiores colégios eleitorais,
Minas Gerais (52,4%) e Rio de Janeiro (54,9%), ou seja, na terra natal de Aécio
e na sua terra adotiva.
No
caso do jornal “O Globo”, o argumento é mais falso ainda! São Paulo é o Estado
com o maior número de beneficiários do “Bolsa Família”, no entanto, Dilma foi
massacrada naquele Estado.
Aliás,
comentando esses números e as maldosas análises citamos um texto do blog
MudaMais:”...A vitória de Dilma foi a vitória do povo
brasileiro em toda a sua abrangência, diversidade, pluralidade, regionalidades.
Ainda que Dilma não tenha vencido em todas as regiões do país, é equivocada a
leitura de um país dividido por região ou por renda – leitura essa que prega
certo ódio e um sentimento antidemocrático...”
Mas,
malgrado todo o chororô, temos, ainda, de conviver com o desespero de políticos que estão pregando um
“terceiro turno”, ou seja, um golpe, como é o caso de José Aníbal do PSDB/SP
que em seu Twitter escreveu: “Lacerda dizia de Getúlio: Não pode ser candidato!
Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse
não pode governar”. Será uma ameaça?
Portanto, mesmo respeitando as lamúrias
oposicionistas/udenistas, a análise que fica dessa eleição é que a vitória de
Dilma Rousseff, numericamente foi pequena, mas politicamente, foi gigantesca,
pois, ela venceu, não apenas, o candidato da direita, Dilma venceu os sistemas econômico e financeiro, os
barões da mídia, a intolerância e a elite mais conservadora e preconceituosa do
país. Venceu a democracia!
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
ELEIÇÃO 2014: O NEOFASCISMO SAI DA TOCA
Estamos
participando de mais uma eleição polarizada entre o PT X PSDB, ou seja, estão
em disputa dois Projetos distintos: de um lado o Trabalhismo e de outro o
Neoliberalismo. Porém, esse debate está sendo sufocado por setores fascistas da
sociedade e pela “mídia nativa” para favorecer Aécio Neves.
Esse
premeditado desvio de confrontos de ideias, despertou o que de mais reacionário
temos na política brasileira. O preconceito, a intolerância e o ódio ao PT e às
minorias se tornaram palavras de ordem na boca desses neofascistas tupiniquim
que encontram na mídia o seu grande aliado.
Um
dos primeiros atos de intolerância e ódio aconteceu durante as manifestações de
junho, com o surgimento dos “Black Bloc”. Depois ocorreu na abertura da Copa do
Mundo, quando a elite cheirosa tomada de cólera e numa das
cenas mais dantesca e patética de 2014, começou a xingar a Presidenta, dizendo:
“Dilma vai tomar no c..”.
Após
esses atos, já no calor das eleições, coube ao “doutor” FHC destilar o seu
veneno preconceituoso. Em entrevista, o ex-presidente disse:“...Essa caminhada
do PT dos centros urbanos para os grotões é um sinal preocupante do ponto de
vista do PT porque é um sinal de perda de seiva ele estar apoiado em setores da
sociedade que são, sobretudo, menos informados”.
Nessa mesma linha raivosa e preconceituosa, uma comunidade com quase
100 mil usuários denominada “Dignidade Médica”, chegou, também, ao limite da
intolerância. As postagens do grupo pregam "castrações químicas" contra
nordestinos, profissionais com menor nível hierárquico, e propõe um
"holocausto" entre os eleitores petistas.
Depois
desses fatos, multiplicaram-se os casos de intolerância e comentários
preconceituosos e raivosos. Em São Paulo o
cadeirante Ênio Rodrigues foi agredido e ameaçado por portar uma estrelinha do
PT e adesivo da Dilma. No Rio de Janeiro o artista, Gregório Duvivier, que
declarou seu voto a Dilma, foi insultado e ameaçado em um restaurante. Se não
bastasse, o decadente e covarde ator Dado Dolabella, disse a Duvivieré: “...na
boa, alguém que fala estou com Dilma, para mim, soa tipo: estou com ebola.
Digno de pena e reclusão da sociedade. Um marginal”.
Recentemente,
outro caso de ódio chamou atenção. Dessa feita, foi contra a Presidenta Dilma
que após sofrer uma hipoglicemia
depois do debate do SBT, foi insultada de maneira chula pelo médico gaúcho, Milton Pires que
postou em seu Facebook o seguinte e abominável comentário: “Tá passando mal? A
pressão baixou??? Chama um médico cubano, sua filha da puta!” Esse médico é
especialista em terapia intensiva e trabalha no CTI do Hospital Nossa Senhora
da Conceição, em Porto Alegre. Se esse médico, ou melhor, monstro, chegou a
esse ponto de rancor, imagina se no seu plantão, descobre que um paciente é
Petista?
Mas
esse desprezível comentário sobre a Dilma não ficou apenas por conta desse
ignóbil, pois, até Aécio Neves, de maneira covarde, debochada e hipócrita falou
por telefone à Marina Silva: “Deu
o desespero. Viu que ela passou mal?”.
Para fechar com
chave-de-ouro coube ao ex-governador, Alberto Goldman (PSDB/SP), destilar seu
veneno preconceituoso e golpista. Disse o Tucano: "O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos
seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e
da tecnologia essa é, de fato, a elite
brasileira – rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata...Dilma não
teria condições de governar o Brasil".
Refutando Goldman, o jornalista Breno
Altman, escreveu: “...isso quer dizer que os votos dos brasileiros que ganham
menos de dois salários mínimos, entre os quais Dilma teve 52%, vale menos que a
elite brasileira identificada pelo ex-governador?...Esse discurso não é apenas
antidemocrático. Apela também para o preconceito social e a fúria de classe
contra os pobres...Será que ele prega o voto censitário? O que pensa parece
inspirado no que foi escrito sobre Getúlio Vargas no anos 50. Dilma não pode
vencer. Se vencer, não pode governar. Se governar tem que cair".
Diante
de toda essa barbárie, resta-nos rechaçar, de maneira veemente, essas atitudes
fascistas da campanha de Aécio Neves que vem pregando o ódio, o preconceito
social, o racismo e a homofobia. A vitória dessas forças
reacionárias conjugada com um Congresso conservador poderá recrudescer, ainda
mais, esses atos de intolerância resultando em sérios riscos ao estado
democrático de direito. Realmente assiste razão ao Nélson Rodrigues: ”os idiotas perderam a modéstia e os
agressores, de alma fascista, agora saem da toca”.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
NOSSA SOLIDARIEDADE AO "ARRETADO" JORNALISTA, XICO SÁ
Pelo exemplo profissional reproduzimos abaixo a corajosa Nota do jornalista Xico Sá:
NOTA
AOS LEITORES E AMIGOS
Caríssimos
amigos & leitores, pretendia nem mais falar desse assunto, mas devido à
forma como se alastrou –rizomáticos riachos e riachinhos delleuzianos & gonzaguianos
em busca do velho Chico em anos de bom inverno no Navio e no Pajeú-, creio que
devo alguma satisfação na praça, além dos "pinduras" morais e
existenciais de sempre. Valha-me meu bom Deus, viver é dívida, canelada e
dividida de bola.
Como
só os galãs vencem por nocaute, procurarei, mal-diagramado por natureza que
sou, triunfar nessa luta por pontos, minando, nas cordas do ringue ideológico,
vosso juízo emprenhado pelas redes sociais. Vamos lá;
1) Não há herói
nenhum nesse episódio. O máximo que chego é a anti-herói macunaímico ou ao João
Grilo do cordel teatralizado pelo bravo Suassuna. E olhe lá, e olhe lá, amiga
Karina Buhr, eu só quero tocar meu tamborzinho cósmico.
2)
Como já informaram alguns sites, pedi demissão do meu posto de colunista (do
caderno de Esportes) da Folha, jornal com o qual mantenho uma velha relação de
duas décadas, entre idas e vindas, furos, erramos assumidos variados,
pés-na-bunda de ambas as partes, grandes momentos, crises profissionais e
esticadas D.Rs (discussões de relação) gutenberguianas.
3)
Eis que na sexta-feira, 10/10, mandei a coluna em cima da hora, só para variar.
Nas linhas tortas -o velho Graça me entenderia nessa hora, embora corrigisse a
minha escrita adjetivosa-, tratava do Fla-Flu eleitoral, defendia que os
jornais saíssem do armário –como as publicações americanas- e tecia queixas à
cobertura desequilibrada da Folha e da imprensa no geral. E repare que a Folha,
senhoras e senhores, é bem melhor em se comparando aos outros jornalões, vide
grande revelação do aeroporto privado de Aécio e o mínimo questionamento do
choque de gestão nas Gerais, esse fetiche econômico insustentável até para a
Velhinha de Taubaté do meu amigo Veríssimo.
Bem,
como eu ia falando, defendia na coluna que os jornais assumissem suas
explícitas posições, donde encerrei o desabafo gonzo-lírico-político usando o
direito de declarar minha preferência pela Dilma.
4) A direção do jornal
entendeu que o texto feria um dos princípios da casa; o de não permitir fazer
proselitismo político ou eleitoral em favor de nenhum candidato. Sugeriu,
civilizadamente, que alterasse o texto. Prosa vai, prosa vem. Refleti e mantive
a escrita. Argumentei que outros colunistas, de alguma forma, feriam o
princípio interno, no que me acho prenhe de razão, né não? Ou seriam textos
inocentes?
5) Finquei pé, mais honra do
que birra, pantins e queixumes. A direção do jornal sugeriu que eu poderia
publicar, porém na página 3., na segunda-feira. É a página de "tendências
& debates", na qual convidados, não gente da casa, manifesta
livremente suas opiniões, inclusive de voto. Migrar para um espaço de
"forasteiros" não me fez a cabeça, não achei que fosse a solução para
o impasse. Qual o faroeste dos irmãos Cohen, achei que também teria o direito
de ser, pelo menos um dublê, à esquerda, dos caras que botam para quebrar nas
suas colunas da Folha. O faroeste moderno se chama "Onde os fracos não têm
vez".
6)
Daí o meu pedido de desligamento como colunista do jornal, função que exercia
na figura de PJ (pessoa jurídica mediante nota fiscal), não como funcionário
contratado pelo grupo Folha.
7)
No dia seguinte, não mais na condição de colunista, soltei uma saraivada de
posts de escárnio e maldizer nas redes sociais, em um espasmo de ira &
lirismo que defini, no twitter, como um manifesto gonzo-político livremente
inspirado na minha atual releitura de Hunter Thompson e na memória do genial
Nezinho do Jegue, personagem de "O Bem Amado", do baiano Dias Gomes,
que, uma vez alcoolizado, insultava a humanidade. Eis um direito divino,
dionisíaco, um direito dos malucos, além muito além de todas as Constituições,
como diria o gênio-mor Antonin Artaud e seu duplo.
8)
Um dos posts dessa performance dionisíaco-tuiteira-brizolista, meu caro e amado
Zé Celso, vociferava também contra os petistas, considerando que não desejava o
(inevitável e irrefreável) uso da minha opinião como propaganda oficial.
"Phueda-se o PT", com PH e tudo,dizia este monstruoso cronista.
Relembrava que o governo do PT e de todas as siglas da sacanagem alfabética têm
que ser investigados sim. Meu reclamo é/era pontual; por que só os caras de um
lado são responsabilizados pela história universal da infâmia e ninguém
publica, para valer, o "rebuceteio" –para usar um clássico da
pornochanchada nacional- do outro lado da suruba pornô-política, querido
Reinaldo Moraes?
É
muito desequilíbrio. É praticamente jornalismo de campanha. Não cobertura.
9)
O pedido de demissão. Finalmente explico. Mais demorado do que a declaração de
voto da queridíssima Marina, que infelizmente esqueceu a nova política na qual
eu caí feito um patinho de primeiro turno na lagoa Rodrigo de Freitas.
A
demissão. Suspense à Hitchcock.
Vixe.
Volver a los 17, como cantaria Mercedes Sosa, a quem escuto ao fundo dessa
escrita, alternando com Nação Zumbi, óbvio. Volver à minha pobre coluneta do
caderno de Esporte da Folha. Defendi meu patrimônio imaterial único e
universal, quase um sufrágio, meu direito, daí o finca-pé que resultou no meu
pedido de afastamento do universo folhístico.
Ingenuidade
achar que, em período de extremada passionalidade e justíssima crítica ao
desequilíbrio na cobertura da "imprensa burguesa" (outro termo
vintage comuno-anarquista usado e abusado nos meus posts com toda sinceridade
desse mundo) neguinho não fosse compartilhar essa bagunça barroca toda, agora
falo com meu irmão Wally Salomão, para o que der e viesse. Rede social é como
aquela parada bíblica do olhai os lírios do campo, eles não tecem, eles não
fiam...
10)
Enfim, o resto é barulho, mas creio que narrei, com alguma vantagem pessoal
comum aos narradores de primeira pessoa, a onda toda –ai de mim, amigo Walter
Benjamin! Donde reafirmo, não há heroísmo algum além de uma refrega dramática
de um velho cronista, talvez um pouco ultrapassado e dionisíaco, com la prensa
burguesa, reafirmo o clichê da velha bossa, afinal de contas renascemos sempre
num Cocoon metafísico de águas imaginárias e milagrosas.
Como diria, agora meu brother
Arnaldo Baptista, quero voltar pra Cantareira.
Deus abençoe os velhos e as
crianças, eis meu dizer sobre essa confusão toda que eu achei tão normal como
falar do seu candidato no boteco da esquina, era assim na vida antigamente.
Por
que isso virou tão chato e eu não posso?
Justo num texto tão babaca,
defendendo uma candidatura que só consegue ser mil vezes melhor do que Aécio
mesmo. Afinal de contas essa peleja é um W.O. da porra. Ou deveria ser para
quem tivesse juízo.
Ah,
cadê a dialética do esclarecimento das espumas flutuantes dos mares de cerveja,
viejo Wander Wildner?
Aliás,
por que eu não poderia escrever aquele texto babaca, aliás eu tenho sido um
péssimo cronista, tanto de amor como de futebol, preciso me reciclar, reler
todo o Machado de Assis, ele me ensina, também relatei isso aos meninos folhais.
Eu careço ouvir todo Jards
Macalé, meu ídolo. Esse episódio cá Folha, aliás, não é político, é ridículo se
pensamos na grandeza da vida. As folhas das folhas da relva, menino Holden, é o
que doravante me interessa como razão de viver debaixo de uma árvore ou sob o
guarda-chuva moral dos caras que viram polícia do texto sem saber que uma
besteirinha de nada pode virar idiotice e totalitarismo.
Agora voltei de vez para
"O Apanhador...", mas, juro, me perdõe, pela confusão toda com o
jornal, com as redes sociais e qualquer coisa. Como dizia Holden, "gosto
de Jesus e tudo, os apóstolos é que são uns chatos."
terça-feira, 7 de outubro de 2014
INSTITUTO DE PESQUISA ELEITORAL É CASO DE POLÍCIA!
As eleições são símbolos da democracia, porém, esse tipo de organização
política só atinge a metade da população mundial.
Há historiadores que acreditam que o período e lugar onde se deu os
primeiros pleitos foram com os Druidas e Sacerdotes na escolha de seus líderes
políticos, mas na prática as eleições surgiram na cidade-Estado de Atenas, no
século 5 a.C.
Segundo o TER/MG a primeira eleição que se tem
notícia no Brasil “aconteceu em 1532, para a organização política das vilas de
São Vicente (litoral de São Paulo) e de Piratininga (atual cidade de São
Paulo)”.
Após a Proclamação da República tivemos
trinta e uma eleições para a escolha do nosso Presidente da República, sendo
oito pleitos indiretos e o restante das eleições diretas.
Com as eleições sugiram os Institutos de
Pesquisas. O primeiro que se tem notícia no Brasil é o Instituto de Opinião
Pública e Estatística (IBOPE), criado em 1942 pelo radialista Auricélio
Penteado da Rádio Kosmos e Arnaldo da Rocha e Silva. Hoje temos Brasil vários
institutos espalhados pelo país.
De acordo com Mário Ferreira Neto, Mestre
em Matemática e Especialista em Matemática e Estatística pela UFLA, a
pesquisa eleitoral para ser bem sucedida é imperioso que ela tenha “uma boa metodologia de amostragem, boa coleta dos dados, uma
análise e avaliação adequada dos resultados, sobretudo realizar uma apuração
matemático-estatística correta sem qualquer manipulação ou artifício matemático
e estatístico dos resultados das intenções de votos pesquisadas”.
No
entanto, os institutos, com raras exceções, não agem com essa lisura, ou por
falhas metodológicas, ou porque são reféns dos contratantes, como por exemplo,
a mídia que para defender seus interesses financeiros/ideológicos faz com que
os institutos manipulem as pesquisas, aliás, essas eleições de 2014 demonstram
a presença desses dois fatores.
Com relação às falhas metodológicas
buscamos na análise do jornalista, Luciano Martins Costa a explicação, por
exemplo, do que ocorreu na eleição presidencial. Diz o jornalista: “...Nem o Ibope, nem o
Datafolha, chegaram sequer perto de detectar a maré de adesões que levou o
candidato do PSDB, Aécio Neves, ao segundo turno. O conservadorismo do
eleitorado paulista superou a desconfiança que o ex-governador de Minas sofre
em seu próprio estado...Por que os pesquisadores não conseguiram detectar o
crescimento da onda conservadora que se ergueu por trás da proposta de mudança?
Talvez os analistas estivessem ocupados demais em provar suas próprias teses e
não perceberam que a polarização nunca deixou o campo do jogo”.
Já com relação à manipulação, há vários
casos espalhados pelo país, como por exemplo, o que ocorreu com o candidato ao governo de São
Paulo, Padilha (PT) que foi colocado de lado pelas pesquisas; Flávio
Dino(PCdoB) que ganhou as eleições do Maranhão, mas sofreu com as manipulações das
pesquisas; Crivella(PR) do Rio de Janeiro que também foi prejudicado pelas
pesquisas, mas foi para segundo turno; e o caso mais gritante a vitória na
Bahia do PTista Rui Costa, no primeiro turno, quando os institutos deram
como certa a vitória do Paulo Souto (DEM).
Quanto ao segundo turno, concordamos com a análise do
jornalista Luciano Martins Costa, que disse: “...não se pode adivinhar para onde
penderá o eleitorado, mas neste espaço onde se observa o comportamento da mídia
pode-se afirmar que o segundo turno da eleição presidencial deverá registrar o
melhor do pior que a imprensa é capaz de produzir. O editorial do Estadão,
declarando explicitamente o voto em Aécio Neves, é uma espécie de salvo-conduto
para o vale-tudo que vem aí”.
Portanto,
e frente a tudo isso, chegamos a seguintes conclusões: primeiro, há um nítido
complô da mídia, dos institutos de pesquisa e da direita conservadora para
impedir, a todo custo, a vitória de Dilma Rousseff; segundo está claro à
necessidade se aprimorar a legislação que regula as pesquisas de opinião
pública no Brasil, pois, sabemos de sua influência junto à maioria do eleitorado;
e por último, os institutos de pesquisa necessitam aperfeiçoar suas
metodologias, mas há outros institutos, que o caso é tipicamente de Polícia!
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
“VEJA” MENTE SOBRE O PT, MAS TSE DESMENTE A “VEJA”
"A mídia se assim deseja sabe ser cruel ao
extremo" (Helen Françoise)
Não precisa ser um especialista para observar
que a “mídia nativa”, capitaneada pela revista “Veja” é o grande Partido de
oposição no Brasil. E essa verdade, em época de eleições se aflora, ainda mais,
e de maneira gritante, para não dizer nojenta.
Evidente que essa constatação não significa que
somos contra os meios de comunicação, ao contrário, somos um combatente defensor
da imprensa livre, independente e investigativa, no entanto, não podemos negar
que tudo estamos vendo, lendo e ouvindo nesses últimos 12 anos, é uma imprensa
meramente declaratória, especialmente, com relação à cobertura política.
Nessas
eleições de 2014, novamente, estamos assistindo o bombardeio da imprensa contra
a candidata Dilma, e isso não é mero chororó ou uma questão ideológica, é
estatística, basta o amigo leitor acessar o sítio http://www.manchetometro.com.br que foi criado pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, para verificar essa
afirmativa da postura partidarizada da mídia.
Nessa última semana, por exemplo, a
candidata Dilma Rousseff foi surpreendida com mais um factoide criado pela
revista “Veja” com a matéria intitulada “PT sob chantagem”, com objetivo claro de tentar prejudicar a campanha PTista. Porém,
diferentemente, do que acontece no dia-dia, no período eleitoral, o candidato
tem o direito de resposta quando for ofendido ou quando lhe imputar denúncia
sem prova, mesmo quando veiculada pela imprensa. E foi exatamente isso que
ocorreu contra a matéria da “Veja”. O TSE decidiu, por unanimidade, o direito
de resposta à candidata Dilma, resposta essa que sairá na edição do dia
04/09/2014, da revista “Veja”, ou seja, um dia antes das eleições.
O relator do Processo Ministro Admar Gonzaga, assim se manifestou: “(…) Se aquele que supostamente recebeu os dólares não quis se
manifestar, de que forma a representada [Veja] conseguiu a fotografia das
cédulas que, taxativamente, afirmou terem sido utilizadas para pagamento da
chantagem? A revista não explica (…) Percebe-se que a representada não trouxe
elementos consolidadores das informações e das ilustrações exibidas,
circunstância que transforma o seu conteúdo em ofensa infundada, porquanto
desconectada da trama descrita (…)”.
A revista “Veja” em sua defesa alegou que o
direito de reposta ofende a liberdade de expressão, alegação devidamente
desmontada pelo Ministro Teori Zavascki: “(…) Acho que é
equivocado contrapor o direito de resposta ao direito de liberdade de
expressão. Pelo contrário, o instituto jurídico do direito de expressão, tal
como plasmado na Constituição, é composto também pelo direito de resposta. É
assim que está estruturada a liberdade de expressão na nossa Constituição.
Direito de resposta não significa punição, não significa uma limitação à
liberdade de expressão (…)
Neste mesmo sentido o Presidente do TSE, Dias Toffoli, concordou: “(…) Não é permitido ir para a calúnia (…)
Não há manifestação de comprovação desses fatos. De tal sorte que realmente [a
reportagem de Veja] transbordou para a ofensa”.
Portanto, com essa decisão corajosa e
fundamentada do Poder Judiciário, estamos diante de um forte embasamento da
necessidade de uma Lei de Médios que, entre outras coisas, garanta o direito de
resposta a qualquer cidadão que se sinta ofendido ou caluniado pela imprensa.
Por outro lado, esse julgamento demonstra, de forma clara, o papel
partidarizado e nefasto da “mídia nativa” na cobertura das eleições de 2014.
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