quarta-feira, 28 de maio de 2014
RONALDO, NÓS É QUE TEMOS VERGONHA DE VOCÊ...!
"Nem a contradição é sinal de falsidade nem a
falta de contradição é sinal de verdade". (Blaise Pascal)
Aliás,
o garotão propaganda da Rede Globo e de Aécio “Never”, além de traíra e
demagogo, é contraditório, pois, nessa mesma entrevista disse:”...posso dizer
que em todas as outras Copas do Mundo houve muito atraso. Em 2006, a Alemanha,
que é primeiro mundo, não entregou um estádio para a Copa das Confederações e
acabou fazendo o torneio com um estádio a menos. Isso não é um problema. Dá-se
um jeito. Mas os atrasos que eu acho que são uma grande pena para o nosso povo
são os que acontecem em infraestrutura, em aeroportos e em mobilidade
urbana....”
“Nunca antes na história desse País” um
evento da grandeza de uma Copa do Mundo foi tão achincalhado pela “mídia
nativa” e por setores conservadores como esse mundial no Brasil. Aliás, nesse sentido o grande Cientista Político,
Wanderley Guilherme, assinala:”...o imenso planejamento das benfeitorias que serão
deixadas pela Copa, muitas das quais já operando, foi até aqui esmagado por uma
das mais estúpidas campanhas jamais patrocinada pelo conservadorismo oposicionista
e uisquerdóides de todos os tempos...”
A
explicação para esse bombardeio midiático é simples e têm dois motivos: o
primeiro é político, pois, os neolacerdistas pensam que o fracasso dessa Copa
será a redenção para a oposição raivosa; o outro motivo é o “complexo de
vira-latas” que é inerente aos colonizados que compõe às forças conservadoras
do país, incluindo aqui, figuras de “peso”, como por exemplo, Ronaldo Luís Nazário de Lima, o Ronaldo “Fenômeno”, membro do
Conselho de Administração do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da
FIFA.
O
craque do futebol, e agora da demagogia, cumprindo o seu fiel papel de
porta-voz das elites não hesitou em mudar de lado. Deu um drible no COL, e
durante uma entrevista politizou e afirmou que tinha vergonha de ser
brasileiro, dizendo ainda, que pretende morar fora do Brasil, e como
empresário, investirá no exterior. E finalizou declarando seu voto no amigo
Aécio Neves.
Diante
dessa posição de Ronaldo, podemos abstrair três coisas: primeiro, como bem
assinalou o Ministro Aldo Rebelo, “...ter vergonha do país não é algo
que alguém que tem responsabilidade pública possa dizer”; segundo, ao afirmar
que vai embora do Brasil, Ronaldo está prevendo a derrota do seu amiguinho
playboy, Aécio “Never”; terceiro, demonstra que o seu oportunismo como
centroavante agora é utilizado de maneira suja, antiética e a favor da
“viralatice” tupiniquim, e finalmente, mostra a sua total ignorância, pois,
qualquer cidadão de mediana inteligência sabe que as obras de infraestrutura
que não foram concluídas a tempo da Copa, serão continuadas e entregues ao povo
brasileiro.
Aliás,
com relação a essa entrevista de Ronaldo vale citar o jornalista, Davis
Sena:”...Nada mais coxinha, nada mais patético e colonizado. Nada mais
subserviente e subalterno do que o pensamento e as intenções do Ronaldo.
Contudo, ele apenas, e aposto que não sabe disso, retrata a
"viralatice" de milhões de brasileiros inquilinos das classes médias
tradicionais e ricas....Aqueles que se olham no espelho e se lamentam todos os
dias por terem nascidos brasileiros. São os narcisos ao avesso ou às
avessas...”
Ademais,
nos parece que Ronaldo não é a pessoa mais indicada para criticar a Copa do
Mundo ou para falar de corrupção, basta lembrarmos a sua íntima amizade com o
gangster, Ricardo Teixeira. Outro fato que nos chama atenção é o gritante
conflito de interesse entre sua empresa e o COL. Não podemos nos esquecer,
também, que a “9ine” é preposto (laranja) da gigante empresa de comunicação
inglesa, a WPP, ligada ao escândalo do "Valerioduto", além de que, o “Fenômeno”, como membro do
COL, é também responsável pela organização da Copa. E tudo isso, sem contar o
péssimo exemplo de sua vida particular.
Assim,
e longe do ufanismo de alguns, e tampouco, do pessimismo de outros, podemos afirmar,
que mesmo diante dos problemas relacionados às obras
o legado do Mundial já está garantido aos brasileiros, fato também, é que o
Brasil realizará uma inesquecível e
grandiosa Copa do Mundo. Quanto ao
“Fenômeno” só nos resta lamentar e dizer: Ronaldo, nós é que temos vergonha de
você..!
terça-feira, 27 de maio de 2014
O PAVOR DOS ABASTADOS
Um brilhante texto do Teólogo, Leonardo Boff que vale a pena ler:
"Está causando furor entre os leitores
de assuntos econômicos, economistas e principalmente pânico entre os muito
ricos um livro de 700 páginas escrito em 2013 e publicado em muitos países em
2014. Transformou-se num verdadeiro best-seller. Trata-se de uma obra de
investigação, cobrindo 250 anos, de um dos mais jovens (43 anos) e brilhantes
economistas franceses, Thomas Piketty. O livro se intitula "O capital no
século XXI” (Seuil, Paris 2013). Aborda fundamentalmente a relação de
desigualdade social produzida por heranças, rendas e principalmente pelo
processo de acumulação capitalista, tendo como material de análise
particularmente a Europa e os USA.
A tese de base que sustenta é: a desigualdade não é acidental, mas o traço característico do capitalismo. Se a desigualdade persistir e aumentar, a ordem democrática estará fortemente ameaçada. Desde 1960, o comparecimento dos eleitores nos USA diminuiu de 64% (1960) para pouco mais de 50% (1996), embora tenha aumentado ultimamente. Tal fato deixa perceber que é uma democracia mais formal que real.
Esta tese sempre sustentada pelos melhores analistas sociais e repetida muitas vezes pelo autor destas linhas, se confirma: democracia e capitalismo não convivem. E, se ela se instaura dentro da ordem capitalista, assume formas distorcidas e até traços de farsa. Onde ela entra, estabelece imediatamente relações de desigualdade que, no dialeto da ética, significa relações de exploração e de injustiça. A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenômenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade.
Piketty vê nos USA e na Gran Bretanha, onde o capitalismo é triunfante, os países mais desiguais, o que é atestado também por um dos maiores especialistas em desigualdade Richard Wilkinson. Nos USA executivos ganham 331 vezes mais que um trabalhador médio. Eric Hobsbawn, numa de suas últimas intervenções antes de sua morte, diz claramente que a economia política ocidental do neoliberalismo "subordinou propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inigualitário”.
Em termos globais, citemos o corajoso
documento da Oxfam Intermón, enviado aos opulentos empresários e banqueiros
reunidos em Davos em janeiro deste ano como conclusão de seu relatório
"Governar para as elites, sequestro democrático e desigualdade econômica”:
85 ricos têm dinheiro igual a 3,57 bilhões de pobres do mundo.
O discurso ideológico aventado por esses plutocratas é que tal riqueza é fruto de ativos, de heranças e da meritocracia; as fortunas são conquistas merecidas, como recompensa pelos bons serviços prestados. Ofendem-se quando são apontados como o 1% de ricos contra os 99% dos demais cidadãos, pois se imaginam os grandes geradores de emprego.
O discurso ideológico aventado por esses plutocratas é que tal riqueza é fruto de ativos, de heranças e da meritocracia; as fortunas são conquistas merecidas, como recompensa pelos bons serviços prestados. Ofendem-se quando são apontados como o 1% de ricos contra os 99% dos demais cidadãos, pois se imaginam os grandes geradores de emprego.
Os prêmios nobéis J. Stiglitz e P. Krugman têm mostrado que o dinheiro que receberam do Governo para salvarem seus bancos e empresas mal foram empregados na geração de empregos. Entraram logo na ciranda financeira mundial que rende sempre muito mais sem precisar trabalhar. E ainda há 21 trilhões de dólares nos paraísos fiscais de 91 mil pessoas.
Como é possível estabelecer relações mínimas de equidade, de participação, de cooperação e de real democracia quando se revelam estas excrecências humanas que se fazem surdas aos gritos que sobem da Terra e cegas sobre as chagas de milhões de co-semelhantes?
Voltemos à situação da desigualdade no Brasil. Orienta-nos o nosso melhor especialista na área, Márcio Pochmann (veja também Atlas da exclusão social – os ricos no Brasil, Cortez, 2004): 20 mil famílias vivem da aplicação de suas riquezas no circuito da financeirização, portanto, ganham através da especulação. Continua Poschmann: os 10% mais ricos da população impõem, historicamente, a ditadura da concentração, pois chegam a responder por quase 75% de toda riqueza nacional. Enquanto os 90% mais pobres ficam com apenas 25%”(Le Monde Diplomatique, outubro 2007).
Segundo dados de organismos econômicos da ONU de 2005, o Brasil era o oitavo país mais desigual do mundo. Mas graças às políticas sociais dos últimos dois governos, diga-se honrosamente, o índice de Geni (que mede as desigualdades) passou de 0,58 para 0,52. Em outras palavras, a desigualdade que continua enorme, caiu 17%.
Piketty não vê caminho mais curto para diminuir as desigualdades do que a severa intervenção do Estado e da taxação progressiva da riqueza, até 80%, o que apavora os super-ricos. Sábias são as palavras de Eric Hobsbawn: "O objetivo da economia não é o ganho mas sim o bem-estar de toda a população; o crescimento econômico não é um fim em si mesmo, mas um meio para dar vida a sociedades boas, humanas e justas”." Leonardo Boff
quinta-feira, 8 de maio de 2014
HÁ LIMITES PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO?
"O ódio é a vingança do covarde" - George Bernard Shaw
Uma das maiores conquistas do povo brasileiro com
a Constituição Federal de 1988 foi à liberdade de pensamento e de
expressão. Essas duas garantias, que são
cláusulas pétreas, possuem um valor imensurável, pois, foram décadas sem que o
cidadão brasileiro e a imprensa pudessem se expressar livremente.
Mas, malgrado, toda relevância da liberdade de
pensamento e expressão, a mesma impõe limitações, aliás, a própria Constituição
Federal estabelece esses limites, como por exemplo, vedando o anonimato e a
difusão de pensamentos tendentes a ceifar a vida ou a incitação à violência.
No entanto, o que se vê é um verdadeiro abuso
dessa garantia constitucional. A “mídia nativa”, por exemplo, se valendo da
liberdade de expressão vem cometendo inúmeros excessos em suas matérias e opiniões.
Um dos casos mais
gritantes desse abuso ocorreu com o Promotor de Justiça de São Paulo, Rogério
Zagallo, que preso no trânsito, devido as manifestações, disse essa impropriedade:
“...Estou há duas horas tentando voltar para casa, mas tem um bando de bugios
revoltados parando a Faria Lima e a Marginal Pinheiros. Por favor alguém pode
avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e
que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial..”
Aliás, parece que esse Promotor tem forte inclinação ao fascismo, pois, ao
arquivar um inquérito, assim se manifestou: ”...Bandido que dá tiro para matar
tem que tomar tiro para morrer. Lamento, todavia, que tenha sido apenas um dos
rapinantes enviados para o inferno. Fica aqui o conselho para Marcos Antônio
[policial]: melhore sua mira..”
Depois desse caso
apareceram vários outros abusos, o mais recente, mais grave e que teve uma enorme
repercussão, foi a opinião da jornalista do SBT, Rachel Sheherazade. Ao
informar que um adolescente do Rio de Janeiro foi espancado e amarrado nu em um
poste por justiceiros, a “cretina” jornalista fez o seguinte comentário: “...O
marginalzinho amarrado ao poste era tão inocente que, ao invés de prestar
queixa contra seus agressores, preferiu fugir antes que ele mesmo acabasse
preso...No país que a violência é endêmica, a atitude dos vingadores é até
compreensível. O Estado é omisso, a polícia é desmoralizada, a Justiça é falha.
O que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é
claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa
coletiva”.....E aos defensores dos direitos humanos que se apiedaram do marginalzinho
preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um
bandido”.
Não há dúvida de que esses tipos de comentários são
incompatível “com o axioma da igualdade moral humana, não sendo, também por
isso, publicamente razoáveis”. Ademais, essas opiniões vão muito além da
liberdade de expressão, elas incitam a violência, a barbárie, tem forte viés
fascista e é um fragrante atentado ao Estado Democrático de Direito.
A propósito, Maurício Gentil,
ensina:”...com efeito, a liberdade de expressão não pode ser
apanágio para que, sobretudo em meios de comunicação, seja efetuada a apologia
para a prática da “justiça com as próprias mãos” e nem tampouco para que tal
“justiça” seja efetuada em forma de barbárie, com evidente e inaceitável
supressão dos direitos fundamentais essenciais à dignidade da pessoa humana...
A liberdade de expressão e de comunicação social não pode ser utilizada para
preparar ambiente para um regime nazista, fundado ideologicamente em um crime
contra a humanidade...”
Aliás, com relação ao perigo da instigação à
violência, no dia 03/05/2014, na cidade de Guarujá/SP, acompanhamos outro caso
assombroso e extremamente cruel. Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi
linchada e morreu ao ser espancada por populares, confundida com o retrato
falado de uma pessoa que estaria sequestrando crianças para atos de magia
negra.
Esse abjeto caso teve uma grande repercussão, e
está fazendo com que as cabeças pensantes liguem essa barbárie à tese defendida
pela jornalista, Rachel Sheherazade. É o caso, por exemplo, do jornalista
Roberto Boechat, que fez um duro comentário: “...Esse crime aí, minha gente,
tem tanta responsabilidade, o autor do boato espalhado pela internet, no
'Guarujá Alerta', quantas pessoas que, mesmo em emissoras de televisão,
estimulam a cultura da justiça com as próprias mãos. Isso está dentro do mesmo
panorama, que propicia, estimula, que justifica o linchamento. É hora dessas
pessoas, agora, virem a público [e dizerem] como se sentem depois da consumação
de sua própria teoria, na prática".
Nesse diapasão, outro jornalista, Luciano Martins
Costa, assinalou: “...As manifestações de não-civilidade das classes
privilegiadas podem ser observadas na opinião de colunistas da imprensa que
estimulam o radicalismo e a intolerância... Ao despejar seletivamente suas
rajadas contra as instituições públicas, a imprensa provoca a demonização dos
poderes republicanos, criando no imaginário da [sociedade] uma aversão ao
regime democrático e à legitimidade da ordem social...É função da imprensa
fazer a crítica pública do poder, mas também é sua obrigação fazer a defesa do
regime democrático...”
Diante de tudo isso é incontestável a necessidade
de se aprovar uma “lei de médios”, não para censurar, mais para impor um limite
a essas intolerâncias. O grande perigo para o Brasil não são os governos
trabalhistas, como apregoam a imprensa, o maior risco são os fascistas,
travestidos de jornalistas, contratados a peso de ouro pelo baronato da mídia,
para desestabilizar o país com o seus comentários carregados de ódios,
preconceitos, mentiras e agressões. Com a palavra o Congresso Nacional!
terça-feira, 6 de maio de 2014
#SomosTodosDeÁfrica
“Não ligo que me
olhem da cabeça aos pés..porque nunca farão minha cabeça e nunca chegarão aos
meus pés” – Bob Marley
Malgrado alguns senões, podemos afirmar que o Brasil é um exemplo
em matéria de legislação no combate ao racismo. Temos leis
infraconstitucionais, como, por exemplo, o “Estatuto
da Igualdade Racial” e a própria Lei Maior do País que prevê que
“a prática do racismo constitui crime
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei” (art. 5º, XLII).
Mas, mesmo diante desse arcabouço legal, parece que
as leis não são suficientes para constranger as inúmeras atitudes e atos de
racismo no Brasil e mundo afora. Dessa forma, não obstante a importância das
mesmas nos afigura que o fim dessa barbárie somente ocorrerá a partir da
educação e do momento que se tratar a luta contra o racismo sem desvios, hipocrisias
ou mentiras.
A falsidade no debate sobre o preconceito racial,
lamentavelmente, toma conta de quase todos os segmentos da sociedade, e por
mais paradoxal que seja até mesmo na grande mídia. O jornalista global, Ali Kamel, por exemplo, teve o desplante de
lançar um livro cujo título é: “Não
somos racistas”. Nessa “obra” ele sustenta que não há discriminação racial no
Brasil e que todos vivem em total harmonia. Está claro de que se trata de um
antagonismo que em nada contribui para o bom debate, ao contrário, distorce e tenta encobrir os rotineiros casos de racismo no Brasil, que saltam aos olhos.
O racismo, como sabemos, não é uma prática, meramente “tupiniquim”,
o mundo está cercado por todo tipo de intolerância, em especial a racial. No
dia 27 de abril, por exemplo, o planeta foi surpreendido com mais um terrível
caso de racismo. Desta feita foi na Espanha, e a vítima foi o brasileiro Daniel
Alves, jogador do Barcelona. O caso
ocorreu durante a Partida contra o Villarreal. Quando Daniel Alves se preparava
para cobrar um escanteio um torcedor jogou uma banana fazendo alusão ao macaco.
Em ato contínuo e com uma pronta e inteligente reação, Daniel Alves pegou a
fruta e a comeu. Essa imagem ganhou o mundo e obteve reações duras e firmes
contra o racismo, mas, também, houve ações oportunistas e hipócritas.
Logo em seguida ao episódio, o Atleta Neymar, em “solidariedade”
ao colega, Daniel Alves lançou, nas redes sociais, uma campanha denominada
#somostodosmacacos. Essa campanha ganhou apoio de inúmeras personalidades,
dentre elas, Luciano Huck. No entanto, descobriu-se depois que tal campanha foi
idealizada pela agência de publicidade “Loducca”, e o mais terrível: Luciano
Huck pegando carona na campanha, colocou à venda camisetas com o slogan
#somostodosmacacos, ou seja, para Neymar foi uma jogada de marketing, e para o
apresentador global, a luta contra o racismo se transformou em fonte de renda.
Aliás, essa campanha mereceu inúmeras críticas, a contar do
próprio Daniel Alves, que disse: “...."Eu não gosto muito do
#somostodosmacacos, porque acho que a gente é a evolução disso. Somos humanos e
todos iguais. Acho que é isso que devemos defender...Marcas me procuraram, mas
eu não quero ganhar com isso, não quero popularidade. Não quero ganhar nada a
não ser a luta contra o racismo..."
Nessa mesma linha a Ministra a Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, manifestou: "...Essa
imagem do macaco associada à pessoa negra é uma imagem muito poderosa. E se
você assume essa imagem como válida, corre o risco também de reforçar o
estereótipo. Eu entendo a campanha e a motivação da campanha, mas não é possível
assegurar que ela tenha o sucesso necessário para reverter a representação
negativa que a palavra 'macaco' tem quando associada à pessoa negra...."
Por sua vez, o Professor e militante do Movimento Negro, Douglas Belchior, assim se posicionou:“...a atitude de Daniel Alves não há o que interpretar.
Ele elaborou uma reação objetiva ao racismo: Vamos ignorar e rir!....Neste
país, assim como em todo o mundo, a comparação de uma pessoa negra a um macaco
é algo culturalmente ofensivo....Eu como negro, não admito. Banana não é arma e
tampouco serve como símbolo de luta contra o racismo. Ao contrário, o reafirma
na medida em que relaciona o alvo a um macaco e principalmente na medida em que
simplifica, desqualifica e pior, humoriza o debate sobre racismo no Brasil e no
mundo...Eu adoro banana. Aqui em casa nunca
falta. E acho os macacos bichos incríveis, inteligentes e fortes...Viemos deles
e a história da evolução da espécie é linda. Mas se é para associar a origens,
por que não dizer que #SomosTodosNegros
ou #SomosTodosDeÁfrica ? Porque não lembrar que é de África que viemos,
todos e de todas as cores? E que por isso o racismo, em todas as suas formas, é
uma estupidez incompatível com a própria evolução humana? E, se somos, por que
nos tratamos assim?"
Diante de tudo isso cabe a nós rechaçar qualquer forma de preconceito, em especial o racial, bem como confrontar e denunciar, publicamente, todos aqueles oportunistas que deturpam o debate ou que fazem da luta contra o racismo trampolim para seus interesses pessoais. Essa luta é muito mais ampla, ela é coletiva e o debate deve ser aberto, radical, sem subterfúgios e pautado nos conhecimentos sociológicos e políticos de todo o processo histórico que envolve o embate contra o racismo. Diferente disso é puro oba,oba...!
Diante de tudo isso cabe a nós rechaçar qualquer forma de preconceito, em especial o racial, bem como confrontar e denunciar, publicamente, todos aqueles oportunistas que deturpam o debate ou que fazem da luta contra o racismo trampolim para seus interesses pessoais. Essa luta é muito mais ampla, ela é coletiva e o debate deve ser aberto, radical, sem subterfúgios e pautado nos conhecimentos sociológicos e políticos de todo o processo histórico que envolve o embate contra o racismo. Diferente disso é puro oba,oba...!
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