Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

domingo, 29 de maio de 2011

O POVO AGUARDA UMA EXPLICAÇÃO DO MINISTRO PALOCCI.



"A verdade é filha do tempo, não da autoridade"
Francis Bacon


Estamos presenciando nesses últimos dias uma grave denúncia de enriquecimento ilícito do Ministro da Casa Civil, Dr. Antônio Palocci Filho, que em quatro anos, teria multiplicado o seu patrimônio de R$ 375 mil, por vinte vezes. Tais denúncias vieram a público pelo jornal “Folha de São Paulo”, que noticiou que o Ministro adquiriu um apartamento na capital paulista no valor de R$ 6,6 milhões e um escritório avaliado em R$ 882 mil. Esses imóveis estão em nome da Empresa de Consultoria “Projeto”, da qual o Ministro Palocci é dono.

 

Longe de compactuar com a idéia de “inocência” do Ministro Palocci, mas por outro lado, juntando-me àqueles que defendem a tese de que há uma exploração midiática e política do fato, destacamos os precisos questionamentos do jornalista Washington Araújo, que disse: ”... Há que se perguntar o porquê da seletividade: por que apenas Palocci teve esquadrinhada a evolução de seu patrimônio? Não seria interessante levar à mesma alça de tiro a duas outras personalidades públicas, por exemplo, um grão-oposicionista e alguma vistosa autoridade do Poder Judiciário? Obviamente esse é o tipo de pergunta que se formula com absoluta certeza de que não é para valer porque jamais será respondida. Obviamente existem interesses envolvidos, dentre os quais aqueles que se comprazem em ver sombras de suspeição pairando por sobre a Casa Civil do governo Dilma Rousseff”.

 

Realmente o argumento do jornalista procede. Está postado na blogosfera outro fato que mereceria a mesma cobertura do caso Palocci, mas que “curiosamente”, foi escondido pela “mídia nativa”.

 

A filha de Jose Serra, Verônica Allende Serra, juntamente com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, são sócias da Empresa “Decidir. com Brasil S.A”. Segundo post no sitio “Amigos do Brasil”, essa empresa, criada em 08/02/2000, tinha como capital a importância de R$ 100,00 (cem reais). No dia 21/03/2000, apenas quarenta e dois dias depois, o capital saltou para R$ 5.0 milhões, ou seja, cinquenta mil vezes o valor inicial, e a maior coincidência: nesse período Serra era Ministro da Saúde de FHC. E o mais instigante: nunca se leu ou ouviu qualquer notícia a respeito dessa supervalorização da Empresa da filha do “Tucano” José Serra.

Evidente que esse fato não justifica, e tampouco, isenta a conduta do Ministro Palocci, o citamos apenas para corroborar os questionamentos levantados pelo jornalista Washington Araújo em relação ao comportamento da mídia.
                                              
Mas voltando ao caso Palocci, um ponto devemos nos ater. A princípio, o aumento do seu patrimônio não nos afigura como fruto de atos ilegais, mesmo porque, tudo foi devidamente declarado ao fisco nacional. Contudo, sabemos que para o servidor público, não basta agir apenas dentro da legalidade, é necessário e até imperioso, que se obedeça aos princípios da moralidade e da ética. E é aqui, no nosso modesto entendimento, que reside o nó da questão envolvendo o Ministro Palocci, e tantos outros Políticos, como Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Rezende, que tiveram seus patrimônios supervalorizados, após, saírem do Governo FHC, conforme noticiado pela revista “Carta Capital”.

Entendemos que o Ministro Palocci, jamais poderia estar à frente de seus negócios de consultoria enquanto Deputado Federal, coordenador da campanha de Dilma Rousseff e como ex-ministro da Fazenda. Esse argumento se justifica porque, claramente, Palocci detinha informações privilegiadas do Governo a que serviu e a que viria a servir. Dessa maneira, no mínimo, ele deveria ter se afastado de seus negócios para que não houvesse nenhuma suspeita de tráfego de influência, e tampouco de venda de ínside information.

                                                         

Diante de tudo, concluímos que o Ministro Palocci tem sim, o direito de se defender, porém, tem o dever de explicar, de forma convincente aos órgãos competentes e à sociedade a colossal evolução do seu patrimônio, caso contrário, será mais digno que peça a sua exoneração do cargo de Chefe da Casa Civil. Com a palavra o Ministro Dr. Antônio Palocci Filho!

terça-feira, 24 de maio de 2011

“NÓS PEGA O PEIXE”




Os comentários contrários ao livro didático  de Português, não passam de meros “colóquios soporífero para gado bovino repousar”.



É lamentável a deliberada campanha patrocinada pela “mídia nativa” contra o Ministério da Educação nestes últimos oito anos. Mas isso tem uma explicação: a grande imprensa, como caixa de ressonância, reproduz o discurso das elites contrárias aos Projetos de inclusão (FUNDEB, PROUNI, ENEN, FIES, etc) implantados pelo MEC, e que têm como objetivos o fortalecimento da educação e a democratização do acesso ao ensino público.

 

Nesses últimos dias, e dando continuidade a essa abjeta campanha, a grande mídia apontou suas armas para o livro didático de Português, intitulado: “Por uma vida melhor", adotado pelo MEC e utilizado na “Educação de Jovens e Adultos (EJA)”.

 

Esse livro, no capítulo XV, aborda a utilização da linguagem popular, e trás como exemplo, a seguinte frase: “nós pega o peixe”, para em seguida ensinar “nós pegamos o peixe”. Segundo a autora do livro, a Pesquisadora, Heloisa Ramos, essa abordagem tem como “...proposta que se aceite dentro da sala de aula todo tipo de linguagem, ao invés de reprimir aqueles que usam a linguagem popular... Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é adequada para uma situação. Quem está fora da escola há muito tempo é quieto, calado e tem medo de falar errado. Então colocamos essa passagem para que ele possa sair da escola com competência ampliada”.

E foi exatamente após uma leitura enviesada do citado capítulo, que a mídia hegemônica e alguns críticos que, diga-se de passagem, não leram toda a obra, iniciaram um verdadeiro bombardeio contra o MEC, alegando que o livro está ensinado e incentivando os alunos a falar e escrever errado.

O articulista da Revista “Veja”, Reinaldo Azevedo, o mesmo que disse que Paulo Freire prestou um desserviço à educação, desferiu seu conhecido veneno afirmando: “...Começo este texto pelo óbvio: o nome é péssimo. “Por Uma Vida Melhor pode ser título de livro de medicina, de religião e de auto-ajuda, mas não de língua...Terá certamente uma vida melhor o aluno que dominar o instrumental da norma culta da língua, contra o qual o livro se posiciona abertamente. Assim, esse instrumento didático que conta com o endosso do MEC, se algum efeito tiver, será no sentido de piorar a vida do estudante; na melhor das hipóteses, contribui para mantê-lo na ignorância”.

Evidentemente que a crítica do referido jornalista não passa de uma análise tendenciosa e com uma clara tentativa de desmoralizar o MEC, o Ministro Haddad e, por consequência, o Governo da Presidenta Dilma.

Aliás, nesse sentido, valemo-nos de um comentário postado no sitio do jornalista Paulo Henrique Amorim que ilustra bem a conduta sarcástica desse e de outros jornalistas que opinaram sobre o tema: “...A imprensa quer a qualquer pretexto desmerecer o trabalho do ministro... Pelo ideal de pureza linguística que esses senhores defendem, nem mesmo a Língua Portuguesa deles poderia existir.. Esqueceu, que a língua é, por natureza, heterogênea, como a sociedade. E, principalmente, esqueceu que todo ideal de pureza linguística é, na verdade, um ideal de pureza sociocultural, ou seja, todo anseio de homogeneizar a sociedade e sua cultura esconde um embriãozinho de nazifascismo atrás da orelha...”.

Por sua vez, a doutora em linguística, Ana Maria Zilles, comentando sobre essa discussão, afirma: “[A polêmica] não tem fundamento. Ela está estabelecida nas informações do primeiro capítulo do livro, que é sobre a diferença entre escrever e falar. Ele é muito adequado porque diz que a escrita é diferente da fala e que na fala existe muito mais variação do que na escrita. Faz a distinção entre a variedade popular e a variedade culta, e mostra que elas têm sistemas de concordâncias diferentes. (...) Quando os autores explicam que é possível falar “os peixe”, não estão querendo dizer que esse é o certo, nem vão ensinar a pessoa a escrever errado. Isso é como as pessoas já falam. A escola tem é que ensinar a norma culta e o livro faz isso. O objetivo do capítulo é apenas deixar claro que uma coisa é falar e outra é escrever”. 

Assim, é imperioso compreendermos que a língua falada e escrita no Brasil é bem diferente da língua Portuguesa falada e escrita em Portugal. Portanto chega de hipocrisia! Graças a Deus, não falamos a língua de Camões. Nossa cultura linguistica é variada e riquíssima, por isso, temos o dever de preservá-la e valorizá-la, tanto quanto a norma culta. 

No mais, parabéns ao MEC pela corajosa escolha da obra. Aos autores do livro, nossa solidariedade, e aos críticos, só nos resta afirmar que seus argumentos não passam de meros “colóquios soporífero para gado bovino repousar”.

terça-feira, 17 de maio de 2011

UM EXEMPLO DE ATLETA

Todos nós Vascaínos temos a obrigação de reverenciar esse grande jogador e torcedor: Juninho Pernambucano. Aqui está um grande exemplo de Atleta Profissional e comprometido com seu Clube.
Veja parte da entrevista de Juninho no Portal IG.

“IG: As pessoas ainda duvidam do seu contrato. Acreditam que existe alguma bonificação por trás. Pode esclarecer como é este acordo com o Vasco?”

“Juninho Pernambucano: Natural que se duvide. Eu também duvidaria se ouvisse isto, mas foi uma opção minha. O valor do meu contrato é de 600 reais e só tenho bônus se o Vasco ganhar um título brasileiro ou da Sul-Americana ou se ficar entre os quatro do Brasileiro. Fora isto, continuo ganhando os 600 reais. Quero deixar claro que o Vasco me fez uma ótima proposta, mas recusei. Quero assim porque caso não vença nada, pelo menos o Vasco não terá prejuízo econômico. Eu não tenho contrato com nenhuma empresa e acho que não seria justo vir ganhando tanto se não der certo. Estou muito confiante que dê, mas preciso pensar em tudo. Sei que posso me arrepender porque muita gente me cobrou dizendo que estava fazendo errado, mas sei também que, aos 36 anos, não seria este o contrato que salvaria minha vida. Não é por aí. E tem mais: porque quero deixar todo mundo livre, principalmente o treinador de me colocar se estiver bem e não porque ganho mais ou porque tenho nome. Só vou jogar se estiver bem”... 


sexta-feira, 13 de maio de 2011

A DECISÃO DO STF SOBRE A UNIÃO HOMOAFETIVA




"A Bíblia contém 6 condenações aos homossexuais e 362 aos eterossexuais. Isso não quer dizer que Deus não ame os heterossexuais. É apenas que eles precisam de mais supervisão". Lynn Lavner

 

O Supremo Tribunal Federal viveu nesses últimos dias, um momento histórico ao julgar a polêmica “Ação Direta de Inconstitucionalidade” cujo objeto foi à união homoafetiva.

Realmente, esse é um tema bastante controvertido na sociedade, em especial, nos âmbitos das igrejas e no meio militar.

É sabido que a discriminação sofrida pelos homossexuais no Brasil, não é um comportamento contemporâneo. Já em 1521, durante o período reinol de Portugal a legislação das “Ordenações do Reino” – aplicado também no Brasil Colônia – já previa punição com a pena capital para aqueles que praticassem à sodomia. Esse crime/pecado equiparava-se ao de lesa-majestade e estava sujeito às mesmas sanções de quem traísse o Rei.                                                                     

Hoje, passados quinhentos anos o debate sobre o homossexualismo é muito parecido com aquela época: são argumentos machistas, preconceituosos e discriminatórios. A diferença é com relação à pena de morte para os homossexuais. Antes a sentença era imposta e realizada pelo Estado (Coroa), hoje, essa sentença é conferida e executada por grupos neonazistas ou coisa do gênero, e lamentavelmente, contando com o apoio de setores conservadores da sociedade, contrários à liberdade de orientação sexual.

Aliás, comentando essa brutalidade contra os homossexuais, vale destacar parte do voto do preclaro Ministro do STF, Marco Aurélio de Mello:“...O índice de homicídios decorrentes da homofobia é revelador. São 18 milhões de cidadãos considerados de segunda categoria que pagam impostos, votam, sujeitam-se a normas legais, mas, ainda assim, são vítimas preferenciais de preconceitos, discriminações, insultos e chacotas, sem que lei específica a isso coíba. Em se tratando de homofobia, o Brasil ocupa o primeiro lugar, com mais de cem homicídios anuais cujas vítimas foram trucidadas apenas por serem homossexuais.  

Com relação à decisão da Corte Suprema, observamos reações diversas. Os grupos GLS e os setores mais avançados da sociedade aplaudiram, enquanto outros mais conservadores condenaram tal decisão. A CNBB, por exemplo, preferiu uma posição de “bater e assoprar”. Segundo a entidade, “as pessoas que sentem atração sexual exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são merecedoras de respeito e consideração”, porém, "equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma".

Mas não obstante essa posição eclesiástica, somos sabedores também, de que no calor das discussões, as Igrejas fundamentam seus argumentos contrários ao homossexualismo buscando amparo nas linhas da Bíblia, como, por exemplo, nessa passagem muito citada por Pastores e Padres : “Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles” (Lv 20:13). 

É também na Bíblia que Jean Wyllys, Deputado Federal pelo PSOL, e um dos representantes dos Homossexuais no Congresso Nacional, busca seus fundamentos para contrapor aos argumentos das Igrejas. Segundo o Deputado, a leitura da Bíblia “deve ensejar uma religiosidade sadia, tolerante e livre de fundamentalismos”. E para justificar tal posição cita uma passagem Bíblica: “O homem ou mulher que consultar os mortos ou for feiticeiro, certamente será morto. Serão apedrejados, e o seu sangue será sobre eles” (Lv 20:27). Com essa citação o Deputado quer mostrar que não se pode interpretar os textos sagrados de maneira literal, caso contrário se poderia afirmar que a Bíblia prega a discriminação e a violência, conforme nessa última passagem.

 

Realmente, a Suprema Corte não poderia discutir esse tema sob a luz da teologia, é um assunto tipicamente de ordem social, legal e constitucional. Aliás, foi nesse sentido os votos dos Ministros do STF, em especial do Ministro Ayres Brito, que com a costumeira precisão proferiu o seu voto:“.....Logo, é tão proibido discriminar as pessoas em razão da sua espécie masculina ou feminina quanto em função da respectiva preferência sexual...Essa liberdade para dispor da própria sexualidade insere-se no rol dos direitos fundamentais do indivíduo, expressão que é de autonomia de vontade, direta emanação do princípio da dignidade da pessoa humana e até mesmo “cláusula pétrea”... enfim, assim como não se pode separar as pessoas naturais do sistema de órgãos que lhes timbra a anatomia e funcionalidade sexuais, também não se pode excluir do direito à intimidade e à vida privada dos indivíduos a dimensão sexual do seu telúrico existir”.

 

Frente a tudo isso, concluímos que com essa decisão do STF, malgrado a questão legal, o Brasil dá um enorme passo contra a homofobia e resgata o respeito à dignidade humana e à liberdade de orientação sexual. Assim só nos resta regozijar com essa importante e histórica decisão da Suprema Corte de Justiça...!

sábado, 7 de maio de 2011

A EXECUÇÃO DE BIN LADEN: UMA MORTE CERCADA DE DÚVIDAS.




"O fundamentalismo é a perda gradual ou radical da realidade, por uma intransigência na obediência de princípios e regras"




O fundamentalismo é uma das palavras mais citadas nos últimos tempos pela grande mídia mundial. Porém, esse substantivo é sempre utilizado de maneira pejorativa ou com conotação assustadora.

Antes de adentrarmos no mérito do texto é importante conhecermos o real sentido dessa palavra. Segundo a definição sociológica, “o fundamentalismo é qualquer movimento religioso que tende a interpretar a realidade de hoje através dos olhos de antigos preceitos religiosos e que renega os valores da modernidade. Para o fundamentalista, o fiel deve seguir à risca as páginas dos textos sagrados (Bíblia, o Talmude, o Corão, ou o Hadith dos hindus) da sua religião...”

Aliás, e paradoxalmente, uma das entidades mais fundamentalista que se tem notícia encontra-se nos EUA e denomina-se “World’s Christian Fundamentals Association” (WCFA). Essa entidade foi fundada em 1919 por pastores das Igrejas Batista, Presbiteriana, Episcopal e Adventista, contrários às radicais mudanças nos padrões de vida dos estadunidenses, resultante do crescimento econômico do País, mas que culminaram, segundo os Pastores, no desrespeito às “Leis de Deus" e aos mais elevados valores éticos e morais da pessoa humana.

Já com relação ao fundamentalismo Islâmico, do qual pertencia Bin Laden, esse ascendeu no palco político do Oriente Médio a partir da Revolução Xiita no Irã, em 1979. A sua aparição deveu-se em grande parte pelo fracasso político dos Estados Árabes em dar um combate eficiente ao Estado de Israel, visto como o grande inimigo político e teológico do Islã.

Segundo consta de várias biografias, o fundamentalista Osama Bin Laden, aparece no cenário mundial quando os soviéticos entraram no Afeganistão na defesa de um regime pró-comunista. Bin Laden, contrário aos comunistas ateus, chefiou um grupo de voluntários islâmicos que por ironia do destino, teve como importante aliado, nada mais, nada menos, que o EUA. Porém, é evidente, que esse apoio não foi por solidariedade à causa islâmica, mas sim por interesses financeiros, pois, grandes indústrias estadunidenses estavam interessadas na construção de oleodutos nos Países da Ásia Central, e para tal empreitada, necessitavam, primeiro, de afastar os soviéticos e depois derrubar o Governo Afegão.

Contudo, essa ”lua de mel” entre os EUA e o Taliban, durou pouco tempo. Em 1991, após a invasão do Iraque pelos americanos, houve uma severa reação dos fundamentalistas islâmicos, especialmente, da “Al Queda” que não admitiam à presença de tropas americanas na Arábia Saudita, tanto, que após uma reunião no campo de “Khost” foi lançado um manifesto anunciando a “Jihad” contra os EUA. Aqui começa o inferno astral que os estadunidenses e outras nações conhecem muito bem.

Mas agora, com a morte de Osama Bin Laden o mundo se pergunta: será que esse inferno chegou ao fim? Evidente e lamentavelmente que a resposta é não. Essa é uma questão religiosa. O líder morre, mas os conceitos, preceitos e doutrinas não findam, especialmente, se tratando de religiões seculares e fundamentalistas. Outros lideres aparecerão para dar continuidade à luta e, talvez, alimentados com um agravante:o sentimento de ódio e de vingança.

Mas outras perguntas necessitam de respostas: porque não mostraram o corpo do líder da “Al Queda” como fizeram com o de Saddan Hussein? Procede a notícia de que o informante do paradeiro de Osama foi, barbaramente, torturado (waterboarding), na prisão de Guantánamo? Porque não foram respeitadas as leis internacionais nessa ação contra-terroristas, como cobrou uma alta-comissária da ONU? Porque as fotos do cadáver de Bin Laden são demasiadas chocantes, como afirmou Barack Obama? Se Osama fora capturado vivo, porque o executaram? Se o Governo Paquistanês soube da morte de Bin Laden  somente após a operação, como os helicópteros dos EUA conseguiram “invadir” o espaço aéreo do Paquistão?

Aliás, sobre algumas dessas dúvidas o grande mineiro Mauro Santayana, escreveu: “Poucas horas depois da morte de Bin Laden, começam a se confirmar suspeitas iniciais e perturbadoras. O saudita foi morto desarmado – e poderia ter sido capturado vivo. No avesso da lógica e da ética, Washington diz que não é preciso que o suspeito esteja armado para resistir à prisão. Osama “resistiu”, de mãos nuas... O saudita tinha que ser morto, antes que pudesse dizer qualquer coisa ao mundo....O bom senso internacional, passado o entusiasmo frenético diante da execução, começa a prevalecer, para qualificar o ato como  agressão criminosa contra o povo do Paquistão e seu governo. Obama declara que agiu em defesa de seu país – e ponto. Foi como dissesse: tenho o poder e dele faço o que quiser”.
  
Talvez seja nessa última frase do jornalista Mauro Santayana que estejam às respostas para essas perguntas....

terça-feira, 3 de maio de 2011

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: AMBIENTALISTAS X RURALISTAS, QUEM TEM RAZÃO?



 "É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”. Victor Hugo


O novo Código Florestal se tornou um dos temas mais discutidos no Congresso Nacional, com inúmeras audiências públicas e calorosos debates entre os Parlamentares.

Essa contenda está sendo travada entre dois lados: o braço forte dos ruralistas e lobby dos ambientalistas, e no meio dessa “briga”, um Comunista: o Deputado Aldo Rebelo, Relator do citado Projeto de Lei, que tem o desafio de encontrar um denominador comum que possa satisfazer os dois lados, e especialmente, encontrar o melhor Projeto para o País.

É de amplo conhecimento que desde a colonização do Brasil, mais de trinta por cento da cobertura vegetal do País foi destruída. Diante disso, é imperioso que tenhamos uma rígida legislação para coibir a continuidade desse desastre ambiental e assim garantir o futuro das novas gerações. Mas por outro lado, temos também, o compromisso de garantir a segurança alimentar e nutricional do povo brasileiro. E é exatamente aqui que reside - no nosso modesto entendimento - o grande desafio do novo Código Florestal.

Entendemos que para surtir os efeitos esperados, essa nova Lei, além de garantir um rigoroso combate aos crimes ambientais, tem de fazer uma diferenciação entre a agricultura familiar e o agronegócio.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário a agricultura familiar é responsável por setenta por cento do que é consumido pelo povo brasileiro. É a agricultura familiar que produz feijão, arroz, leite, verdura, etc., e toda essa produção tem uma importância relevante e crucial na segurança e soberania alimentar.

Já o agronegócio, não obstante o seu grande crescimento em relação à agricultura familiar, está na contramão dessa premissa da segurança alimentar. Aliás, é uma ameaça, pois essa modalidade concentra a terra em poucas mãos, tem baixa diversidade de produção, como é o caso das grandes plantações de eucalipto, cana de açúcar e soja, sem contar o abuso dos transgênicos e dos agrotóxicos, a propósito, o Brasil é o maior mercado de agrotóxico do mundo.

Neste mesmo sentido, um relatório do “Consea” aponta que, “o ritmo de crescimento da produção agrícola destinada à exportação é muito maior do que para o consumo interno. A área plantada dos grandes monocultivos avançou consideravelmente em relação à área ocupada pelas culturas de menor porte, mais comumente direcionadas ao abastecimento interno. Apenas quatro culturas de larga escala (milho, soja, cana e algodão) ocupavam, em 1990, quase o dobro da área total ocupada por outros 21 cultivos... A monocultura cresceu não só pela expansão da fronteira agrícola, mas também pela incorporação de áreas destinadas a outros cultivos”.

Diante disso, não temos dúvidas de que o Código Florestal tem de fazer essa diferenciação entre esses dois tipos de produção, especialmente, na mensuração dos tamanhos das Áreas de Preservação Permanente e das Reservas Legais, sem abandonar é claro, a preservação ambiental. 

Outro mecanismo que se deve oferecer é o incentivo especial para os produtores rurais que fazem a opção pelo cultivo sustentável e orgânico, ou para aqueles que conservam e ampliam os remanescentes florestais, as nascentes e córregos com aumento do volume de suas vazões.

O que discordamos frontalmente é com relação à proposta para que algumas questões do Código passem a ser regulamentadas pelos Estados, e a absurda sugestão do cancelamento das multas pelos crimes ambientais.
 
Aliás, buscando base para essa discordância, valhamo-nos dos ensinamentos do Professor Alexandre F. Souza da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que disse: ...”É consenso na ciência política de que as esferas de decisão mais básicas (estados e municípios) são muito mais sujeitas à grupos de pressão oriundos de fazendeiros e empresários interessados em lucrar mais no curto prazo, em prejuízo da sociedade brasileira como um todo, da Natureza em particular, e da humanidade em geral. Transferir a decisão sobre parâmetros da vegetação nas propriedades para Estados e Municípios é autorizar o desmatamento generalizado. A sugestão de cancelar todas as multas sobre crimes ambientais do passado também certificaria o descrédito do Brasil com seu meio ambiente, e desvalorizaria o trabalho legislativo, judiciário e fiscalizador de inúmeros setores da sociedade civil e órgãos públicos do País”.

Portanto, o Parlamento brasileiro tem a oportunidade de dar um grande exemplo ao mundo com uma legislação ambiental moderna, eficaz e que vá ao encontro da proteção do nosso ecossistema, e ao mesmo tempo, afiance as condições para a produção agrícola, de maneira a garantir a segurança e a soberania alimentar do Povo brasileiro. Com a palavra o Congresso Nacional!