quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A ESQUERDA TERÁ ALGUMA CHANCE NA REVANCHE DE 2018?

Hoje qualquer cidadão de conhecimento mediano sabe que o impeachment da presidenta Dilma foi a maior fraude da República Federativa do Brasil, ou melhor, foi parte de um golpe promovido pela oligarquia conservadora, com os decisivos apoios da “mídia nativa”, de grupos internacionais e do Poder Judiciário brasileiro.   

Frente às exitosas e reconhecidas políticas de inclusão social patrocinada pelos governos de Lula/Dilma a elite conservadora do país percebeu que seria muito difícil retornar ao Poder pela via democrática, ou seja, pelo voto, dessa maneira, começou a orquestrar, após o segundo mandato do presidente Lula um golpe contra os governos trabalhistas e populares e, por conseguinte, contra a própria democracia.

A gênese do golpe seu deu com a Ação Penal 470 (mensalão), aqui começa a trama com a criminalização da política, em especial, do Partido dos Trabalhadores. Nessa primeira etapa tentaram envolver o presidente Lula, mas, não lograram êxito, tanto, que Lula conseguiu eleger a presidente Dilma.

Depois dessa AP começou o segundo round dessa luta pelo golpe: o enfraquecimento do governo da presidenta Dilma. Aproveitando-se das reivindicações do Movimento “Passe Livre” e do início dos trabalhos da Operação Lava-jato, grupos de direita, de extrema direita e de movimentos que se diziam apolítico e apartidário realizaram grandes manifestações pelo Brasil afora, em especial, na cidade de São Paulo contra a corrupção, só que apenas aquela cometida no âmbito do governo federal. Quando esses movimentos ganharam corpo a oligarquia conservadora aproveitou-se do momento e junto com a imprensa hegemônica começaram apoiar, inclusive, financeiramente os “líderes coxinhas” desses movimentos.

Arrefecidos os ânimos, mas com as manifestações vivas no consciente coletivo, vieram as eleições de 2014 e o sonho da direita fascista de vencê-las com o seu candidato Aécio Neves, mas como todos sabem o tiro saiu pela culatra e aí inicia o terceiro round do golpe. Inconformados com a quarta derrota consecutiva a direita raivosa tentou de tudo para anular as eleições ou impedir a diplomação da presidente Dilma. Entra em cena o pensamento da velha raposa udenista, Carlos Lacerda: Dilma não pode ser candidata, se for não pode ser eleita. Eleita não deve tomar posse. Empossada devemos impedi-la de governar.

A presidenta foi candidata, venceu, tomou posse, mas, foi impedida de governar. Este foi o quarto round dessa luta pelo golpe, o vergonhoso, ilegal e inconstitucional impeachment da presidenta Dilma. Aqui não podemos deixar de registrar o papel acovardado e conivente do STF com esse processo de impedimento. É emblemático, para ficarmos só nesse exempo,  a descarada leniência do STF em relação ao Deputado Eduardo Cunha. Enquanto o parlamentar estava sendo útil ao golpe o mesmo se encontrava imune, livre e solto para cometer suas diabruras.

O quinto round  tem um leque de ações. Iniciou com as inúmeras arbitrariedades, ilegalidades e ações inconstitucionais patrocinadas pela Força Tarefa da Operação Lava-jato, em especial, a chocante criminalização do PT e a incessante, descarada e vergonhosa caça ao ex-presidente Lula e tudo diante de uma Corte Constitucional inerte e intimidada pela opinião publicada. Nesta fase a oligarquia conservadora saiu, parcialmente, vencedora com a grande derrota do PT nas eleições municipais de 2016.   

Apeada a Presidenta Dilma sob as barbas de um STF acovardado e conivente, deu-se prosseguimento ao quinto round com as seguintes ações: o desmonte do Estado com a PEC 241, a entrega do que restou de nossas riquezas naturais, o fim da CLT com a famosa prevalência do “negociado sobre o legislado”, a reforma da previdência e o flagrante atentado à Constituição Federal, em especial, aos Direitos e Garantias Fundamentais do Cidadão. 

No sexto round aparece com mais vigor e já de forma escancarada o STF. Todos nós sabemos que será muito difícil um Juiz de primeira instância decretar a prisão do ex-presidente Lula com base apenas em “convicções” dos Procuradores da República, pois, isso poderia levar o país a uma perigosa convulsão social, inclusive, com repercussão internacional. Diante desse iminente perigo o STF achou uma forma mais branda e "legítima" para se prender o presidente Lula: o STF deu uma surpreendente e abjeta interpretação ao histórico princípio da presunção de inocência. Se Lula for condenado em segunda instância poderá ser preso e estará, automaticamente, inelegível para 2018.

Neste mesmo round o STF mais uma vez nos surpreende em prol do golpe. Recentemente a Corte Superior, talvez para impedir reações dos servidores contra a PEC 241, decidiu que a greve no setor público é ilegal, assim, o governante pode descontar nos vencimentos dos servidores os dias parados com a greve. Outra ação acontecerá em breve no STF. Os ministros decidirão um Recurso Extraordinário de uma Empresa de Celulose que pretende terceirizar as atividades fins de sua empresa. Se aprovado e tudo indica que sim, a decisão terá repercussão geral e cairá por terra a Súmula 331 do TST, que protege a classe trabalhadora da precarização do emprego por meio da terceirização fraudulenta. Será um retrocesso sem precedente contra a classe trabalhadora!

O sexto round diz respeito às eleições de 2016. O Jornal FSP publicou matéria afirmando que o TSE poderá desmembrar o processo de Prestação de Contas da presidenta Dilma da Prestação do traíra Michel Temer, ou seja, certamente, o presidente ilegítimo terá suas contas aprovadas e Dilma terá as suas rejeitadas, inclusive, podendo ser denunciada por crime.

Por fim, poderemos assistir, em breve, o derradeiro round do golpe, ou melhor, o golpe dentro do golpe. O traíra, Michel Temer poderá ser apeado do seu cargo em 2017 e com isso haveria eleição indireta, ou seja, o Congresso terá a missão de eleger um novo presidente que comandará o Brasil até o final de 2018. E quem será o escolhido? A nossa aposta está em três candidatos, pela sequência: FHC, Aécio Neves ou o Ministro Gilmar Mendes. É esperar para ver!

Diante deste escabroso quadro e pela narrativa acima, não nos resta dúvida de que a oligarquia conservadora venceu essa luta, se não foi por nocaute, foi por pontos, resta saber se a esquerda terá chance numa, "possível", revanche em 2018!

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