terça-feira, 24 de maio de 2016

TEMER: AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA!

Não é novidade, nem para o mundo mineral, como diria o mestre Mino Carta que o afastamento da presidenta Dilma não passou de um golpe político-jurídico-midiático. Um estupro a Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito.

Da mesma forma não nos causa espanto a linha neoliberal adotada por este governo provisório. Mesmo antes da posse de Temer o programa do PMDB denominado “Ponte para o Futuro” já apontava nesse sentido com as suas propostas de reforma da previdência social e flexibilização das leis trabalhistas contrários aos interesses dos trabalhadores, fim das políticas sociais, criminalização dos movimentos sociais, privatização com a entrega das nossas riquezas aos EUA e para a iniciativa privada, enfim, implantação do tão cantado, mas falido estado mínimo de triste memória.

O anuncio de tais medidas somadas ao processo golpista foram como combustíveis no fogo da indignação dos movimentos sociais que vem promovendo grandes manifestações denunciando o golpe contra a democracia e a classe trabalhadora.

Passados apenas onze dias da posse de Temer a luta dos movimentos sociais ganha força com uma bomba que explodiu no colo de Temer com estilhaços atingindo várias figuras proeminentes dos três poderes da república. Vazou para a imprensa um grampo extremamente comprometedor do senador do PMDB, Romero Jucá, ministro licenciado do governo Temer conversando com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Segundo a jornalista, Helena Sthephanowitz do site “Rede Brasil Atual” as “gravações obtidas pela PGR apontam que o ministro Romero Jucá, sugeriu um pacto para deter a Operação Lava Jato. O diálogo do peemedebista foi mantido com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em março – semanas antes da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Na conversa, Jucá, que já havia sido citado em delações premiadas, sugere a necessidade de uma resposta política para evitar que as investigações chegassem ao juiz Sérgio Moro. "Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo (de Dilma para Temer) para estancar essa sangria" e acrescentou que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional "com o Supremo, com tudo", quando Machado diz: "aí parava tudo" e delimitava onde está. Jucá, relatou manter conversas com "ministros do Supremo" os quais (sem citar nomes) teriam relacionado à saída de Dilma ao fim das pressões da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato". Jucá ainda faz afirmação que coloca sob suspeita as “autoridades” de Curitiba. Ele fala que o Marcelo e a Odebrecht vão fazer delação seletiva, ou seja, vai escolher quem deve se “ferrar” e quem deve ser poupado.

Realmente a conversa do senador Romero Jucá é assombrosa, é a prova de que a condução da operação lava-jato está sob suspeita, que o governo Temer é natimorto, que o processo de impeachment da presidenta Dilma é uma trapaça, um golpe, que o objetivo central desse golpe é paralisar as investigações da lava-jato ("essa porra") e por último que há fortes indícios do envolvimento de autoridades do Judiciário e do MP nessa trama golpista. 

Esse caso da gravação da conversa do senador Romero Jucá com o seu comparsa tem outro fato que chama atenção e que levanta suspeita: segundo noticiado  o Procurador Rodrigo Janot teria tido acesso a tal gravação em março, caso isso se confirme, por que o Procurador, diante de um caso gravíssimo desse não tomou as devidas providências? Teria ele prevaricado? O povo brasileiro exige uma pronta explicação do Chefe do Ministério Público Federal, Dr. Rodrigo Janot. 

Assim e diante de toda essa podridão, só há uma saída para o país: o retorno da presidenta Dilma ao cargo que o povo lhe delegou e a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para realizar a reforma política. Fora disso é o caos e a certeza de em breve vivenciarmos a ruptura do tecido social com graves e inimagináveis consequências para futuro do povo brasileiro.

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