O Brasil acompanha passo a passo a Operação Lava-jato e os desdobramentos
dessa investigação que se assemelha em muito com a Ação Penal 470 (mensalão),
notadamente, com relação à cobertura midiática e a condução do inquérito.
Já
opinamos, anteriormente, que malgrado, a Operação Lava-Jato ser mais uma prova
da autonomia da PF e do MP no combate à corrupção, não se pode negar o viés
politico que tomou conta de tal investigação e a clara tentativa de se envolver
o PT, a Presidenta Dilma e o ex-presidente Lula.
Aliás,
o próprio Advogado Antônio Figueiredo Basto - um tucano
declarado - que
orienta a delação premiada do doleiro Alberto
Yousseff ratifica essa afirmativa da politização dessa Operação. Em entrevista,
à Mônica Bergamo, o nobre Causídico deixou transparecer que o alvo dos
próximos depoimentos é o ex-presidente Lula, inclusive, dizendo que a Presidenta Dilma “deveria se desvincular imediatamente do PT,
porque PT significa atraso e corrupção”.
Como
já foi noticiado, o envolvimento de Políticos com foro privilegiado nessa
investigação fez com que parte do inquérito fosse desmembrado e entregue ao Dr.
Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República (PGR), para as devidas
investigações e possíveis denúncias contra os envolvidos.
Apresentada
a lista de políticos ao PGR, logo veio a público a relação dos envolvidos.
Dentre eles figuram nomes do alto escalão da política, como por exemplo,
Eduardo Cunha, Presidenta da Câmara dos Deputados e Renan Calheiros, Presidente
do Senado, e como sempre a grande surpresa: foi dada como certa a inclusão do
Senador Aécio Neves, porém, mesmo sendo citado pelo delator Alberto Yousseff, o
“nobre" PGR, retirou Aécio das investigações.
O “curioso” dessa posição
do Parquet é que outros envolvidos serão investigados a partir de
elementos muito menos robustos do que aqueles contra o Senador Aécio Neves.
O nome
do Senador Mineiro aparece envolvido na famosa “Lista de Furnas”. Esse
escândalo diz respeito a desvios de recursos financeiros da Empresa de Furnas
ao PSDB e PP, por intermédio de Dimas Toledo, um dos Diretores da empresa,
indicado por Aécio Neves. O fato foi denunciado, publicamente, pelo Deputado
Estadual Rogério Correia (PT/MG). Após a
divulgação da citada lista, políticos do PSDB entraram em desespero. Primeiro,
tentaram, com o apoio da mídia, desqualificar o fato alegando a falsidade da
lista; depois iniciaram uma perseguição a jornalistas que deram publicidade ao
caso, e finalmente, ousaram incriminar o Deputado Rogério Correia como
falsário. No entanto, nada disso surtiu efeito. O documento foi periciado pela
Polícia Federal e se comprovou a sua autenticidade, o que ensejou a denúncia
contra Dimas Toledo, por parte da Procuradora da República, Andrea Bayão.
Depois
desse fato, eis que surge o vídeo divulgado pelo STF, no qual o doleiro Alberto Yousseff, afirma na Delação Premiada da Operação Lava-jato o
possível envolvimento de Aécio Neves na “Lista de Furnas”. Segundo Yousseff,
ele ouviu do Deputado Federal José Janene e do presidente da
empresa Bauruense, Airton Daré, que Aécio Neves dividiria uma diretoria de
Furnas com o PP e que uma irmã dele faria a suposta arrecadação de recursos. O
doleiro afirma ainda, que algumas vezes, auxiliou Janene a transportar propinas
pagas pela empresa Bauruense por contratos em Furnas. A propina teria sido
paga, entre 1996 e 2000 – durante o governo FHC. Yousseff,
disse ainda, que Janene arrecadava entre US$ 100
mil e US$ 120 mil mensais, com pagamentos em espécie, em dólares ou reais.
Frente
a essa nova denúncia de Yousseff, Parlamentares do PT
protocolaram, junto à PGR, Representação em face de Aécio Neves. Segundo o
Deputado Rogério Correia a falta de provas alegadas para arquivar as denúncias
contra Aécio ganha conexão lógica de causa e efeito se reunidas às declarações
de Yousseff e o todo conjunto probatório à
denúncia feita pela Procuradora Andréia Baião em 2010.
Assim,
e diante de tudo isso, fica claro que há fortes indícios do envolvimento de Aécio Neves nesse escândalo
da “Lista de Furnas”. Dessa maneira, o que se espera é que o nobre Procurador-geral da
República cumpra o seu dever e instaure a devida investigação contra o Senador
Mineiro, caso contrário, ganhará força a tese de que está em curso no país uma
institucionalizada ação para criminalizar o PT e o maior líder Político do
país, Luiz Inácio Lula da Silva.
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