sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O CENÁRIO PARA O GOLPE ESTÁ PRONTO

A direita conservadora do Brasil nunca engoliu as quatro vitórias consecutivas dos Trabalhistas e de seus aliados, mesmo sabendo que tais vitórias aconteceram  dentro de um processo democrático, ou seja, por meio do voto livre e soberano do povo brasileiro.

Mas não obstante essas sucessivas derrotas, temos de reconhecer que a nova UDN está lutando de forma inteligente para tentar retomar o Poder, mesmo que seja de maneira sórdida e antidemocrática. 

Aliás, nesse sentido o ex-presidente Lula disse:"...Mais uma vez eles falharam na tentativa de voltar ao poder pelo voto. Ao que tudo indica, não querem mais esperar outra derrota: partem claramente para a desestabilização, investem na crise, apostam no caos. Na falta de votos, buscam atalhos para o poder, manipulando a opinião pública e constrangendo as instituições..."

A armadilha montada pelos neoudenistas contra os Trabalhistas é à mesma adotada por alguns boxeadores que sabem que não têm forças para nocautear o adversário e por isso tentam miná-lo com vários e sucessivos golpes.

Evidente que essa tática política só está sendo possível porque a direita soube cooptar imprescindíveis aliados, como por exemplo, a “mídia nativa”, parte do Poder Judiciário e do Ministério Público, parte da Polícia Federal, do Tribunal de Contas e de outros velhos e conhecidos comparsas.

Para termos uma ideia do abjeto complô que está sendo montado para derrubar a Presidenta Dilma, reproduzimos o e-mail enviado a todos os chefes de núcleo pela Diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Fariacom o seguinte conteúdo: “Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato - Atenção para a orientação Sergio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”. Essa denúncia foi veiculado pelo brilhante jornalista Luis Nassif.

O primeiro round dessa luta foi a Ação Penal 470 (AP 470) que teve como protagonista o Ministro Joaquim Barbosa. A tática foi iniciar um profundo desgaste da imagem governo junto à sociedade e criminalizar o PT.

O segundo round é a Operação Lava-jato que, desta feita, tem como herói o Juiz Federal, Sérgio Moro. O modus operandi dessa ação é muito semelhante com a AP 470, especialmente, os holofotes midiáticos. Aliás, essa investigação está chamando atenção dos juristas pelas inúmeras arbitrariedades e ilegalidades cometidas, como por exemplo, a validação de depoimentos na Delação Premiada sem qualquer prova, considerando como verdade apenas a palavra do corrupto. Outro fato gravíssimo sobre a condução dessa investigação foi denunciado ao jornalista Paulo Henrique Amorim. Em carta um cidadão narra a crueldade, ou melhor, a tortura psicológica, sofrida pelos presos da Operação Lava-jato na masmorra da PF, denominada de "Guantánamo do Dr. Moro". O fato se verdadeiro, é um flagrante atentado ao Estado de Direito Democrático e demonstra de forma, inequívoca, que as garantias individuais “foram solapadas em nome das idiossincrasias desse magistrado”.(veja a denúncia no seguinte link:http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2015/02/06/os-dias-e-as-noites-na-guantanamo-do-dr-moro/

A propósito, sobre essas anomalias da Operação Lava-jato, o brilhante Advogado criminalista, Elias Mattar Assad, em entrevista disse:"...O perigo disso é que nós estamos inaugurando uma nova fase no processo penal brasileiro onde o Ministério Público acusa formalmente, o juiz acusa e agora o réu se autoacusa e acusa terceiros. Conclusão: estamos inaugurando uma era do processo penal onde só tem acusação. Inclusive do réu. Estamos no processo penal do terror...Em nome de que princípio que aquela pessoa deixou de ser 'bandido', 'criminoso', e passou a ser um auxiliar do Ministério Público...?"

O terceiro roud, ridiculamente, foi o Parecer - ideológico e não técnico - do Jurista ultrarreacionário, Ives Gandra favorável ao impeachment da Presidenta Dilma. Esse Parecer atendeu a um pedido, não menos ridículo, de um dos Advogados de FHC.

E o quarto round, talvez o mais importante, foi a eleição do ultraconservador Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara. Aqui mais uma vez destacamos a importância dos aliados dos sinhozinhos da “Casa Grande”, notadamente, a imprensa. Em momento  nenhum, durante a campanha para a presidência da Câmara, a mídia repercutiu como sempre faz contra Políticos do PT e aliados, a  vida pregressa do nobre Deputado Eduardo Cunha. A propósito, se o amigo quer conhecer a “Ficha Corrida” de Eduardo Cunha basta acessar o sitio do Jornalista Luiz Nassif: http://jornalggn.com.br/noticia/a-ficha-de-eduardo-cunha-o-mais-novo-notavel-da-republica

Com a eleição de Eduardo Cunha, somado a composição da Câmara mais conservadora desde 1959, o Brasil corre sérios riscos de viver uma imensa crise institucional e um colossal retrocesso nas Políticas sociais, de direito humanos e na Reforma Política. Com relação a essa Reforma Eduardo Cunha já mostrou para que veio. Retirou da CCJ a competência de admissibilidade da PEC da Reforma Política que prevê dentre outros pontos, constitucionalizar o financiamento privado (mãe de todas as corrupções) para as eleições e repassá-la para decisão do plenário da Câmara, onde já se sabe que o governo perde. Somando-se a isso, não podemos nos esquecer da intransigência de Cunha com relação às políticas afirmativas, especialmente, aquelas em favor das causas LGBT e sua total e explícita oposição ao Projeto de Regulação dos Meios de Comunicação.

Mas o derradeiro round para a oposição golpista, depois da sangria do PT e da eleição de Cunha é reabrir a CPI da Petrobras e tentar o impeachment da Presidenta Dilma e do seu Vice Michel Temer. O cenário e o enredo estão prontos: apoio incondicional da mídia para o golpe, Operação Lava-Jato, Parecer do Dr. Ives Gandra, desgaste do Governo e do PT, fragilidade e falta de reação da Presidenta e a passividade dos movimentos sociais. Portanto, estamos diante de uma iminente ruptura institucional e da possibilidade de termos como Presidente da República, nada mais, nada menos, do que um confesso homofóbico e um fiel representante da "Casa Grande". Seu nome: Eduardo Cunha! 



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