sábado, 18 de outubro de 2014

ELEIÇÃO 2014: O NEOFASCISMO SAI DA TOCA

Estamos participando de mais uma eleição polarizada entre o PT X PSDB, ou seja, estão em disputa dois Projetos distintos: de um lado o Trabalhismo e de outro o Neoliberalismo. Porém, esse debate está sendo sufocado por setores fascistas da sociedade e pela “mídia nativa” para favorecer Aécio Neves.

Esse premeditado desvio de confrontos de ideias, despertou o que de mais reacionário temos na política brasileira. O preconceito, a intolerância e o ódio ao PT e às minorias se tornaram palavras de ordem na boca desses neofascistas tupiniquim que encontram na mídia o seu grande aliado.

Um dos primeiros atos de intolerância e ódio aconteceu durante as manifestações de junho, com o surgimento dos “Black Bloc”. Depois ocorreu na abertura da Copa do Mundo, quando a elite cheirosa tomada de cólera e numa das cenas mais dantesca e patética de 2014, começou a xingar a Presidenta, dizendo: “Dilma vai tomar no c..”.

Após esses atos, já no calor das eleições, coube ao “doutor” FHC destilar o seu veneno preconceituoso. Em entrevista, o ex-presidente disse:“...Essa caminhada do PT dos centros urbanos para os grotões é um sinal preocupante do ponto de vista do PT porque é um sinal de perda de seiva ele estar apoiado em setores da sociedade que são, sobretudo, menos informados”.

Nessa mesma linha raivosa e preconceituosa, uma comunidade com quase 100 mil usuários denominada “Dignidade Médica”, chegou, também, ao limite da intolerância. As postagens do grupo pregam "castrações químicas" contra nordestinos, profissionais com menor nível hierárquico, e propõe um "holocausto" entre os eleitores petistas.


Depois desses fatos, multiplicaram-se os casos de intolerância e comentários preconceituosos e raivosos. Em São Paulo o cadeirante Ênio Rodrigues foi agredido e ameaçado por portar uma estrelinha do PT e adesivo da Dilma. No Rio de Janeiro o artista, Gregório Duvivier, que declarou seu voto a Dilma, foi insultado e ameaçado em um restaurante. Se não bastasse, o decadente e covarde ator Dado Dolabella, disse a Duvivieré: “...na boa, alguém que fala estou com Dilma, para mim, soa tipo: estou com ebola. Digno de pena e reclusão da sociedade. Um marginal”.

Recentemente, outro caso de ódio chamou atenção. Dessa feita, foi contra a Presidenta Dilma que após sofrer uma hipoglicemia depois do debate do SBT, foi insultada de maneira chula pelo médico gaúcho, Milton Pires que postou em seu Facebook o seguinte e abominável comentário: “Tá passando mal? A pressão baixou??? Chama um médico cubano, sua filha da puta!” Esse médico é especialista em terapia intensiva e trabalha no CTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre. Se esse médico, ou melhor, monstro, chegou a esse ponto de rancor, imagina se no seu plantão, descobre que um paciente é Petista?

Mas esse desprezível comentário sobre a Dilma não ficou apenas por conta desse ignóbil, pois, até Aécio Neves, de maneira covarde, debochada e hipócrita falou por telefone à Marina Silva: “Deu o desespero. Viu que ela passou mal?”.

Para fechar com chave-de-ouro coube ao ex-governador, Alberto Goldman (PSDB/SP), destilar seu veneno preconceituoso e golpista. Disse o Tucano: "O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia  essa é, de fato, a elite brasileira – rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata...Dilma não teria condições de governar o Brasil". 

Refutando Goldman, o jornalista Breno Altman, escreveu: “...isso quer dizer que os votos dos brasileiros que ganham menos de dois salários mínimos, entre os quais Dilma teve 52%, vale menos que a elite brasileira identificada pelo ex-governador?...Esse discurso não é apenas antidemocrático. Apela também para o preconceito social e a fúria de classe contra os pobres...Será que ele prega o voto censitário? O que pensa parece inspirado no que foi escrito sobre Getúlio Vargas no anos 50. Dilma não pode vencer. Se vencer, não pode governar. Se governar tem que cair".


Diante de toda essa barbárie, resta-nos rechaçar, de maneira veemente, essas atitudes fascistas da campanha de Aécio Neves que vem pregando o ódio, o preconceito social, o racismo e a homofobia. A vitória dessas forças reacionárias conjugada com um Congresso conservador poderá recrudescer, ainda mais, esses atos de intolerância resultando em sérios riscos ao estado democrático de direito. Realmente assiste razão ao Nélson Rodrigues: ”os idiotas perderam a modéstia e os agressores, de alma fascista, agora saem da toca”.

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