quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A DEMOCRACIA VENCEU O ÓDIO E A INTOLERÂNCIA

Dia 26 de outubro de 2014, o povo brasileiro participou, de forma livre e democrática da sétima eleição geral, após, a redemocratização do país em 1988.

Nessa eleição dois projetos políticos distintos se apresentaram ao povo brasileiro: de um lado o Trabalhismo, representado pela candidata Dilma Rousseff (PT) e do outro o Neoliberalismo, defendido por Aécio Neves (PSDB). Porém, o debate sobre essas ideias, foi sucumbido e encoberto, propositalmente, por uma saraivada de denúncias e factoides midiáticos e lamentáveis discursos carregados de ódio tacanho, intolerância e todo tipo de preconceito, aliás, “nunca na história deste país”, ficou tão evidente o preconceito das elites conservadoras.

Apurados os votos e anunciados os resultados das eleições, os Partidos Políticos e os analistas de plantão se apressaram para analisar os números e identificar os responsáveis pela vitória e pela derrota, com uma particularidade: o trabalho extrapolou todos os limites de civilidade, pois, assim como ocorrera durante a campanha oposicionista, certos analistas enveredaram-se pelas opiniões preconceituosas e carregadas de ódio, além do que, muitos tentam incutir na opinião pública a falsa e perigosa ideia de que o país está dividido ao meio.

A maior prova de uma análise preconceituosa, baixa e repudiável, veio do asqueroso jornalista, Diogo Mainardi que no programa “Manhattan Conection”, da GloboNew, ao analisar o resultado das eleições responsabilizou o povo nordestino pela derrota do seu candidato Aécio Neves:“...o Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi BOVINO, sempre foi subalterno em relação ao poder, durante a ditadura militar, depois com o reinado do PFL e agora com o PT. É uma região atrasada, pouco educada, pouco construída que tem uma grande dificuldade para se modernizar na linguagem. A imprensa livre só existe da metade do Brasil para baixo. Tudo que representa a modernidade tá do outro lado”.

Se não bastasse o preconceito, a oposição raivosa e alguns analistas tentam, também, deslegitimar a vitória de Dilma  com o pérfido argumento de que o país foi dividido entre as regiões do Norte e Nordeste e as regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste. O jornal “O Globo, por exemplo, afirma que o país está dividido entre os que produzem e pagam impostos e os beneficiários de programas sociais. Balela! Basta confrontar os números do para se chegar à outras conclusões.

A Presidenta Dilma teve 54,5 milhões de votos, destes 54,82% vieram das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, e 45,08% das regiões Norte e Nordeste. Ademais, na região Sudeste, Dilma venceu nos dois dos três maiores colégios eleitorais, Minas Gerais (52,4%) e Rio de Janeiro (54,9%), ou seja, na terra natal de Aécio e na sua terra adotiva.

No caso do jornal “O Globo”, o argumento é mais falso ainda! São Paulo é o Estado com o maior número de beneficiários do “Bolsa Família”, no entanto, Dilma foi massacrada naquele Estado.

Aliás, comentando esses números e as maldosas análises citamos um texto do blog MudaMais:”...A vitória de Dilma foi a vitória do povo brasileiro em toda a sua abrangência, diversidade, pluralidade, regionalidades. Ainda que Dilma não tenha vencido em todas as regiões do país, é equivocada a leitura de um país dividido por região ou por renda – leitura essa que prega certo ódio e um sentimento antidemocrático...”

Mas, malgrado todo o chororô, temos, ainda, de conviver com o  desespero de políticos que estão pregando um “terceiro turno”, ou seja, um golpe, como é o caso de José Aníbal do PSDB/SP que em seu Twitter escreveu:  “Lacerda dizia de Getúlio: Não pode ser candidato! Se for, não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse não pode governar”. Será uma ameaça?

Portanto, mesmo respeitando as lamúrias oposicionistas/udenistas, a análise que fica dessa eleição é que a vitória de Dilma Rousseff, numericamente foi pequena, mas politicamente, foi gigantesca, pois, ela venceu, não apenas, o candidato da direita, Dilma  venceu os sistemas econômico e financeiro, os barões da mídia, a intolerância e a elite mais conservadora e preconceituosa do país. Venceu a democracia!


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