É
sabido que Marina Silva só é candidata, como ela mesma gosta de
dizer, graças à “providência divina”, o que convenhamos beira
à soberba e a prepotência, aliás, características dos
fundamentalistas religiosos.
Passada
a comoção e a espetacular cobertura midiática sobre o fatídico
acidente que vitimou Eduardo Campos e seus companheiros, e a gritante
exploração eleitoral do fato, eis que surge a “metamorfose
ambulante”, Marina Silva como a verdadeira salvadora do
neoliberalismo tupiniquim.
A
“mídia nativa” e a oposição conservadora já desesperados com
o cambaleante Aécio Neves, não teve dúvidas e se agarraram à
candidata Marina, para tanto, intensificaram o tiroteio contra Dilma
Rousseff para favorecer a “Fadinha das Florestas”, e parece que
está surtindo efeito.
Marina,
além de suas contradições, tenta se apresentar contra a "velha
política" e como uma candidata da terceira via, no entanto, o
seu discurso aponta, de maneira clara, na direção das ultrapassadas
políticas neoliberais e do fundamentalismo religioso, e tudo isso
alimentado pelos segmentos mais conservadores da sociedade, como por
exemplo: parte dos evangélicos, banqueiros, usineiros, empresários,
a “mídia nativa” e vários políticos neoudenistas, tais como,
Marco Feliciano, José Agripino Maia, Jorge Bornhausen, Heráclito
Fortes, Ronaldo Caiado, José Serra, dentre outros.
No campo dos direitos humanos, Marina em
um primeiro momento se comprometeu com as causas do LGBT, mas depois de um
puxão de orelhas do Pastor Silas Malafaia, teve seu primeiro surto de "metamorfose ambulante", recuando e retirando o seu apoio à aprovação
do PLC 122/06, que dentre outras coisas, equipara os crimes de discriminação de
gênero com os crimes de racismo, elimina os obstáculos para adoção de crianças
por casais homossexuais e tem como proposta o casamento civil gay igualitário,
sem contar à sua ferrenha oposição às pesquisas com célula tronco. Outro
retrocesso da insegura Marina: antes ela escreveu: “A
tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não
lhe cabe o manto da Lei de Anistia”. Agora, em entrevista ao G1 Marina disse ser contra
a revisão dessa lei.
Na área econômico as propostas são
claramente neoliberais, a começar pelos os seus gurus: Eduardo Giannetti, André
Lara Resende, ex-assessor e ex-presidente do BNDES de FHC, Neca
Setubal uma das donas do Banco Itaú, dentre outros.
Todos estes gurus, bem como Marina são,
declaradamente, defensores das políticas neoliberais, tais como: autonomia do
Banco Central, que significa que os banqueiros é que vão mandar no Brasil e na
política de juros; Pré-sal não é prioridade, isso é renunciar a maior riqueza
produzida no Brasil, a maior fonte financeira para saúde e educação e o fim dos
estaleiros e dos empregos; terceirização no setor privado, não passa da
precarização das relações de trabalho; não intervenção do Estado na economia,
pode ser o fim do apoio dos bancos públicos e do BNDES para as indústrias,
comércio, etc; diminuição dos gastos públicos, que significa fim das obras
estruturais e fim dos empregos; mudança na política de reajuste do salário
mínimo, que nada mais é do que o arrocho nos salários da classe trabalhadora; diminuição do papel do Estado na solução dos conflitos trabalhistas coletivos, isso pode limitar a Justiça do Trabalho que terá, apenas, uma função de arbitragem pública. Dentre outras execráveis medidas neoliberais.
Aliás, sobre os projetos de Marina o mais respeitado intelectual e Teólogo do Brasil, Leonardo Boff, concedeu uma contundente entrevista da
qual pinçamos essa parte sobre a autonomia do Banco Central: ”...Renunciar à
soberania monetária do país é entregá-la ao jogo do mercado, dos bancos e do
sistema financeiro capitalista...Um presidente/a é eleito para governar seu
povo e um dos instrumentos principais é o controle monetário que assim lhe é
subtraído. Isso é absolutamente antidemocrático e comporta submissão à tirania
das finanças que são cada vez mais vorazes...Os pobres perderam
uma aliada e os opulentos ganharam uma legitimadora".
Na
área agrícola, que é o grande responsável pelo crescimento do PIB, a
insegurança, a manipulação e as contradições de Marina são gritantes. A
candidata, coerente com os seus princípios, cansou de discursar contra uso de
sementes transgênicas, porém, assim que Marina assumiu sua candidatura, teve o
desplante de dizer: “Há uma lenda de que eu sou contra transgênicos, mas isso
não é verdade”.
Aliás, sobre essa falsidade de Marina,
o renomado ambientalista, Dener Giovanini, escreveu:”.... Ao afirmar que “há uma lenda de que eu sou contra os
transgênicos, mas isso não é verdade”, a ex-ministra Marina incorporou
definitivamente o que de mais podre existe no que ela define como a “velha
política”: tentar manipular o passado para garantir uns votinhos no presente.
Naquele exato momento, na bancada do JN, Marina Silva perdeu de vez a noção da
realidade. Apequenou-se”.
Diante de tudo isso, chegamos a duas conclusões: a primeira é
que Marina não entendeu que o Brasil é um Estado laico e não teocrático ou
confessional; e segundo, fica claro que Marina Silva recepcionou o receituário
neoliberal, o mesmo que outrora quebrou o Brasil. Por essas razões que
afirmamos: realmente, Marina não passa de um FHC de saias, inclusive, já vem
dizendo: “esqueçam tudo que eu escrevi”!
0 comentários:
Postar um comentário