Os ilustres leitores desse Blog já deve ter percebido que
sempre procuramos, nos nossos textos, analisar o comportamento da mídia, em
especial, com relação à Política, e por inúmeras vezes afirmamos que a imprensa
brasileira se transformou no mais ferrenho opositor dos Governos Trabalhistas
de Lula e Dilma. Aliás, a própria ex-presidente da Associação Nacional de Jornais, a jornalista
Judith Brito, disse que a “imprensa é o maior Partido de oposição no Brasil”.
Evidente que nossa critica não
significa que somos contra o jornalismo investigativo e a liberdade de
imprensa, ao contrário, respeitamos muito o trabalho e sabemos da importância
da mídia, inclusive, no combate à corrupção, porém, o que temos assistido nos
últimos tempos é a desavergonhada prática do jornalismo declaratório.
Deixamos claro, também, que
nossa opinião não é mera paixão ideológica, basta observamos o comportamento da
imprensa para constatar que realmente há um escandaloso processo de
partidarização midiática em curso no país, e os exemplos são muitos, basta
confrontar as coberturas dos escândalos políticos.
O exemplo mais emblemático foi
a “fantástica” cobertura do julgamento da Ação Penal 470 com relação a outros
escândalos de corrupção muito maior, especialmente, envolvendo os governos do PSDB,
como por exemplo: a “Privataria Tucana” que custou aos cofres públicos a
bagatela de R$ 100 bilhões; o Banestado com prejuízos de R$ 42 bilhões; O caso
COPASA com o desvio de dinheiro da saúde, causando prejuízo de R$ 4,3 bilhões
ao Estado, e mais recentemente os escândalos do Metrô de São Paulo com um rombo
da ordem de R$ 2,0 bilhões, e a gritante incompetência do Governo Alckmin com o
“apagão da água” em São Paulo. Todos esses escândalos não tiveram 10% da
cobertura do julgamento da citada ação penal.
Mas se algum leitor acha que essa
constatação não passa de uma questão ideológica ou de mero chororô, hoje há um
instrumento, puramente técnico, que comprova nossa argumentação e demonstra de
forma inequívoca a parcialidade da “mídia nativa”.
Foi criado pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ o
“Manchetômetro”. Essa ferramenta é produzida pelo Laboratório de Estudos de
Mídia e Esfera Pública com registro no CNPq., sem qualquer filiação partidária
ou com grupo econômico. O “Manchetômetro" é um
website de acompanhamento diário da cobertura das eleições de 2014 na grande
mídia, especificamente, nos jornais Folha de S. Paulo, O Globo, Estado de S.
Paulo, e no JN da TV Globo.
Dentre os vários estudos do
“Manchetômetro” fica comprovado o quanto a imprensa vem agindo para prejudicar
a reeleição de Dilma e beneficiar os candidatos de oposição. A título de
exemplo, vamos citar alguns dados divulgados pelo site http://www.manchetometro.com.br/.
Com relação às manchetes e
chamadas de capa favoráveis e contrárias a cada candidato temos os seguintes
dados no período do dia 06/07 até hoje: Aécio teve 10 matérias favoráveis, 20
contra e 105 neutras; Já Marina, teve 19 favoráveis, 48 contrárias e 134
neutras. Dilma teve 04 favoráveis, 109 contrárias e 146 neutras.
Com
referência ao Governo Federal os números são, também, gritantes. Aqui foram
computados considerando o tempo das notícias favoráveis e contrárias ao governo
no mesmo período acima citado: Favoráveis foram 29min e 53 seg.; contrárias
foram 10hs, 24min e 33seg e neutras foram 07hs, 17min. e 50seg.
Seguindo
a mesma linha, a mídia não foi leal também com os Partidos da base do governo.
Vamos aos números considerando o tempo de notícias: PMDB: Favorável: 09min e
48seg. Contrárias: 51min. e 41seg; Neutra: 01h., 05min. e 43seg. PSB:
Favorável: não teve; Contrárias: 10min. e 23seg; Neutra: 01h, 57min. e 14seg.
PSDB: Favorável: 08min. Contrárias: 01h. 22min. e 19seg. Neutra: 02hs,
09min. e 46seg. PT: Favorável:
55seg. Contrárias: 03hs, 48min. e 41seg; Neutra: 01h 57min. 02seg.
Diante desses poucos dados, o
restante o amigo leitor pode consultar no link acima citado, o “Machetômetro”
desmascara a mídia brasileira e comprova, de forma inequívoca, a vergonhosa
partidarização da imprensa brasileira. Realmente assiste razão ao Estadista
Getúlio Vargas: "A
imprensa não ganha eleição, mas ajuda a perder!"
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