Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

sábado, 30 de agosto de 2014

PROFESSOR DA UFJF DESMASCARA MARINA SILVA

Reproduzimos ótimo texto do Professor Gustavo Castañon  postado  Viomundo: 
Ilustração: conversafiada.com.br

por Gustavo Castañon

Candidata Marina Silva, meu nome é Gustavo Castañon. Sou, entre outras coisas, filiado há mais de dez anos ao PSB, partido que hoje a senhora usa para se candidatar, professor na Universidade Federal de Juiz de Fora e um cristão convicto, como acredito que a Senhora também seja, do seu jeito.

Investida de seu eterno papel de vítima, sua campanha lançou um site na internet chamado “Marina de Verdade”(com V maiúsculo mesmo) para combater supostas “mentiras” espalhadas contra a senhora na internet. Vou aqui responder uma a uma as afirmações de seus marqueteiros no site citado, oferecendo os links de fontes das minhas afirmações.


1 – Não Marina, você não sofre preconceito por ser evangélica.
Você é que acredita que todos aqueles que não compartilham de suas crenças queimarão eternamente no fogo do inferno. É o que está claramente descrito no credo (credo 14) de sua agremiação religiosa. Que nome podemos dar a isso? Certamente é um nome mais assustador do que intolerância ou preconceito. Talvez essa seja a origem de seu maniqueísmo, já que separa o mundo entre os bons, que apoiarão seu possível governo, e os maus, que lhe fariam oposição, como eu. O seu problema não é ser protestante. É ser da Assembleia de Deus, associação pentecostal de vários ramos que interpreta literalmente o Antigo Testamento, e que tem entre seus pastores Marcos Feliciano, que vende curas a paraplégicos, e Silas Malafaia, este homem que hoje defende da “cura gay” à teologia da prosperidade e vende bênçãos de Deus. Eu me pergunto: o que alguém que faz parte de uma organização que faz comércio com a palavra de Cristo é capaz de fazer na vida política? Qual o nível de inteligência que pode possuir alguém que faz interpretações tão rasteiras do significado da Bíblia? Essas são perguntas legítimas que as pessoas se fazem, e não por preconceito, mas por conceito.

2 – Não Marina, o Estado Laico deve intervir nas práticas religiosas quando são fora da lei.
Se uma religião resolve reinstituir o sacrifício de virgens dos Astecas ou a amputação de clitóris comum em alguns países muçulmanos hoje, o estado tem que observar inerte essas práticas em nome da liberdade religiosa e do laicismo? Não, candidata. Nenhuma organização está acima da lei num Estado Laico.


3 – Não Marina, você não é moderna, você é uma fundamentalista mesmo.
O fundamentalismo religioso não é a negação do Estado Laico, essa é só uma espécie de fundamentalismo, o teocrático. O fundamentalismo se caracteriza pela crença de que algum texto ou preceito religioso seja infalível, e deva ser interpretado literalmente, tanto em suas afirmações históricas como comportamentais ou doutrinárias. E o ataque ao Estado Laico pode vir também pela incorporação de leis, que desrespeitem as minorias religiosas ou não religiosas, impondo um valor comportamental de determinada religião a todos os cidadãos. Isso faz da senhora uma fundamentalista (Assembleista) que compartilha das crenças de Feliciano e Malafaia, e uma adversária, se não do Estado Laico, do laicismo que deveria orientar todas as nossas leis, pois defende plebiscitos sobre esses temas para impor a vontade das maiorias religiosas sobre as minorias em questões comportamentais.


4 – Não Marina, você é, sim, contra o casamento gay.
Você agora diz que está sofrendo ataques mentirosos na internet sobre o tema, mas sempre se colocou abertamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, defendendo somente a união civil nesse caso. E não adianta simular que o que o movimento gay está reivindicando casamento religioso. O casamento é também uma instituição civil. Você só defende união de bens, sem todos os outros direitos que o casamento confere às pessoas. O vídeo acima e mais esse vídeo aqui provam esse fato de conhecimento público.

PS: Hoje, dia 29/08/2014, ao lançar seu programa de governo, a candidata mudou uma posição defendida por toda vida, faltando um mês para a eleição. Por que?


5 – Realmente Marina, você não é petista.
Você abandonou o partido que ajudou inestimavelmente a construir sua vida política, ao qual você deve todos os mandatos e o único cargo que ocupou até hoje, porque não tinha espaço para sua candidatura à presidência. Hoje, você busca se associar, sem qualquer pudor ou remorso, a inimigos ideológicos históricos do partido, repetindo as práticas que supostamente condena no PT e chama de “velha política”. Só que faz isso somente para chegar ao poder e construindo um projeto oposto àquilo a que defendeu toda a vida.


6 – Realmente Marina, você não é tucana. Mas sua equipe econômica é.
Sua equipe econômica conta com André Lara Resende e Eduardo Giannetti, ex-integrantes da equipe econômica do governo FHC, além de seu coordenador Walter Feldman, que fez toda sua história no PSDB. Suas propostas econômicas são as mesmas do PSDB. Agora, de fato, o que nem o PSDB jamais teve coragem de ter é uma banqueira como porta voz de sua política econômica… Você não quer alianças com governos atuais de nenhuma agremiação, como o de Alckmin, exatamente para manter sua imagem de anti-tudo-o-que-está-aí. Mas não se sente constrangida em ter o vice de Alckmin na coordenação financeira de sua campanha, nem de convidar o “bom” representante de sua “nova política” José Serra para seu governo…


7 – Não Marina. Você defendeu, sim, Marcos Feliciano.
Você afirmou que ele era perseguido na CDH não por causa de suas posições políticas, mas por ser evangélico. Disse que isso era insuflar o preconceito religioso. Não, candidata. Você está falando de seu companheiro de Assembleia de Deus, um homem processado por estelionato, que pede senha de cartão de crédito de seus fiéis, que defende que os gays são doentes e os descendentes de africanos amaldiçoados. Recentemente, esse homem que você afirma ser vítima do mesmo preconceito que você sofreria, afirmou à revista Veja: “Eu não disse que os africanos são todos amaldiçoados. Até porque o continente africano é grande demais. Não tem só negros. A África do Sul tem brancos”. Ao usar essa estratégia de defesa pra ele e para você, você reforça os preconceitos da sociedade e o comportamento de grande parte dos pentecostais de blindar qualquer satanás que clame “Senhor, Senhor” em suas Igrejas.

8 – Não Marina. Você não é só financiada por banqueiros. Eles coordenam seu programa!
Neca Setúbal, herdeira do Itaú, não é só sua doadora como pessoa física. Ela é a coordenadora de seu programa de governo e sua porta-voz, e já declarou que você se comprometeu a dar “independência” (do povo e do governo) ao Banco Central, que fixa os juros que remuneram os rendimentos dela. Da mesma forma, o banqueiro André Lara Resende, um dos responsáveis pelo confisco da poupança na era Collor e assessor especial de FHC, é o formulador de sua política econômica.


9 – Não Marina, você é desagregadora e vilipendia a classe política. Seu governo será o caos.
Você é divisionista e maniqueísta e implodiu meu partido em uma semana de candidatura. Vai deixar seus escombros para trás quando chegar ao poder, como sabemos e já anunciou, para delírio daqueles que criminalizam a política. Seu partido é nanico, e se não o criar com distribuição de cargos, continuará nanico. Com a oposição certa do PT, terá que governar com a mídia e os bancos, que cobrarão o apoio com juros. Precisará do PMDB, que você acusa de fisiologismo, e do PSDB e o DEM, que lhe exigirão não só cargos, empresas públicas e ministérios, mas também a volta das privatizações. A única base congressual que lhe será fiel é a bancada evangélica, que cobrará seu preço com sua pauta de controle dos costumes e seu fisiologismo extremo. Resultado, você vai entregar a alguém o trabalho sujo do fisiologismo ou mergulhará o país no caos.

10 – Não Marina, seu marido foi sim acusado de contrabando de madeira.
E não só isso, foi acusado pelo TCU de doação de madeira clandestina. A senhora usou sua força política de Ministra para impedir que o caso fosse investigado, como sempre fazem na “velha política”. Mais tarde o MP arquivou, como fazem com todas as denúncias contra membros da oposição. Mais uma vez, fato bem comum na “velha política”. Nada é investigado.

11 – Não Marina, Chico Mendes não era da elite. A elite é que o matou.
Em mais uma tergiversação semântica demagógica, num vilipêndio à memória de seu companheiro, a senhora tomou o termo “elite” pelo sentido de elite moral, para acusar de “divisionismo” os que lutam contra a elite econômica brasileira. Essa mesma elite que mantém o Brasil como um dos dez países mais desiguais do mundo e que hoje está acastelada no seu programa de governo e campanha. Seu discurso despolitizante busca mascarar a terrível e perversa divisão de classes no Brasil e é um insulto aos seus ex companheiros de luta. Seu uso demonstra bem à qual elite você serve hoje, e nós dois sabemos que não é à elite moral. A elite moral desse país está lutando contra a elite econômica para diminuir nossa terrível e cruel desigualdade social. E você, Marina, não é mais parte dela.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

HÁ ALGO DE PODRE NO AR

Transcrevemos abaixo ótimo texto do jornalista Fernando Brito postado no blog “Tijolaço”:

Marina acaba de se associar a um crime eleitoral

Independente do resultado “marquetológico” da entrevista de Marina Silva ao Jornal Nacional – e eu acho que foi desastroso – há um elemento gravíssimo nas declarações da nova candidata do PSB.

Marina confessou o conhecimento de um crime eleitoral e a participação nos benefícios desta transgressão.

Ela confessou saber que o avião era produto de um “empréstimo de boca” que seria “ressarcido” – se é ressarcido, tem preço – ao final da campanha.

Poderia, se fosse o caso, dizer que não sabia dos detalhes da contratação do serviço, feita por Eduardo Campos. Mas está amarrada de tal forma no assunto que teve de se acorrentar à fantasiosa versão do PSB.

Que é uma aberração jurídica e contábil, que não pode prevalecer – e não prevalece – em qualquer controle de contas eleitorais.

Até no Acre de Marina Silva, o TRE distribui um formulário onde o dono de um veículo, mesmo que seja um Fusca 82, tem de assinar a cessão e atribuir o valor em dinheiro do bem.

O que dirá para um jato de R$ 20 milhões!

Não há um contrato sequer, não há preço estabelecido e, sobretudo, as empresas (ou o laranjal) que tinham o controle do avião não se dedicam à locação de transporte aéreo.

É um escândalo de proporções amazônicas.

Só menor do que o escândalo que é, depois de tantas confissões, o silêncio do Ministério Público.

Todos se lembram da Procuradora Sandra Cureau, que por um nada partia para cima do Presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff.
Está mudo, quieto, silente.

Acovardado diante dos novos santos da mídia.

A partir de agora, prevalecendo isso, se podem emprestar prédios, frotas, aviões, até uma nave espacial para Marina ir conversar com Deus.

De boca, sem recibo, sem contrato, sem papel.

Na fé.


A VERDADE SOBRE MARINA SILVA

Transcrevemos abaixo um ótimo texto do jornalista Lino Bocchini, na revista Carta Capital, que desnuda a verdade sobre Marina Silva.

É comum eleitores justificarem o voto em Marina Silva para presidente nas Eleições 2014 afirmando que ela representaria uma “nova forma de fazer política”. Abaixo, sete razões pelas quais essa afirmação não faz sentido:

1. Marina Silva virou candidata fazendo uma aliança de ocasião. Marina abandonou o PT para ser candidata a presidente pelo PV. Desentendeu-se também com o novo partido e saiu para fundar a Rede - e ser novamente candidata a presidente. Não conseguiu apoio suficiente e, no último dia do prazo legal, com a ameaça de ficar de fora da eleição, filiou-se ao PSB. Os dois lados assumem que a aliança é puramente eleitoral e será desfeita assim que a Rede for criada. Ou seja: sua candidatura nasce de uma necessidade clara (ser candidata), sem base alguma em propostas ou ideologia. Velha política em estado puro.

2. A chapa de Marina Silva está coligada com o que de mais atrasado existe na política. Em São Paulo, o PSB apoia a reeleição de Geraldo Alckmin, e é inclusive o partido de seu candidato a vice, Márcio França. No Paraná, apoia o também tucano Beto Richa, famoso por censurar blogs e pesquisas. A estratégia de “preservá-la” de tais palanques nada mais é do que isso, uma estratégia. Seu vice, seu partido, seus apoiadores próximos, seus financiadores e sua equipe estão a serviço de tais candidatos. Seu vice, Beto Albuquerque, aliás, é historicamente ligado ao agronegócio. Tudo normal, necessário até. Mas não é “nova política”.


3. As escolhas econômicas de Marina Silva são ainda mais conservadoras que as de Aécio Neves. A campanha de Marina é a que defende de forma mais contundente a independência do Banco Central. Na prática, isso significa deixar na mão do mercado a função de regular a si próprio. Nesse modelo, a política econômica fica nas mãos dos banqueiros, e não com o governo eleito pela população. Nem Aécio Neves é tão contundente em seu neoliberalismo. Os mentores de sua política econômica (futuros ministros?) são dois nomes ligados a Fernando Henrique:Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Rezende, ex-presidente do BNDES e um dos líderes da política de privatizações de FHC. Algum problema? Para quem gosta, nenhum. Não é, contudo, “uma nova forma de se fazer política”.

4. O plano de governo de Marina Silva é feito por megaempresários bilionários. Sua coordenadora de programa de governo e principal arrecadadora de fundos é Maria Alice Setúbal, filha de Olavo Setúbal e acionista do Itaú. Outro parceiro antigo é Guilherme Leal. O sócio da Natura foi seu candidato a vice e um grande doador financeiro individual em 2010. A proximidade ainda mais explícita no debate da Band desta terça-feira. Para defendê-los, Marina chegou a comparar Neca, herdeira do maior banco do Brasil, com um lucro líquido de mais de R$ 9,3 bilhões no primeiro semestre, ao líder seringueiro Chico Mendes, que morreu pobre, assassinado com tiros de escopeta nos fundos de sua casa em Xapuri (AC) em dezembro de 1988. Devemos ter ojeriza dos muito ricos? Claro que não. Deixar o programa de governo a cargo de bilionários, contudo, não é exatamente algo inovador.

5. Marina Silva tem posições conservadoras em relação a gays, drogas e aborto. O discurso ensaiado vem se sofisticando, mas é grande a coleção de vídeos e entrevistas da ex-senadora nas quais ela se alinha aos mais fundamentalistas dogmas evangélicos. Devota da Assembleia de Deus, Marina já colocou-se diversas vezes contra o casamento gay, contra o aborto mesmo nos casos definidos por lei, contra a pesquisa com células-tronco e contra qualquer flexibilização na legislação das drogas. Nesses temas, a sua posição é a mais conservadora dentre os três principais postulantes à Presidência.

6. Marina Silva usa o marketing político convencional. Como qualquer candidato convencional, Marina tem uma estrutura robusta e profissionalizada de marketing. É defendida por uma assessoria de imprensa forte, age guiada por pesquisas qualitativas, ouve marqueteiros, publicitários e consultores de imagem. A grande diferença é que Marina usa sua equipe de marketing justamente para passar a imagem de não ter uma equipe de marketing.

7. Marina Silva mente ao negar a política. A cada vez que nega qualquer um dos pontos descritos acima, a candidata falta com a verdade. Ou, de forma mais clara: ela mente. E faz isso diariamente, como boa parte dos políticos dos quais diz ser diferente.

Há algum mal no uso de elementos da política tradicional? Nenhum. Dentro do atual sistema político, é assim que as coisas funcionam. E é bom para a democracia que pessoas com ideias diferentes conversem e cheguem a acordos sobre determinados pontos. Isso só vai mudar com uma reforma política para valer, algo que ainda não se sabe quando, como e se de fato será feita no Brasil.

Aécio tem objetivos claros. Quer resgatar as bandeiras históricas do PSDB, fala em enxugamento do Estado, moralização da máquina pública, melhora da economia e o fim do que considera um assistencialismo com a população mais pobre. Dilma também faz política calcada em propósitos claros: manter e aprofundar o conjunto de medidas do governo petista que estão reduzindo a desigualdade social no País.

Se você, entretanto, não gosta da plataforma de Dilma ou da de Aécio e quer fortalecer “uma nova forma de fazer política”, esqueça Marina e ouça Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) com mais atenção.

De Marina Silva, espere tudo menos a tal “nova forma de fazer política”. Até agora a sua principal e quase que única proposta é negar o que faz diariamente: política.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

A MORTE DE EDUARDO CAMPOS PODE INSTAURAR A "TEOCRACIA" NO BRASIL ?

"...a mídia conservadora, a exemplo do mercado, engajou-se na candidatura Marina, mesmo sabendo que ela, num primeiro momento, é um perigo maior para Aécio e para o PSB, já que seu projeto e ideário é retomar seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade..."

No dia 13 de agosto o povo brasileiro foi surpreendido com a notícia da trágica morte do presidenciável Eduardo Campos e de mais cinco pessoas em um acidente aéreo na cidade de Santos.

Ainda no calor da tragédia, a mídia não perdeu tempo, e a pretexto de realizar uma ampla cobertura, instrumentalizou politicamente o acidente, e começou a trabalhar a candidatura de Marina Silva como se fosse à ungida sucessora de Eduardo Campos capaz de levar as eleições para o segundo turno, abrindo assim, a possibilidade de tirar, a qualquer custo, os Trabalhistas do Poder.

A propósito, parece que a ordem é essa mesma: não perder tempo. O “Datafolha”, por exemplo, perpetrando a sordidez, e em total desrespeito à imagem de Eduardo Campos e o sofrimento da família, no mesmo dia de sua morte, realizou uma pesquisa eleitoral com desfecho pra lá de previsível: Marina empata com Aécio. Evidente que esse resultado está contaminado pela comoção popular e não retrata a realidade política. Somente após o inicio das propagandas e dos debates poderemos saber se Marina consolida os números dessa pesquisa.

Com relação ao que vem sendo noticiado a favor de Marina, pensamos diferente, pois, entendemos que a candidata com o seu proselitismo religioso exacerbado, não está nada confortável politica e pragmaticamente, pois, há um hiato muito grande entre o que ela defende e as bandeiras históricas do PSB, como por exemplo: a pesquisa com célula tronca, a união entre homoafetivos, a teoria de Darwin sobre a evolução das espécies, a Política e os Partidos como instrumentos da democracia e da cidadania, as Usinas Hidrelétricas e Atômicas, dentre outras bandeiras.

Aliás, comentando a posição contrária de Maria à Política, vale registrar os sábios comentários da Deputada Luiza Erundina PSB/SP: “...o discurso de Marina entra no senso comum de negar a Política, isso desorienta e deseduca politicamente, pois, não há Política e democracia sem Partido..”.

Já com relação aos resultados da malfadada pesquisa “boca de túmulo” do “Datafolha”, à candidatura de Marina Silva, diferentemente do que os apressados analistas apregoam, coloca em cheque a candidatura de Aécio Neves, e não da Presidenta Dilma, pelos menos essa é a leitura que se faz de tal pesquisa.

Mas malgrado essa constatação técnica, esse novo cenário político nos mostra o seguinte: primeiro, está claro que a oposição e a mídia sabiam que Dilma poderia ganhar as eleições no primeiro turno; segundo, com a entrada de Marina no páreo, essa possibilidade é remota; terceiro, a mídia e a oposição tentarão levar Aécio até o fim, não conseguindo, abraçarão, com "fervor", a candidatura de Marina e jogarão todas as suas fichas para derrotar os trabalhistas; e por último, não uma constatação mas uma pergunta: será que a morte de Eduardo Campos pode resultar na instauração de uma República "Teocrática" no Brasil? 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

AS AUTORIDADES BRASILEIRAS E OS REQUICIOS DA MONARQUIA

Reproduzimos abaixo, o brilhante texto do Promotor de Justiça, Fausto Rodrigues de Lima, publicado no sitio do "Jus Brasil"

Chega de Excelências, senhores!

Fausto Rodrigues de Lima - Promotor de Justiça do Distrito Federal.


"Em 13/6, um juiz do Paraná desmarcou uma audiência porque um trabalhador rural compareceu ao fórum de chinelos, conduta considerada "incompatível com a dignidade do Poder Judiciário".

Não muito antes, policiais do Distrito Federal fizeram requerimento para que fossem tratados por "Excelência", tal qual promotores e juízes.
Há alguns meses, foi noticiado que outro juiz, este do Rio de Janeiro, entrou com uma ação judicial para obrigar o porteiro de seu condomínio residencial a tratar-lhe por "doutor".

Tais fatos poderiam apenas soar como anedotas ridículas da necessidade humana de criar (e pertencer a) castas privilegiadas.

No entanto, os palácios de mármore e vidro da Justiça, os altares erguidos nas salas de audiência para juízes e promotores e o tratamento "Excelentíssimo" dispensado às altas autoridades são resquícios diretos da mal resolvida proclamação da República brasileira, que manteve privilégios monárquicos aos detentores do poder.

Com efeito, os nobres do Império compravam títulos nobiliárquicos a peso de ouro para que, na qualidade de barões e duques, pudessem se aproximar da majestade imperial e divina da família real.

Com a extinção da monarquia, a tradição foi mantida por lei, impondo-se diferenciado tratamento aos "escolhidos", como se a respeitabilidade dos cargos públicos pudesse, numa república, ser medida pela "excelência" do pronome de tratamento.

Os demais, que deveriam só ser cidadãos, mantiveram a única qualidade que sempre lhes coube: a de súditos (não poderia ser diferente, já que a proclamação não passou de um movimento da elite, sem nenhuma influência ou participação popular). Por isso, muitas Excelências exigem tratamento diferenciado também em sua vida privada, no estilo das famosas "carteiradas", sempre precedidas da intimidatória pergunta: "Você sabe com quem está falando?".

É fato que a arrogância humana não seduz apenas os mandarins estatais.
A seleta casta universitária e religiosa mantém igualmente a tradição monárquica das magnificências, santidades, eminências e reverências. Tem até o "Vossa Excelência Reverendíssima" (esse é o cara!). Somos, assim, uma República com espírito monárquico.

As Excelências, para se diferenciarem dos mortais, ornam-se com imponentes becas e togas, cujo figurino é baseado nas majestáticas vestimentas reais do passado. Para comparecer à sua presença, o súdito deve se vestir convenientemente. Se não tiver dinheiro para isso, que coma brioches, como sugeriu a rainha Maria Antonieta aos esfomeados que não podiam comprar pão na França do século 18.

Enquanto isso, barões sangram os cofres públicos impunemente.

Caso flagrados, por acaso ou por alguma investigação corajosa, trata a Justiça de soltá-los imediatamente, pois pertencem ao mesmo clã nobre (não raro, magistrados da alta cúpula judiciária são nomeados pelo baronato).

Os sapatos caros dos corruptos têm livre trânsito nos palácios judiciais, com seus advogados persuasivos (muitos deles são filhos dos próprios julgadores, garantindo-lhes uma promiscuidade hereditária), enquanto os chinelos dos trabalhadores honestos são barrados. Eles, os chinelos, são apenas súditos. O único estabelecimento estatal digno deles é a prisão, local em que proliferam.

A tradição monárquica ainda está longe de sucumbir, pois é respaldada pelo estilo contemporâneo do liberal-consumismo, que valoriza as pessoas pelo que têm, e não pelo que são.

Por isso, após quase 120 anos da proclamação da República, ainda é tão difícil perceber que o respeito devido às autoridades devia ser apenas conseqüência do equilíbrio e bom senso dos que exercem o poder; que as honrarias oficiais só servem para esconder os ineptos; que, quanto mais incompetente, mais se busca reconhecimentos artificiais etc.

Numa verdadeira República, que o Brasil ainda há de um dia fundar, o único tratamento formal possível, desde o presidente da nação ao mais humilde trabalhador (ou desempregado), será o de "senhor", da nossa tradição popular.
Os detentores do poder, em vez de ostentar títulos ridículos, terão o tratamento respeitoso de servidor público, que o são. E que sejam exonerados se não forem excelentes!

Seus verdadeiros chefes, cidadãos com ou sem chinelos, legítimos financiadores de seus salários, terão a dignidade promovida com respeito e reverência, como determina o contrato firmado pela sociedade na Constituição da República.

Abaixo as Excelências!"



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

WIKIPÉDIA: A MAIS NOVA BOLINHA DE PAPEL

"O grave, no episódio, é a geo-política" Paulo Moreira Leite 

Certamente, muitos se lembram da famosa bolinha de papel jogada na cabeça de José Serra durante a campanha eleitoral em 2012, e a tentativa da Rede Globo de transformar o episódio em um “atentado” praticado contra Serra, por militantes Petistas.

Mesmo sendo desmascarados posteriormente, esse caso e a famosa edição do debate entre Collor e Lula para favorecer o primeiro, fazem parte do amplo leque de factoides montados pela Globo contra Políticos contrários aos seus interesses.

Mas parece que a TV Prateada e suas irmãs siamesas ignoram o dito popular de que a “mentira tem pernas curtas”, ou então, estão adotando velhas estratégias. A primeira é aquela que mesmo sabendo que a farsa será desmentida, ainda assim, vale a pena porque vai minando o seu adversário político. A outra, é criar factoides para tirar de cena alguma denúncia contra o seu candidato, é o caso, por exemplo, dos escândalos dos aeroportos das cidades de Cláudio e Montezuma que tiveram efeito de bombas na campanha de Aécio Neves, e que necessitam ser abafados rapidamente, antes que tenham desdobramentos mais comprometedores.

E realmente a Globo é expert em factoides. Para proteger o seu candidato Aécio Neves, a TV Prateada não hesitou e plantou uma denúncia contra o governo, porém, dessa vez, ela subestimou a inteligência do povo brasileiro, e tudo indica que a pantomina, mesmo barulhenta, já nasceu morta.

Em maio de 2013, alguém utilizando o IP de um dos computadores do Planalto, acessou a enciclopédia eletrônica Wikipédia e fez algumas alterações nos currículos dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg, com a intenção de difamá-los. 

Depois de passados quinze meses das alterações, e “coincidentemente” a três meses das eleições, os “nobres” jornalistas resolveram denunciar o dantesco caso. Miriam Leitão, por exemplo, teve o desplante de dizer que a “ordem veio de cima”, insinuando que fora a Presidenta Dilma que ordenou as alterações nas informações dos dois jornalistas.   

Malgrado não concordarmos com esse tipo de atitude contra os jornalistas ou contra qualquer outra pessoa, está claro que não justifica todo esse chororô. Mesmo não tendo tanto conhecimento em informática, sabemos que qualquer pessoa com um Celular, por exemplo, pode acessar a internet em locais com rede Wi-Fi, é o que acontece no prédio do Planalto e na maioria dos prédios de órgãos públicos. Assim, e frente a esse dantesco factoide criado pela Globo é forçoso algumas ponderações. Primeiro, há que se registrar que são raríssimos os acessos sobre os perfis de Miriam Leitão e Alberto Sardemberg na Wikipédia; segundo, qual o alcance da Wikipédia na corrida eleitoral? O que levaria alguém da campanha da Dilma ou ela própria realizar esse tipo de alteração em um sitio de pesquisa? O que representa esses dois jornalistas na corrida presidencial? E mesmo considerando que fossem pessoas estratégicas na campanha oposicionista, não seria mais plausível realizar tais alterações partindo de um computador de uma lan house, por exemplo? E finalmente, por que Miriam e Sardemberg esperaram mais de um ano, e somente agora, faltando três meses para as eleições, resolveram denunciar esse caso? 

Sem dúvidas, que se trata de uma sórdida armação alimentada com uma irresponsável, injusta e leviana acusação contra a Presidenta Dilma. Esse patético caso da Wikipédia, não obstante ser mais uma bolinha de papel na corrida presidencial, é também, uma pequena amostra do que são capazes a direita conservadora e a mídia partidarizada para retornar ao Poder. Estamos de olho!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

ISRAEL: DE VÍTIMA A ALGOZ - II

Por: Odilon de Mattos Filho

"..O Estado palestino não pode ser um subproduto do Estado judeu, apenas para conservar a pureza judaica de Israel. A discriminação racial de Israel é a vida diária da maioria dos palestinos..." 
Nelson Mandela

Sabemos que um dos capítulos mais triste de nossa história contemporânea foi a cruel perseguição e a tentativa de genocídio do Povo Judeu pela doutrina racista e a política antissemita do III Reich. Aliás, vale registrar que os povos Ciganos passaram pelo mesmo holocausto, ou melhor, “Poraimos”, porém, os “historialistas” de plantão, escondem essa verdade, talvez, pelo fato do povo Cigano não possuir o grande poder econômico do povo Judeu.

No entanto, embora Israel tenha sido vítima das atrocidades Nazista, hoje se tornou um impiedoso algoz dos Palestinos, utilizando métodos semelhantes de subjugar e submeter o povo Palestino às mesmas barbáries. A Faixa de Gaza demonstra tal afirmação, pois, se assemelha muito a um “campo de concentração”.

A propósito, Nelson Mandela, escreveu:”...o Estado Palestino não pode ser um subproduto do Estado Judeu, apenas para conservar a pureza judaica de Israel....Os judeus privaram milhões de Palestinos de sua liberdade e propriedade. Tem perpetuado um sistema brutal de discriminação racial e desigualdade. Sistematicamente tem prendido e torturado milhares de Palestinos, violando as normas do Direito Internacional. Tem, em particular, empreendido uma guerra contra a população civil, em especial as crianças”.

E Mandela está correto! Estamos assistindo, nesses últimos dias, mais um covarde e desproporcional ataque de Israel à Faixa de Gaza, vitimando mais 1.400 e ferindo mais 7.300 Palestinos, e tudo isso, com a costumeira complacência dos organismos internacionais, especialmente, dos EUA que se auto-intitulam tutores do mundo, mas que só agem dessa forma quando os interesses financeiros lhe convêm.

Aliás, nesse sentido, vale registrar a posição firme do Teólogo Leonardo Boff, que disse: ”...eu acho que grande parte da culpa é do Obama, que é um criminoso. Porque nenhum ataque com drones (avião não tripulado) pode ser feito sem licença pessoal dele... Os Estados Unidos apoiam, porque todos os seus presidentes são vítimas do grande lobby judeu, que tem dois braços: o braço dos grandes bancos e o braço da mídia. Eles têm um poder enorme em cima dos presidentes, que não querem se indispor e seguem o que dizem esses judeus radicais, extremistas e que se uniram à direita religiosa cristã...”

Várias autoridades afirmam que o mundo não pode ficar impassível diante dessa covardia cometida contra os Palestinos e parece que o governo brasileiro compartilha dessa posição. O Brasil como uma Nação soberana e democrática, teve, nesse caso, um papel de vanguarda ao condenar de maneira firme o uso desproporcional da força por parte de Israel, tanto, que convocou o seu Embaixador em Tel-Aviv para prestar informações sobre mais essa barbárie.

No entanto, a atitude do governo brasileiro teve reflexos surpreendentes. O governo de Israel, em um gesto dantesco e chulo reagiu a essa posição. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel chamou o Brasil de “anão diplomático” e depois disse que “desproporcional é perder de 7 x 1” da Alemanha. Uma atitude infantil para uma Diplomacia e uma clara demonstração de desconhecimento da história sobre a importância do Brasil no campo diplomático, especialmente, para o povo de Israel. Afinal, foi o Chanceler brasileiro, Oswaldo Aranha que presidiu a Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947, que deu reconhecimento internacional ao Estado de Israel, sendo um dos principais articuladores para aprovação da Resolução. A importância do embaixador é tamanha, que em Tel-Aviv tem uma rua com o seu nome.

Ademais, é sempre bom lembrar, que foi Israel que invadiu, em 1948, as terras dos Palestinos para ampliar o seu Estado, expulsando mais de 750 mil Palestinos e incendiando suas casas. É esse projeto colonial europeu, em aliança com os EUA e os Sionistas, que a imprensa, de forma dissimulada, procura esconder do mundo em benefício de Israel. 

Assim, e frente a toda essa barbárie, o que se espera da ONU é uma dura ação contra Israel exigindo, por Direito e Justiça, o fim da ocupação militar israelense, a imediata derrubada do muro do apartheid, o reconhecimento dos direitos dos cidadãos Palestinos à autodeterminação, à soberania e à igualdade, e por fim, impor que seja assegurado o direito de retorno dos refugiados Palestinos às suas terras e propriedades. Fora isso, a ONU ficará marcada como uma organização fraca e a serviço dos interesses das Nações poderosos em detrimento aos Povos da Periferia, sem vez e sem voz.