Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

NAS ASAS "DOS NEVES"

"O silêncio sobre Minas foi rompido. O silêncio,agora, é Aécio". (Fernando Brito)

Estamos assistindo nessas últimas semanas uma das mais graves e comprovadas denúncia contra um candidato a Presidente da República. Trata-se do envolvimento do ex-governador Aécio Neves, nas polêmicas e suspeitas construções de Aeroportos com dinheiro público em cidades que não justificam tais obras.

A primeira denúncia, por incrível que pareça, foi veiculada pelo Jornal “Folha de São Paulo” (FSP), declaradamente, “Tucano”. A matéria assinada pelo jornalista Lucas Ferraz, afirma que Aécio Neves, no fim do seu segundo mandato como Governador, gastou quase R$ 14 milhões para construir um aeroporto na Fazenda de Múcio Tolentino, tio do ex-governador. A propriedade, já desapropriada, está localizada na cidade de Cláudio/MG, mas, o aeródromo é administrado por familiares de Aécio.

Segundo se noticiou, além do custo final de R$ 14 milhões do aeroporto, o Estado pretendia indenizar Múcio Tolentino com o valor de R$ 1,0 milhão pela desapropriação do terreno, porém, esse valor foi recusado por Múcio, talvez por achar que fosse irrisório, e parece que ele acertou, pois, consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015, pag. 215, a seguinte previsão: “Ação n.º0166.08.0188732– Ação de desapropriação para implantação do aeródromo do Município de Cláudio: R$ 20.587.174,50 - Probabilidade de perda: Possível - Forma de Pagamento: Precatório”.

O “campo de aviação” – como nós mineiros falamos - tem o nome de "Aeroporto 
Deputado Oswaldo Tolentino”, tio-avô do candidato Tucano. Esse aeroporto, por mera “coincidência”, fica distante apenas 6 Km da Fazenda de 200 hectares, que o próprio Aécio Neves, chama de  “Palácio de Versalhes”. 

Aliás, outra coincidência nesse caso: segundo o jornal "Estadão" a empresa "Vilasa Construções Ltda", que construiu o aeroporto em Cláudio, fez doações de campanha eleitoral para Aécio Neves e Anastasia, somando um total de R$ 87 mil reais.  

A propósito, parece que esse negócio de misturar o público com o privado, especialmente, quando se trata de construções de aeroportos é hereditário. De acordo com outras matérias, Tancredo Neves, avô de Aécio, quando Governador de Minas, liberou verba do Estado para o próprio Múcio Tolontino, então Prefeito de Cláudio, construir, em suas terras um aeroporto de terra batida. O valor da obra, corrigido pelo IGP-DI de hoje, custou aos cofres públicos R$ 745 mil o que, convenhamos, é um absurdo para uma simples pista de terra.

Mas se não bastasse à escandalosa construção do aeroporto de Cláudio, Aécio Neves construiu um aeroporto com pista asfáltica na bucólica cidade de Montezuma, com apenas 7.500 habitantes, localizada no Norte de Minas. Essa é outra obra que leva os contribuintes mineiros a perguntar: Por que o ex-governador construiu esse aeroporto? Foi o potencial econômico ou turístico dessa cidadezinha? Claro que não! Aqui mais uma vez parece que o interesse particular prevaleceu sobre o público, pois, coincidentemente, Aécio é dono de uma propriedade rural denominada “Perfil Agropecuária”, localizada nesse município. Portanto, essa deve ser a provável justificativa para tal empreendimento.

A propósito, foi divulgado, também,  que dos 14 aeroportos previstos no Programa "ProAero", criado por Aécio, somente dois saíram do papel: o Regional da Zona da Mata e o de Cláudio.

Sem dúvida são casos gravíssimos! Porém, outro fato nos intriga: o que levou a FSP a divulgar essa matéria? No nosso modesto entendimento o intuito do jornal foi ganhar credibilidade e tentar mostrar sua independência, para na hora certa, detonar a candidata Dilma Rousseff com factoides de difíceis defesas junto à população. Afora isso, só há outra explicação: fogo amigo!

Assim, e mesmo entendendo que essa notícia pode mesmo fazer parte de uma estratégia da oposição/mídia, não há como negar que a sacrossanta imagem de Aécio Neves foi terrivelmente abalada, podendo, inclusive, colocar fim à sua candidatura caso os órgãos competentes cumprirem suas atribuições de investigar de forma firme esse verdadeiro surrupio aos cofres públicos. É esperar para ver! 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

BRICS E A NOVA ORDEM MUNDIAL


"A política externa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva buscou diversificar suas parcerias. Buscou manter diálogo mais intenso com países em desenvolvimento, como Rússia, Índia e China. Nesse sentido, o Brasil engajou-se na construção do mecanismo inter-regional, incentivando, a formalização do diálogo entre os quatro Estados" (Antouan Matheus Monteiro Pereira da Silva)

Com a economia globalizada o mundo capitalista acreditou que a formação de blocos econômicos seria uma saída para facilitar e otimizar o comércio entre os países. Um dos primeiros Blocos surgiu em 1944, o chamado BENELUX, formado pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo. E após 1944, surgiram mais de 30 Blocos Econômicos, dentre eles destacamos: UE, NAFTA, MERCOSUL, PACTO ANDINO, dentro outros.

No entanto, mesmo com a formação dos blocos, há ainda, uma hegemonia dos EUA e de parte da Europa que controlam, com mão de ferro, os anacrônicos organismos multilaterais com legitimidade duvidosa, e que volta e meia, interveem na economia e na política de muitas Nações, numa clara afronta à soberania dos países.  

Mas esses pretensos tutores do mundo menosprezaram o conceito de que a política e a economia são dinâmicos, e a história mostra que o Poder é efêmero. E nesse sentido, em 2001 o economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil formulou um estudo intitulado “Building Better Global Economic BRICs”, que  apontava o grande potencial econômico do Brasil, Rússia, Índia e China como Países que poderiam superar as grande potências mundiais em um curto período de tempo.   

E foi diante dessa renitente postura mandatária dos EUA, e aproveitando-se dos estudos de Jim O’Neil, que o Brasil, Rússia, Índia e China decidiram em 2006, dar um caráter diplomático à expressão cunhada pelo economista O’Neil, e criou o BRIC, hoje BRIC’S, com a incorporação da África do Sul.   

Os BRIC”S quando de sua formação deixou claro ao mundo, que os objetivos desses países é “avançar na reforma das instituições financeiras internacionais para refletir as mudanças na economia mundial, pois, as economias emergentes e em desenvolvimento devem ter mais voz e representação nessas instituições, e seus líderes e diretores devem ser designados por meio de processos seletivos, abertos, transparentes e baseados no mérito”. Defendendo ainda, que a "segurança alimentar deve ser realizada a partir da transferência de tecnologia para a produção de biocombustíveis e o desenvolvimento técnico da produção agrícola".

Com o desenrolar do tempo, os BRIC’S se constituíram em um poderoso e atuante bloco que já está transformando a geopolítica mundial e colocando em cheque as velhas instituições multilaterais. Afinal, os países do bloco detém 42% da população mundial, 20% da economia do planeta, 15% do comércio internacional, 75% das reservas monetárias internacional, além do que, os BRIC”S foram responsáveis por 36% do crescimento da economia mundial nesses últimos 10 anos, hoje já está em 50%.
   
E o passo mais importante para a consolidação desse bloco, e talvez impensável para a maioria dos estudiosos, se transformou em realidade. No dia 15/07, durante a VI Cúpula do BRIC”S em Fortaleza, os Presidentes dos países que compõe o Bloco, oficializaram a criação do “Novo Banco de Desenvolvimento”, cujo objetivo será o financiamento de projetos de infraestrutura em países emergentes, mesmo fora dos BRIC’S. O Banco já nasceu com capital inicial de US$50 bilhões, podendo chegar a US$ 100 bilhões em breve.

Aliás, com relação à criação desse Banco, Marcelo Zero, escreveu: ”...esse Banco não surgiu por acaso ou por mera afirmação de status econômico. Ele surgiu de uma necessidade: as velhas instituições multilaterais surgidas no longínquo ano de 1944, em Bretton Woods, o FMI e o Banco Mundial, já não conseguem lidar com os desafios postos pela nova geoeconomia mundial. Trata-se de instituições esclerosadas, cuja governança não incorpora os interesses e os anseios dos novos atores globais. Elas continuam nas velhas mãos das antigas potências, agora fortemente atingidas pela crise mundial.

Já a Presidenta Dilma Rousseff, disse que “...o  banco representa uma alternativa para as necessidades de financiamento de infraestrutura dos países em desenvolvimento, compreendendo e compensando a insuficiência de crédito nas principais instituições financeiras internacionais”.


Portanto, realmente estamos diante de um poderoso bloco que, certamente, terá um papel de protagonismo para o surgimento de uma nova ordem mundial que seja mais justa, democrática, simétrica e multipolar. E aqui vale registrar o papel decisivo do Presidente Lula e agora da Presidenta Dilma na confecção e consolidação desse Bloco.  


quarta-feira, 9 de julho de 2014

COPA DO MUNDO 7 X 1 MÍDIA/OPOSIÇÃO

Chamem o "Sobrenatural de Almeida"!

Muitos ao lerem este texto dirão que estamos politizando a discussão sobre a Copa do Mundo de 2014. E estarão corretos! Porém, temos que considerar que foi a mídia e a oposição neolacerdistas que deram o pontapé inicial na politização do mundial realizado no Brasil.

Não podemos nos esquecer que antes e no início da Copa do Mundo a oposição raivosa e a imprensa golpista, bateram forte com falsos argumentos de que o evento da FIFA no Brasil seria um total fracasso por incompetência do governo federal, porém, com o decorrer do tempo os falsos argumentos foram se desfazendo diante da realidade que saltava aos olhos: tudo funcionou dentro da normalidade e o povo brasileiro mostrou ao mundo que é capaz de realizar qualquer evento da magnitude de uma Copa do Mundo.

A única coisa que sobrou nos pérfidos discursos da oposição e da elite branca que "tem a ética dos black blocs", foram as dantescas e patéticas cenas da abertura e encerramento da Copa do Mundo quando começaram a xingar a Presidenta Dilma descendo ao mais baixo da podridão. Aliás, essa pecha de mal educada essa grei vai carregar por resto de suas vidas.

Terminada a Copa do Mundo faz-se necessário um balanço do que representou esse evento para o Brasil.

Um dos pontos negativos dessa Copa, sem dúvida, ficou por conta da mídia e da oposição. Durante esse evento foi fácil constatar como a grande imprensa jogou contra a Copa do Mundo partidarizando a discussão. Tivemos de tudo na imprensa, mas nada se comparou ao esquema montado pela Globo para detonar a imagem do Brasil, teve desde atores palpiteiros até comediantes raivosos e decadentes. 

O canal fechado SporTV, por exemplo, preparou um lixo de programa denominado “Extra Ordinários” que teve em seu comando a preconceituosa Maitê Proença, e como convidados humoristas, escritores e jornalistas “vira-latas”, e dentre eles o Escritor gaúcho Eduardo Bueno, conhecido como “Peninha”, um dos responsáveis por um dos momentos mais fétidos do programa. Peninha, que quer ser engraçado, mas está longe disso, no dia 19/07 se referindo à produção açucareira dos holandeses no nordeste, acionou a língua e carregado de preconceito disse alto e bom som que o nordeste é uma bosta.  

Nesta mesma linha da matilha de "vira-latas”, o apresentador Luciano Huck foi mais longe e protagonizou também um “show” de canalhice. O apresentador lançou um quadro denominado, “Namorada para gringo”. Nesse programa Luciano vende a falsa ideia de um príncipe encantado estrangeiro, e ao mesmo tempo, fez apologia ao turismo sexual, o que além de vergonhoso, pode caracterizar crime nos termos da Lei 12.015/2009, além de ser um claro confronto com a intensa propaganda do governo para combater esse grande mal que assola o Brasil e o mundo inteiro.

E não nos enganemos, pois, a mídia na sombra do desencanto do povo, vai continuar o seu bombardeio politiqueiro e tentará creditar a derrota do Brasil na conta da Presidenta Dilma.
  
Já o lado positivo da Copa do Mundo foi o legado para os brasileiros. São inúmeras e importantíssimas obras de infraestrutura, mais de R$ 30 bilhões somados à economia brasileira, geração de mais de 1,0 milhão de empregos, faturamento das micros e pequenas empresas, chegando a mais de R$ 600 milhões, e a demonstração a 1 milhão de turistas de 202 países de nossa hospitalidade, alegria civilidade, o jeito de “ser misturados, tolerantes, sincréticos”, e a comprovação da nossa imensa capacidade de organizar qualquer grandioso evento como a “Copa das Copas” do Brasil. A propósito, segundo pesquisa do Datafolha 83% dos estrangeiros aprovaram a organização da Copa.

Quanto aos pessimistas da oposição e da “mídia nativa” que profetizaram o caos, fica o fracasso de suas previsões e o repúdio da grande massa. 


Já com relação à desclassificação da Seleção Brasileira, os motivos são variados: falta de planejamento, aberrações da Lei Pelé, treinadores ultrapassados, falta de trabalho de base, CBF e Clubes sitiados por corruptos, e tantos outros problemas estruturais. Quanto ao vexame do Brasil, especialmente, contra a Alemanha, somente o “Sobrenatural de Almeida” de Nélson Rodrigues para tentar explicar esse inexplicável resultado.

sábado, 5 de julho de 2014

BRASIL X MÍDIA/BURGUESIA

Uma precisa  análise do jornalsita Maurícias Dias, na Revista CartaCapital

"A burguesia rejeita Dilma?

Um possível clima de ódio, nascido de decisões da presidenta, rejeitadas por parte do empresariado, é refletido na mídia.

Em longo e consistente artigo para a revista trimestral Inteligência, em circulação na próxima semana, o historiador João Bettencourt e o jornalista Luiz Cesar Faro tentam decifrar o que identificaram como “indiscreto ódio da burguesia” à presidenta Dilma Rousseff. 

O esforço inédito joga luz forte sobre esse “desamor” entre as partes. Os articulistas mergulham fundo nas relações conflitadas entre um lado e o outro e emergem com uma pergunta: “Tem culpa ela?” A resposta é não, dizem os autores do estudo.

Dilma, segundo eles, “deslulou a governança”, embora tenha mantido e aprofundado os ganhos sociais promovidos pelo antecessor. Esta seria a origem, ou uma delas, dessa desavença. Consideram que a burguesia, preconceituosamente, odiaria Dilma “devido ao seu intervencionismo, sua inaptidão ao diálogo e, quiçá, seu simples jeito de ser”.

“A redução na marra das tarifas cobradas pelo suprimento de energia elétrica é emblemática”, apontam Bettencourt e Faro, entre tantos outros exemplos recolhidos ao longo da pesquisa sobre o confronto.

Há, no entanto, fatores que deveriam contrabalançar eventuais desgostos provocados por decisões monocráticas da presidenta. Eis um deles que também figura em rol imenso. Dados recentíssimos da Fipecafi, fundação ligada à Universidade de São Paulo, por exemplo, mostram que, entre 2012 e 2013, os lucros das 500 maiores empresas do País cresceram 39,3 bilhões de dólares. Isso traduz alta de 24% em relação ao ano anterior.

Mas a história desse conflito estaria agora se preparando para desembarcar nas urnas. Dúvida? O ex-ministro Delfim Netto, em variadas ocasiões, tem reafirmado a certeza “de que o ambiente econômico é um grande eleitor”. “Delfim não chega a concordar com a hipótese de um ‘golpe branco pela economia’, mas afirma que o humor da burguesia conta, sim, nas eleições”, dizem os autores. 

Como isso se dá? De acordo com Delfim, forma-se “um clima de hostilidade, um ambiente de negócios que o governo se esforça em negar, mas que existe e que influiu de forma importante para a redução nos investimentos e agora impacta também o consumo”.

Bettencourt e Faro se remetem a uma frase de Lula: “O mau humor do empresariado não está deixando a economia andar”.

Impulsionaria esse mau humor um projetado confronto eleitoral: “Se o PT tem a sua militância e o voto da inclusão social, a burguesia tem o controle absoluto da mídia”, deduzem os analistas. E apontam:

“A cólera burguesa é mais visível estampada nas bancas de jornal e vocalizada nos programas de tevê. Em jornais e revistas analisados nos últimos 573 dias, somente 9% do noticiário econômico foi favorável, mesmo assim ligeiramente, ao governo Dilma – nessa contabilidade não foram levados em consideração os artigos do corpo editorial ou de articulistas convidados”.

Para João Bettencourt e Luiz Cesar Faro não há dúvidas: “A mídia comprou um lado e está sitiando, sim, a presidenta, o PT e o seu entorno. E é no cerne da imprensa que o ódio viceja; porque, se por um lado não são reconhecidos avanços, por outro são exacerbadas as críticas. O oligopólio da mídia não gosta de Dilma, e ponto final”.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A DIREITA RAIVOSA

Reproduzimos, abaixo, o preciso texto do brilhante jornalista, Paulo Nogueira:

"ELIO GASPARI ERROU: NADA SE EQUIPARA AO ÓDIO DA DIREITA

Um vídeo em que uma senhora septuagenária profere insultos copiosos ao comunobolivarianismo do PT me remeteu a um assunto sobre o qual eu queria falar já faz alguns dias.

O tema é o ódio político.

Num artigo, Elio Gaspari disse que o PT não tinha moral para falar em ódio. Elio estava respondendo a Lula, que dissera que o PT, nestas eleições, levaria a esperança a vencer o ódio.

O ponto de Elio é que o PT tem, ele também, um histórico de raiva.

Na internet, o assunto foi intensamente debatido. Gostei de ver meu antigo chefe da Veja e na Exame, Antonio Machado, um dos melhores jornalistas com quem trabalhei, se manifestar.

Não lia nada dele fazia muito tempo. Foi como rever um velho amigo.

Machado contestou Elio, a quem chamou, ironicamente, de Doutor. Foi um contraponto divertido ao fato de que Elio chama Dilma de “Doutora”.

Machado, e aí acho um exagero, quase que igualou Elio a Reinaldo de Azevedo.

Elio não é Azevedo, a começar pela diferença de que é um genuíno jornalista, e dos brilhantes.

É, sim, um colunista de centro. Talvez gostasse de se movimentar um pouco mais para a esquerda, mas ele deve saber que não duraria muito nem na Folha e nem no Globo se fizesse isso.

Barbara Gancia, e é um caso exemplar, fez este movimento. Começou a falar em Casa Grande – um lugar comum que me enfastia, aliás – e logo perdeu a coluna na Folha.

Mas o ponto central sobre o qual eu queria falar é o ódio. Nisso, estou inteiramente com Machado e contra Elio.

Nada, rigorosamente, nada se iguala ao ódio da direita. As raízes são profundas e distantes: ao longo de toda a ditadura militar os brasileiros foram submetidos a constantes propagandas anticomunistas.

O “comunismo ateu” era apresentado, sempre, como a quintessência da maldade, do horror.

No plano internacional, Stálin era o demônio supremo. No plano nacional, este papel era atribuído a nomes como Lamarca e Marighella.

Neste ambiente, surgiram e floresceram entidades como o Comando de Caça ao Comunismo e a Tradição, Família e Propriedade – dedicadas a semear ódio patológico na sociedade.

Com o fim da União Soviética, e do comunismo, o ódio da direita não cessou. Apenas foi remanejado para a esquerda em geral.

Na Venezuela, Chávez foi alvo de campanhas de fúria inacreditável. Até sua mãe era insultada cotidianamente pela mídia e pela direita venezuelana.

No Brasil, o anticomunismo de antes se transformaria em antipetismo. Mudou o nome, mas não o ódio, ou mesmo sua intensidade.

Em suas manifestações mais vis, a raiva nos últimos anos se traduziu em pragas para que o câncer se abatesse novamente sobre Lula e Dilma.

Não é, ao contrário do que Elio afirmou, um ódio que encontre contrapartida na esquerda.

Não que a esquerda aprecie e admire a direita. Mas não é a mesma coisa. Historicamente, não é. Definitivamente, não é.

Até por questões culturais. Faz parte da cultura da esquerda endereçar o melhor de sua raiva às correntes rivais dentro da própria esquerda.

Marx abominava Bakunin. Os bolcheviques viam os mencheviques como seu maior obstáculo. No Brasil, integrantes do PC e do PC do B mutuamente se abominavam.

No Brasil de hoje, repare como os petistas enxergam grupos de esquerda por trás de protestos e como estes vêem o que chamam, desdenhosamente, de “governistas”.

O ódio da esquerda como que se dispersa. O da direita se concentra.

Nada se compara ao ódio da direita – e meu velho chefe Machado, nisso, não poderia estar mais certo".