"A mídia se assim deseja sabe ser cruel ao extremo"
A
palavra corrupção é uma das expressões mais mencionadas pela
mídia brasileira durante nossa história. Mas afinal, qual o
significado desse substantivo? Segundo o dicionário Aurélio,
corrupção vem do latim “corruptione”,
perversão,
devassidão, suborno. No entanto, não há corrupção sem a
existência de duas figuras: o corrupto e o corruptor.
A
corrupção não é um mal que assola apenas a administração
pública, a iniciativa privada é também, tão ou mais corrupta que
o setor público, veja por exemplo, o caso de lavagem de dinheiro e a
sonegação fiscal praticados pela Rede Globo, e que segundo a
Receita Federal lesou os cofres públicos em R$ 1,0 milhão. A
diferença é que a mídia brasileira dá mais ênfase para a área
pública, especialmente, quando envolve o governo federal, mas mesmo
assim, dependendo do Partido que está no comando do governo central,
ou seja, as matérias têm fortes viés partidário e ideológico.
Aliás,
com relação à cobertura midiática dos casos de corrupção na
área pública é fato que não existe um tratamento equânime, ao
contrário, a mídia é claramente partidarizada. Recentemente
acompanhamos a monumental cobertura da imprensa no caso do
“mensalão”. Foram mais de cinco meses ininterrupto de cobertura.
Já com relação ao escândalo de corrupção do Metrô de São
Paulo, o chamado “Trensalão Tucano”, a mídia foi muito mais
condescendente com os políticos Tucanos. E se verificarmos os
valores desviados dos cofres públicos nesse caso (R$ 500 milhões de
reais) que passamos analisar em seguida, deveria ter uma cobertura
muito maior por parte do chamado “jornalismo investigativo”.
Passamos
ao acaso “Trensalão”. Segundo a revista “Isto É” o
escândalo de corrupção dos trens e metrô de São Paulo teve
início com o depoimento espontâneo do ex-funcionário da empresa
alemã, Siemens ao Ministério Público de São Paulo. Segundo esse
ex-funcionário, o esquema foi montando para vencer e lucrar com as
licitações públicas dos trens e metrô de São Paulo durante os 20
anos de governos do PSDB naquele Estado. As
falcatruas constituíam no repasse, pelas empresas(corruptoras) de
propinas a integrantes do governo (corruptores) no período de 1998 a
2008, com fim de levar vantagens nas licitações públicas para a
aquisição de trens e construção de linhas do Metrô de São
Paulo.
Toda
documentação relativa a esse escândalo está em poder do CADE e do
MP para quem a empresa Siemens é ré confessa por formação de
cartel e que desde 2012 vem denunciando as falcatruas dos governos
tucanos nessas licitações.
Segundo
um dos documentos a divisão da propina passava pela Secretaria de
Energia que recebeu 3% do contrato (R$ 1,56 milhão) e as diretorias
financeira, administrativa e técnica da EPTE com a seguinte e
respectiva divisão: 1,5% (R$ 780 mil), 1% (R$ 520 mil) e 0,13% (R$
67,6 mil).
Outro
fato que nos chama atenção foi à falta de rigor e a leniência dos
membros do Ministério Público de São Paulo e da União na
condução das investigações sobre o caso do “Trensalão Tucano”.
Há denúncias de que o Procurador Rodrigo De Grandis é o novo
engavetador, aliás, e coincidentemente, isso está se tornando uma
uma prática dos Procuradores nos casos envolvendo governos Tucanos.
Esse douto Procurador teria “engavetado” ofícios oriundos do MP
da Suíça para apuração de contratos suspeitos envolvendo a
multinacional Alstom, e uma lista secreta com nomes de autoridades
públicas, lobistas e empresários que deveriam ser investigados
desde 2010. A propósito, foi instaurado pela Corregedoria Nacional
do Ministério Público “Reclamação Disciplinar” para apurar a
suposta desídia do Procurador nesses casos, o que nos preocupa,
pois, se o caso não vem à tona, seria sumariamente arquivado, ou
melhor, engavetado pelo MP do Estado e da União.
E para finalizar os casos de tentativa de abafar o escândalo do "Trensalão Tucano", que sabidamente, está muito próximo dos seus notórios caciques, há mais um fato envolvendo o MP. Há notícias de uma forte pressão de políticos do PSDB para que o Procurador Luiz Antonio Guimarães Marrey concorra, mais uma vez, ao cargo de Procurador-geral de Justiça de São Paulo. Esse procurador é um conhecido aliado da cúpula do PSDB daquele Estado, tanto, que já foi Procurador-Geral por três vezes, e já assumiu outros cargos de confiança nos governos paulista. Será uma mera "coincidência" ou como dizem os mineiros, nesse "angu tem caroço"?
E para finalizar os casos de tentativa de abafar o escândalo do "Trensalão Tucano", que sabidamente, está muito próximo dos seus notórios caciques, há mais um fato envolvendo o MP. Há notícias de uma forte pressão de políticos do PSDB para que o Procurador Luiz Antonio Guimarães Marrey concorra, mais uma vez, ao cargo de Procurador-geral de Justiça de São Paulo. Esse procurador é um conhecido aliado da cúpula do PSDB daquele Estado, tanto, que já foi Procurador-Geral por três vezes, e já assumiu outros cargos de confiança nos governos paulista. Será uma mera "coincidência" ou como dizem os mineiros, nesse "angu tem caroço"?
No mais, e frente a tudo isso, fica aqui nosso repúdio à boa parte da imprensa que tentou ocultar o caso do “Trensalão Tucano”. Quanto ao MP registramos nossa preocupação com o viés político que tem dado a alguns casos nesses últimos dez anos. Por essa e outras razões, somos favoráveis à rediscussão da PEC 132, que longe de enfraquecer o MP, como alegaram os seus membros e a mídia nativa, o Projeto tem como objetivo, tão somente, regulamentar parte do artigo 144 da Constituição Federal e colocar um fim na discussão sobre a competência do Ministério e da Polícia Investigativa. Estamos de olho...!
0 comentários:
Postar um comentário