quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DEZ ANOS DO “BOLSA FAMÍLIA”: 36 MILHÕES DE PESSOAS FORA DA MISÉRIA

"...as pessoas se incomodam quando os pobres ganham algo além de feijão" Luiz Inácio Lula da Silva


Sabemos que o Brasil, depois da redemocratização, mais especificamente nos governos “Tucanos”, optou-se pelo modelo neoliberal que prega o estado mínimo e o mercado como o grande controlador e indutor do desenvolvimento econômico e social do país. O resultado dessa política nós conhecemos muito bem: recessão, arrocho salarial, desemprego, exclusão social, quebradeira, doação de nosso patrimônio, endividamento, submissão ao FMI, etc.

Cansados desse modelo o povo brasileiro escolheu um novo rumo para o país. Apostou em um governo cuja política vinculasse o desenvolvimento com justiça social. 

Com a esperança vencendo o medo, Luiz Inácio Lula da Silva vence as eleições de 2002 e busca a realização desse sonho dos brasileiros. E foi com esse novo governo que se implementou esse modelo de desenvolvimento que combinou mais renda, mais salário, mais crédito e um audacioso Projeto Social idealizado pelo sociólogo Betinho, denominado  "Fome Zero"  que mais tarde se transformou no Bolsa Família, que nas palavras de Altamiro Borges, "foi um pedaço de vértebra que ganhou vida própria e assumiu a linha de frente do guarda-chuva mais geral"

Esse exitoso Programa completa nesse mês de outubro dez anos de existência, e os resultados são extraordinários na economia do país, na redução da pobreza e na promoção da seguridade social, tanto, que transformou o Brasil em referência internacional na área social, inclusive, servindo de exemplo para outros 40 países que adotaram esse Programa.

Com relação à economia, segundo estudos do IPEA, o governo investe apenas 0,5% do PIB no Programa Bolsa Família, e a cada R$ 1,0 investido há um aumento de R$ 1,78 no PIB. O Bolsa Família e a política de valorização do salário mínimo constituíram-se importantes instrumentos para a promoção do aumento da renda per capita dos brasileiros mais pobres. Nesses últimos dez anos houve aumento de 120% nessa renda, o que levou uma diminuição de 69% no número dos brasileiros em situação de extrema pobreza.

Nesses dez anos de Bolsa Família, o Programa beneficia 50 milhões de brasileiros. Já retirou mais 36 milhões de pessoas da miséria, reduziu em mais de 20% os índices mortalidade infantil, diminuiu a desigualdade financeira em 20%, propiciou uma queda acentuadíssima na evasão escolar, e promoveu outros inúmeros ganhos sociais.

A propósito, a Ministra Tereza Campello disse que se olharmos a “transformação na vida das crianças, que muitas vezes, nem chegavam à escola...O nível de abandono da escola das crianças do Bolsa Família é muito inferior à das demais crianças. A taxa de permanência nas Escolas das crianças do Bolsa Família é muito superior. Quando a gente olha no primeiro ano, no segundo ano, ela já é superior. Mas quando a gente olha no ensino médio, nossas crianças estão muito mais na escola do que as crianças que não são do Bolsa Família”.

E foram esses e outros dados que levou o Bolsa Família a ter mais um reconhecimento internacional, desta feita o programa ganhou o prêmio “Award for Outstanding Achievement in Social Security”, considerado o Nobel da Segurança Social, atribuído pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA, na sigla em inglês).

Mas mesmo diante desses e de outros indiscutíveis dados positivos, o Programa Bolsa Família, sofre forte resistência e preconceitos de toda sorte por parte das elites e da “mídia nativa”, que teimam desmerecê-lo utilizando adjetivos que vai deste de “paternalista”, até à “bolsa esmola” ou “bolsa vagabundo”, típicos comentários de uma histórica e arrogante classe conservadora.

Aliás, comentando essa postura preconceituosa das elites, o saudoso e brilhante mestre Darcy Ribeiro disse:"...aos olhos das nossas classes dominantes , antigas e modernas, o povo é o que há de mais réles. Seu destino e aspirações não lhes interessa, porque o povo, a gente comum, os trabalhadores, são tidos como uma mera força de trabalho - um carvão humano - a ser desgastada na produção. É preciso ter coragem de ver esse fato porque só a partir dele, podemos romper nossa condenação ao atraso, e à pobreza, decorrentes de um subdesenvolvimento de caráter autoperpetuante...!" E foi com essa percepção e coragem que o Lula lançou o "Bolsa Família", que hoje, praticamente, põe um fim na terrível miséria que assolava grande parte do povo brasileiro.  


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