sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O IMPERIALISMO SEM LIMITES



"Nós, que passamos a vida inteira lutando por soberania, lutando por democracia, nós não podemos admitir, a pretexto nenhum, que um país se dê o luxo de ficar tentando gravar, copiar e-mails, telefonemas de um país como fizeram com a Dilma. Acho que a resposta americana não pode ser uma resposta via diplomacia porque a espionagem não foi via diplomacia. Espionagem foi espionagem. Cabe ao Obama humildemente pedir desculpas à presidenta Dilma e pedir desculpas ao Brasil" Luis Inácio Lula da Silva

Já escrevemos nesse espaço sobre a histórica arrogância dos EUA e o seu obstinado desejo de serem os tutores do mundo. E nessa mesma ocasião comentamos as primeiras denuncias do ex-agente da CIA, Edward Snowden sobre os casos de espionagens praticados pelo governo estadunidense, inclusive, contra o Brasil.

Nesses últimos dias uma série de reportagens do programa “Fantástico”, revelou a profundidade dessas arapongagens, que chegou à criminosa e inaceitável violação dos e-mails da Presidenta Dilma Rousseff e da Petrobras, ou seja, um atentado à nossa soberania e a segurança nacional. A matéria trás ainda, informações de que além dessas espionagens a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA, bisbilhotaram no Google provedor de emails e serviços de internet, a diplomacia francesa e a rede do Swift, cooperativa que reúne mais de dez mil bancos de 212 países que regula as transações financeiras internacionais por telecomunicações.

Portanto, estamos diante de uma grave intromissão e agressão à soberania de alguns países, inclusive, do Brasil, fato que se comprovado, far-se-á imperioso que os organismos internacionais cobrem explicações oficiais e tomem medidas duras contra essas criminosas arapongagens realizadas pelo governo estadunidense.

Mas malgrado todas essas evidências, os EUA insistem com a lorota de que essas espionagens têm como únicos objetivos a segurança do seu país e o combate ao terrorismo. Fica evidente que esse argumento é falso, pois, qual o perigo, por exemplo, que a Petrobras trás para segurança dos EUA ou do mundo? Qual a ligação da Petrobras com o terrorismo? Verdadeiramente não podemos ter dúvidas: essas arapongagens têm objetivos puramente comerciais, estratégicos e políticos, e no caso da Petrobras isso é muito claro, pois em breve estará sendo lançado o edital para a licitação do Pré-sal do Campo de Libra, e é muito provável que essas espionagens objetivam obter informações privilegiadas para grupos petrolíferos dos EUA.

A proposito, o Editorial do “Jornal de Hoje” nos chama atenção para essa possibilidade, inclusive, afirmando que essas informações privilegiadas “...poderia tratar-se dos primeiros ensaios de uma tentativa americana para questionar os limites legais da plataforma marítima brasileira (de 200 milhas de largura), e assim poder lançar mão da exploração do petróleo nessa área (justamente onde se encontra o pré-sal). A reativação recente da Quarta Frota naval americana faria parte desse roteiro...” 

Nesse mesmo sentido foi a Nota da Presidenta Dilma Rousseff, que, aliás, exigiu do próprio Presidente Obama uma explicação oficial sobre as denúncias. A resposta foi dada, porém, em tom de puro “enrolation”. Diz a Nota dos EUA: “...pretendemos continuar trabalhando junto com o Brasil em uma agenda comum de iniciativas bilaterais, regionais e globais...” Em outro trecho o governo dos EUA afirma que “...algumas reportagens recentes sobre o caso distorceram nossas  atividades, mas que algumas delas levantam "questões legítimas para nossos amigos e aliados sobre como essas atividades são aplicadas".

Realmente essas atitudes e a postura dos EUA mostram o sarcasmo chauvinista e a sua empáfia, demonstrando também, que para garantir e controlar certas riquezas naturais de outros países, como por exemplo, o petróleo, são capazes de tudo: mentir, dissimular, espionar, matar e tudo o que for necessário para alcançar seus objetivos, e os fatos pretéritos e presentes confirmam tal afirmativa.

Assim, e frente a essa inaceitável e criminosa espionagem, faz-se necessário que o Brasil tome uma atitude soberana exigindo explicações oficiais, claras e sem subterfúgio dos EUA em um fórum próprio. Aliás, o cancelamento da viagem a Washington foi uma exemplar atitude da Presidente Dilma Rousseff. Resta agora, que os organismos internacionais conceber um fórum global para discutir esse assunto e criar, com urgência, uma governança global para colocar um fim nessa histórica arrogância dos EUA, que há anos, vêm agindo sem limites mundo afora.

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