Respeitem Lula!

"A classe pobre é pobre. A classe média é média. A classe alta é mídia". Murílio Leal Antes que algum apressado diga que o título deste texto é plágio do artigo escrito por Ricardo Noblat (...)

A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

sexta-feira, 21 de junho de 2013

FACEBOOCK: A NOVA URNA DAS ELEIÇÕES....

Para aqueles que querem compreender, de maneira racional, o que está acontecendo com essas manifestações, vale ler esse precioso texto de Lino Bcchini, publicado na "Carta Capital". 






Com partido! Não dá pra eleger presidente por enquete do Facebook


Com o fim dos partidos, as políticas públicas, serão debatidas onde, no Instagram? E depois de derrubarmos a Dilma, vamos escolher o próximo presidente por enquete do Facebook?

Com partido! Não dá pra eleger presidente por enquete do Facebook Um senhor de seus 70 anos tentava caminhar pela avenida Paulista com uma bandeira vermelha do PCO na noite desta quinta-feira. Era hostilizado o tempo todo: “Sem Partido!” era o básico. O grito era direcionado a todos com qualquer bandeira ou camiseta de partido político. Sempre gritado em coro, e de forma pausada --“Sem par-ti-dooo!!”. Mais um pouco e um de grupo recém-saídos da adolescência começa a urrar em sua orelha, bem próximo, em uníssono: “O-por-tu-nis-taaa! O-por-tu-nis-taaa!”. O militante veterano teve mais sorte do que muitos outros que tiveram as bandeiras arrancadas de suas mãos e queimadas. “Só pode bandeira do Brasil!” foi a ordem determinada aos berros e que ecoou não apenas em São Paulo, mas em muitas outras cidades do país.

É surreal. E assustador. Achei que democracia fosse outra coisa. Esses garotos só podem protestar livremente agora justamente porque esse mesmo senhor, dentre tantos outros, foram às ruas dezenas de vezes, ajudando a restabelecer a democracia em nosso país. E fizeram isso muito antes desses garotos que o xingam nascerem. Milhares de pessoas foram torturadas e outros tantos morreram para garantir a liberdade de expressão desses que agora querem proibir os outros de se expressar.

E não pode bandeira de nada. Até as do movimento LGBT foram coibidas. Afinal, lembre-se, a regra do exército de patrioteens é clara: “só pode bandeira do Brasil”. Afinal o vermelho poderia macular a micareta da juventude da TFP que ocupou a avenida Paulista --e tantas outras Brasil afora-- nesta quinta. 

Aqui é São Paulo, porra!”

Um dia antes, na quarta-feira, assim que foi anunciada a redução das tarifas em São Paulo e no Rio, cerca de 3 mil pessoas correram para a mesma avenida Paulista para comemorar. Também estive lá. Em um dado momento, o grupo todo parou em frente a Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, um dos prédio mais emblemáticos da concentração de riqueza em nosso país. Por um segundo, me bateu uma esperança --“Vão xingar as grandes empresas”, pensei, iludido. Nada disso. Puseram a mão no peito e começaram a cantar o hino nacional, olhando para as luzes verde e amarelas da fachada, emocionados. Alguns o faziam de joelhos para a Fiesp. Literalmente. Na boa... o que aconteceu com essa molecada? Que educação tiveram (ou não tiveram)?

Em que momento da vida dessa garotada ideais de Plínio Salgado e o Olavo de Carvalho tornaram-se mais atraentes do que a rebeldia, a liberdade, o respeito às diferenças?

Pior: se o grosso da massa verde e amarela nem sabe quem é Olavo e quem foi Plínio, outros sabem muito bem: tinham grupos de ultra-direita organizados pelas ruas de São Paulo na noite desta quinta. Vários. Só pra citar meu exemplo pessoal, dentre tantos outros relatos, um elemento que tentei entrevistar leu meu nome no crachá de imprensa, me ameaçou, tentou arrancar o celular de minha mão e me empurrou quando tentei filmá-lo. Gritava exaltado, expelindo perdigotos na minha cara: “Aqui é São Paulo, porra!!”.

Criminosos à parte, estava nas ruas essencialmente uma massa que odeia partidos (qualquer um), e é contra tudo. Acham que todo político é igual –e corrupto-- e querem o impeachment de Dilma e de quem mais se lembrarem do nome. Pintam o rosto com as cores da bandeira, cantam o hino nacional louvando a Federação das Indústrias (ainda não acredito que vi isso) e nem se dão conta do absurdo da situação. Pior: acham lindo, emocionante. E não é nada lindo, tampouco emocionante.

Acabar com partidos e tirar todos os políticos do poder é um absurdo e deveria ser obviamente uma sandice. Mas a gravidade do momento exige que certas obviedades sejam repetidas muitas vezes: se derrubarmos todos os políticos, fecharmos o Congresso e acabarmos com os partidos, quem assume a presidência, o Luciano Huck?

E as políticas públicas, serão debatidas onde, no Instagram? E depois de derrubarmos a Dilma provavelmente vamos eleger o próximo presidente por enquete do Facebook.

Os governantes que estão aí, por pior que sejam, foram eleitos. Muitos deles com seu voto, aliás. Parênteses: o senador Cristóvão Buarque (PDT-DF), na manhã desta sexta-feira, defendeu na tribuna do Senado o fim de todos os partidos. Inacreditável.

E, caro patriota, pense mais um pouco. Que tipo de gente você acha que está feliz com essa história toda? Se os diretores da Globo e da Veja e mais um bando de radicais conservadores estão marchando a seu lado, pode apostar: aí tem coisa.

Por mais jovem, descolado, bonito, bem nascido, bem vestido e até eventualmente bem intencionado que você seja, me desculpe. Sua postura é de um atraso inaceitável. Está servindo, mesmo que involuntariamente, a interesses perigosíssimos. Mais: você não “acordou” coisa nenhuma. Nessa história toda quem está na vanguarda e despertou há tempos é o tiozinho do PCO que você xingou.



UMA DIDÁTICA AULA DE POLÍTICA.....


Com exceção dos companheiros do “Movimento Passe Livre”(MPL) que é composto de jovens politizados, esse vídeo é uma didática aula para àqueles menininho(a)s da elite conservadora que manifestam nas ruas, mas que não têm nenhuma ideia do que seja Política. Veja o vídeo....

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O "MOVIMENTO PASSE LIVRE" E A HIPOCRISIA MIDIÁTICA


"As manchetes dos jornalões paulistas sinalizam uma nova flexão dos barões da mídia, famosos pelo seu histórico golpista" -  Altamiro Borges

No dia 17 de junho o Brasil foi sacudido com uma grande manifestação realizada pelo “Movimento Passe Livre”, cujo objetivo foi protestar contra o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus e do metrô da cidade de São Paulo.     Depois desse primeiro dia de manifestações, o movimento ganhou corpo e tomou conta de outras cidades, ampliando também, as reivindicações.

Não temos dúvidas de que tais manifestações são legítimas e que, certamente, fortalecerão, ainda mais, a incipiente democracia do nosso país. Porém, não podemos pensar que tudo é normal e que só há fatos positivos nesse movimento, ao contrário, existem eventos ameaçadores que nos incitam a fazer algumas reflexões.

O fato positivo é que podermos afirmar que a nossa democracia, mesmo com alguns senões, está consolidada. Outro fato que devemos reconhecer é reflexo do primeiro. É muito salutar ver a nossa juventude protestando e lutando pelos seus direitos e pela ampliação das conquistas sociais e econômicas dos últimos dez anos.

Aliás, se confrontarmos os resultados das manifestações do Brasil com aquelas que estão ocorrendo na Europa, fica claro o avanço da nossa democracia frente a dos países do velho continente. Lá as autoridades não estão negociando com os movimentos populares, ao contrário, o compromisso único, como assinala Flávio Aguiar, é com a Austerität über alles und alle, ou seja, “a austeridade acima de tudo e por cima de todos”, ou seja, os governantes na Europa só negociam com os grandes grupos empresariais e com o capital especulativo.

O primeiro fato negativo que identificamos ficou por conta da truculência das Polícias de São Paulo e de outros Estados, o que, certamente, serviu como estopim para o recrudescimento das manifestações em todo o país. Outro dado negativo e que ficou nítido foi à transformação de jovens  bem intencionados em massa de manobra de grupos de ultra-direita apoiados, descaradamente pela mídia, com objetivo único de criar um clima de terror no país.
                                     
A propósito, há um paradoxo com relação à postura da imprensa nesse episódio. A democracia brasileira garante toda liberdade para a mídia “informar”, investigar e desinformar a sociedade. Mas por outro lado, essa mesma mídia age de maneira antidemocrática, especialmente, com relação à cobertura política, e essas manifestações são mais uma prova cabal dessa postura partidarizada e golpista da “mídia nativa”. 

O “comentarista” político da Rede Globo, Arnaldo Jabor – que para alguns é referência política/ideológica - mas para este articulista não passa de um cineasta reacionário e preconceituoso - no início das manifestações, fez o seguinte comentário: “...Mas afinal, o que provoca um ódio tão violento contra a cidade?...não pode ser por causa de vinte centavos. A maioria dos manifestantes são filhos de classe média...no fundo tudo ali era ignorância política. Na Turquia o povo se vinga de lideres fanáticos. Mas aqui, se vingam de que ? A causa deve ser a ausência de causa...''.

Porém, sem mais nem menos, o comentarista global muda de ideia e pede desculpas ao movimento, e como num passe de mágica, ele e toda mídia resolveram mudar de lado e começaram apoiar as manifestações, e de forma indireta, incitaram a desordem, evidenciando  que essa mudança de posição não foi um mea-culpa, mas sim uma estratégia de instrumentalizar o movimento para tentar desestabilizar o Governo Dilma.

Aliás, nesse sentido o jornalista Altamiro Borges, escreveu:.”...Há duas semanas, no início dos protestos liderados pelo Movimento Passe Livre, a velha imprensa fez o discurso da Velha República. Ela tratou as mobilizações sociais como “caso de polícia” e rotulou os jovens de vândalos e terroristas, e exigiram sangue da PM...Depois disso os protestos cresceram e tornaram-se ainda mais difusos e confusos. Os jornalões e as tevês, que antes babavam ódio contra os manifestantes, mudaram o tom da cobertura. Viram uma oportunidade de instrumentalizar o movimento e passaram a apoiá-lo”.

Não temos dúvidas também, de que há uma intenção muito mais oculta nessa mudança de posição da mídia e da infiltração de militantes fascistas e de ultra-direita nessas manifestações, além do apoio público da “Comissão Interclubes Militares”. Isso nos remete a 1964, quando a “Marcha pela Família com Deus”, uma “ingênua” manifestação, se transformou no álibi para o golpe militar, que sabidamente, contou com o apoio de grande parte da imprensa e desses reacionários direitistas. E é exatamente aqui que reside o perigo, pois, os atuais acontecimentos são muito parecidos com aquele período.

Um relato postado por Afonso(...), no sitio do jornalista Paulo Henrique Amorim nos alerta:  “...coloquei na minha página uma mascara do Anonymous, postei palavras de ordem, distribui a informação em grupos conservadores e não tardou para entrarem em contato. Para a turma que ainda acredita que tem uma divisão no MPL em São Paulo, que existe bagunceiros quebrando tudo, e que isso ocorre ao acaso, tenho uma bomba pra vocês. Não é divisão… é infiltração golpista...O que esta em ação, é o mesmo plano que levou o Jango a ter que aceitar o parlamentarismo em 1962 e posteriormente resultou no golpe em 1964, só que agora contra o PT. Estão inflamando jovens conservadores para criar o caos...descobri que eles estão cooptando pessoas com diversos nomes de entidades e movimentos, buscando jovens para fazer estes atos. Justificando que o governo Dilma é corrupto e que é hora de se indignar e fazer uma revolução...Os fortes  indícios são público, podem ser encontrados na Internet: Páginas sugerem um golpe militar contra o governo eleito de Dilma Roussef, com a alegação falsa da nação correr risco de um golpe comunista. A página Golpe Militar 2014, deixa claro, que pretendem dar um golpe, preventivo contra os comunistas..."

Comentando sobre esse movimento paralelo, José Dirceu, escreveu:...”o que está em jogo é a democracia, ameaçada não pelas manifestações pacíficas – onde muitos setores legitimamente são de oposição e críticos do governo – protestando contra a Copa, por melhores condições de transporte e vida, por mais educação e saúde, contra a corrupção, contra o atual sistema político...O que, sim, nos importa é a tentativa de usar e dirigir as manifestações não apenas contra os governos do PT, mas também para desestabilizar, repito, a democracia brasileira...”.



Diante de tudo isso, fica a certeza de que todo cuidado é pouco. Não podemos perder os consideráveis avanços sociais e econômicos conquistados nesses últimos dez anos. Ao governo, cabe auscultar as legítimas vozes das ruas e ampliar essas conquistas. Mas por outro lado, necessita intensificar, por meio dos setores de inteligência as investigações sobre tais grupos. E momento pede sapiência e urgência, pois, as novas “vivandeiras dos quartéis” estão prontas para golpearem, novamente, a democracia e o povo brasileiro.

sábado, 15 de junho de 2013

LULA DESMONTA A MÍDIA E A OPOSIÇÃO




segunda-feira, 10 de junho de 2013

COM A PALAVRA O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Fiquei estarrecido com o que foi postado no blog "Amigos do Presidente Lula", e conversando com os meu botões - como diria Mino Carta - surgiu a seguinte pergunta: o que estaria acontecendo com alguns doutos representantes do Ministério Público..? Primeiro, veio o Chefe Maior, Dr. Roberto Gurgel, declarando que provas "tênues" são suficientes para condenar réus do calibre do "mensalão", lembrando que esse mesmo Procurador foi, categoricamente, acusado pelo Senador Fernando Collor de "prevaricador", e essa acusação não foi com provas 'tênues", ao contrário, com provas robustas, mas o Senado e CNMP calaram-se.! Agora vem esse Promotor de Justiça e escreve essas idiotices. O que está acontecendo com esses "caras" do Ministério Público...? Será que agora resolveram mostrar seus lados fascistas..? Com a palavra o Conselho Nacional do Ministério Público...!     

Promotor incita violência contra manifestantes do Movimento Passe Livre




O promotor Rogério Zagallo, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, publicou texto no Facebook, na sexta-feira, com xingamentos a manifestantes do Movimento Passe Livre e incitando a violência. 

"Estou há duas horas tentando voltar para casa, mas tem um bando de bugios revoltados parando a Faria Lima e a Marginal Pinheiros. Por favor alguém pode avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial", diz o texto. 

"Que saudades do tempo em que esse tipo de merda era resolvida com borrachada nas costas dos medras (sic)", continua. Zagallo afirmou ontem que publicou o texto, mas que só mal-intencionados achariam que as declarações são sua opinião. 

"Entendo como lícita e válida toda forma de protesto, debate e discussão sobre temas que estão na pauta da administração...o Movimento Passe Livre exercitou seu legítimo direito", escreveu ontem, ao se desculpar. 

Segundo ele, o texto "foi fruto de desabafo feito por pessoas que estavam há muito tempo paradas no trânsito, mas que tinham compromisso com seus filhos". Ele diz que se manifestou como cidadão. "Foi uma forma de expressão, jamais caracterizando aquiescência com execuções ou arbitrariedades".
Em março de 2011, ele escreveu num processo que um policial deveria melhorar sua mira. "Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer. Lamento que tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno. Fica o conselho: melhore sua mira". A Procuradoria-Geral de Justiça avaliará a publicação.Informações e imagem da Folha

terça-feira, 4 de junho de 2013

REDUZIR OU NÃO A MAIORIDADE PENAL?


Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser. 
Jean Piaget

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado em 1990, adota a Doutrina da Proteção Integral cujo pressuposto básico afirma que crianças e adolescentes devem ser vistos como pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de proteção integral”.

Não pairam dúvidas de que o “ECA” é reconhecidamente, uma das leis mais avançadas do mundo no que tange à proteção da criança e do adolescente. Mas malgrado esse entendimento, existe uma grande resistência contra esse Estatuto, notadamente, com relação ao seu artigo 104 que trata da inimputabilidade dos menores de 18 anos de idade, aliás, medida adotada por mais de 40 países.

Sabemos que a discussão sobre esse dispositivo somente aflora quando há crimes de repercussão nacional, desencadeando discussões hipócritas, simplistas e imediatistas sobre a necessidade da redução da idade penal como a panaceia para resolver o problema do envolvimento de adolescentes na criminalidade. E é o que está acontecendo após os horrendos e estúpidos assassinatos do jovem estudante de São Paulo e da dentista de São Bernardo dos Campos.

Evidente que nós brasileiros ficamos estarrecidos com esses cruéis assassinatos. Porém, o que não podemos aceitar é que essa discussão descambe, como quer a mídia, para o falso argumento de que os defensores da manutenção do artigo 104 do “ECA” não são solidários às famílias que perderam seus entes assassinados. Assim como não podemos aceitar que os defensores da redução da maioridade penal sintetize seus argumentos numa simples frase: “Queria ver se fosse com você”. Isso nos afigura inadmissível, empobrece o debate e pode gerar um perigoso confronto no seio da sociedade.

Ademais, se analisarmos os dados das Secretarias de Segurança Pública dos Estados vamos verificar que, mesmo inaceitáveis, os números de atos infracionais, especialmente, os homicídios, não são tão frequentes quanto acredita a “opinião publicada”.

Aliás, é curiosa a falsidade das elites e dos meios de comunicação quando tratam desses dados. Sempre que necessitam citam os EUA como exemplo no combate à criminalidade, especialmente, com relação à dureza da legislação contra menores infratores. Porém, ardilosamente, ocultam da sociedade dados sobre a ineficiência dessa legislação.

Nesse sentido, a Professora Simone de Loiola Ferreira em brilhante Estudo sobre o tema, ensina: “...o que muito não se divulga é que, nos Estados Unidos, apesar da riqueza, dos investimentos em segurança pública, tem-se um dos maiores índices de delitos praticados por adolescente no mundo; já, no Brasil, apesar da desintegração econômica, o país enfrenta condições bem distintas, apresentando um grande avanço nas leis específicas ao tratamento desta questão...De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Nacional de Justiça Juvenil, no ano de 2002, havia aproximadamente 2.261.000 jovens estadunidenses, com idade inferior a 18 anos presos. Enquanto que no Brasil, os dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, aponta que uma média de 131.625 medidas sócio-educativas foram aplicadas a adolescentes em conflito com a lei em todo o território nacional no mesmo ano...”.

Dessa maneira, e frente a esse estudo da Professora Simone Loila, fica claro que o recrudescimento punitivo contra os adolescentes, como acontece nos EUA, não vai coibir ou diminuir os atos infracionais. Além disso, como bem afirma o filósofo Carlito Maia, " o problema do menor é o maior", pois, são eles que cooptam os adolescentes para a prática criminosa. Se reduzir a idade penal para 16 anos, os criminosos vão buscar os menores de 15 anos. Portanto, o que se deve fazer é aprimorar a nossa legislação e fazer com que as medidas socioeducativas sejam verdadeiramente cumpridas, para que os jovens infratores possam sentir o caráter punitivo da lei, e ao mesmo tempo ter a oportunidade de se reintegrar à sociedade, mediante procedimentos que desenvolvem a sua capacidade intelectual, profissional e o seu retorno ao convívio familiar.

Por essa e outras razões, entendemos que a discussão central deve se ater à política de segurança pública e reconhecer que mesmo diante dos avanços das políticas sociais, ainda temos muito a fazer em prol de nossas crianças e adolescentes, pois, a grande maioria encontra-se, fora das Escolas, sem acesso a cultura, lazer e renda, ou seja, são seres vulneráveis e totalmente excluídos de nossa sociedade. Essa é a nossa modesta opinião!