sexta-feira, 21 de junho de 2013
FACEBOOCK: A NOVA URNA DAS ELEIÇÕES....
Para aqueles que querem compreender, de maneira racional, o que está acontecendo com essas manifestações, vale ler esse precioso texto de Lino Bcchini, publicado na "Carta Capital".
Com
o fim dos partidos, as políticas públicas, serão debatidas onde,
no Instagram? E depois de derrubarmos a Dilma, vamos escolher o
próximo presidente por enquete do Facebook?
Com
partido! Não dá pra eleger presidente por enquete do Facebook Um
senhor de seus 70 anos tentava caminhar pela avenida Paulista com uma
bandeira vermelha do PCO na noite desta quinta-feira. Era hostilizado
o tempo todo: “Sem Partido!” era o básico. O grito era
direcionado a todos com qualquer bandeira ou camiseta de partido
político. Sempre gritado em coro, e de forma pausada --“Sem
par-ti-dooo!!”. Mais um pouco e um de grupo recém-saídos da
adolescência começa a urrar em sua orelha, bem próximo, em
uníssono: “O-por-tu-nis-taaa! O-por-tu-nis-taaa!”. O militante
veterano teve mais sorte do que muitos outros que tiveram as
bandeiras arrancadas de suas mãos e queimadas. “Só pode bandeira
do Brasil!” foi a ordem determinada aos berros e que ecoou não
apenas em São Paulo, mas em muitas outras cidades do país.
É
surreal. E assustador. Achei que democracia fosse outra coisa. Esses
garotos só podem protestar livremente agora justamente porque esse
mesmo senhor, dentre tantos outros, foram às ruas dezenas de vezes,
ajudando a restabelecer a democracia em nosso país. E fizeram isso
muito antes desses garotos que o xingam nascerem. Milhares de pessoas
foram torturadas e outros tantos morreram para garantir a liberdade
de expressão desses que agora querem proibir os outros de se
expressar.
E
não pode bandeira de nada. Até as do movimento LGBT foram coibidas.
Afinal, lembre-se, a regra do exército de patrioteens é clara: “só
pode bandeira do Brasil”. Afinal o vermelho poderia macular a
micareta da juventude da TFP que ocupou a avenida Paulista --e tantas
outras Brasil afora-- nesta quinta.
“Aqui
é São Paulo, porra!”
Um
dia antes, na quarta-feira, assim que foi anunciada a redução das
tarifas em São Paulo e no Rio, cerca de 3 mil pessoas correram para
a mesma avenida Paulista para comemorar. Também estive lá. Em um
dado momento, o grupo todo parou em frente a Fiesp, a Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo, um dos prédio mais emblemáticos
da concentração de riqueza em nosso país. Por um segundo, me bateu
uma esperança --“Vão xingar as grandes empresas”, pensei,
iludido. Nada disso. Puseram a mão no peito e começaram a cantar o
hino nacional, olhando para as luzes verde e amarelas da fachada,
emocionados. Alguns o faziam de joelhos para a Fiesp. Literalmente. Na
boa... o que aconteceu com essa molecada? Que educação tiveram (ou
não tiveram)?
Em
que momento da vida dessa garotada ideais de Plínio Salgado e o
Olavo de Carvalho tornaram-se mais atraentes do que a rebeldia, a
liberdade, o respeito às diferenças?
Pior:
se o grosso da massa verde e amarela nem sabe quem é Olavo e quem
foi Plínio, outros sabem muito bem: tinham grupos de ultra-direita
organizados pelas ruas de São Paulo na noite desta quinta. Vários.
Só pra citar meu exemplo pessoal, dentre tantos outros relatos, um
elemento que tentei entrevistar leu meu nome no crachá de imprensa,
me ameaçou, tentou arrancar o celular de minha mão e me empurrou
quando tentei filmá-lo. Gritava exaltado, expelindo perdigotos na
minha cara: “Aqui é São Paulo, porra!!”.
Criminosos
à parte, estava nas ruas essencialmente uma massa que odeia partidos
(qualquer um), e é contra tudo. Acham que todo político é igual –e
corrupto-- e querem o impeachment de Dilma e de quem mais se
lembrarem do nome. Pintam o rosto com as cores da bandeira, cantam o
hino nacional louvando a Federação das Indústrias (ainda não
acredito que vi isso) e nem se dão conta do absurdo da situação.
Pior: acham lindo, emocionante. E
não é nada lindo, tampouco emocionante.
Acabar
com partidos e tirar todos os políticos do poder é um absurdo e
deveria ser obviamente uma sandice. Mas a gravidade do momento exige
que certas obviedades sejam repetidas muitas vezes: se derrubarmos
todos os políticos, fecharmos o Congresso e acabarmos com os
partidos, quem assume a presidência, o Luciano Huck?
E
as políticas públicas, serão debatidas onde, no Instagram? E
depois de derrubarmos a Dilma provavelmente vamos eleger o próximo
presidente por enquete do Facebook.
Os
governantes que estão aí, por pior que sejam, foram eleitos. Muitos
deles com seu voto, aliás. Parênteses: o senador Cristóvão
Buarque (PDT-DF), na manhã desta sexta-feira, defendeu na tribuna do
Senado o fim de todos os partidos. Inacreditável.
E,
caro patriota, pense mais um pouco. Que tipo de gente você acha que
está feliz com essa história toda? Se os diretores da Globo e da
Veja e mais um bando de radicais conservadores estão marchando a seu
lado, pode apostar: aí tem coisa.
Por
mais jovem, descolado, bonito, bem nascido, bem vestido e até
eventualmente bem intencionado que você seja, me desculpe. Sua
postura é de um atraso inaceitável. Está servindo, mesmo que
involuntariamente, a interesses perigosíssimos. Mais: você não
“acordou” coisa nenhuma. Nessa história toda quem está na
vanguarda e despertou há tempos é o tiozinho do PCO que você
xingou.
UMA DIDÁTICA AULA DE POLÍTICA.....
Com exceção dos
companheiros do “Movimento Passe Livre”(MPL) que é composto de
jovens politizados, esse vídeo é uma didática aula para àqueles
menininho(a)s da elite conservadora que manifestam nas ruas, mas que
não têm nenhuma ideia do que seja Política. Veja o vídeo....
quarta-feira, 19 de junho de 2013
O "MOVIMENTO PASSE LIVRE" E A HIPOCRISIA MIDIÁTICA
"As manchetes dos jornalões paulistas sinalizam uma nova
flexão dos barões da mídia, famosos pelo seu histórico golpista" -
Altamiro Borges
No dia
17 de junho o Brasil foi sacudido com uma grande manifestação
realizada pelo “Movimento Passe Livre”, cujo objetivo foi protestar contra o
aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus e do metrô da cidade de São Paulo. Depois desse primeiro dia de manifestações,
o movimento ganhou corpo e tomou conta de outras cidades, ampliando também, as
reivindicações.
Não
temos dúvidas de que tais manifestações são legítimas e que, certamente,
fortalecerão, ainda mais, a incipiente democracia do nosso país. Porém, não
podemos pensar que tudo é normal e que só há fatos positivos nesse movimento,
ao contrário, existem eventos ameaçadores que nos incitam a fazer algumas
reflexões.
O
fato positivo é que podermos afirmar que a nossa democracia, mesmo com alguns
senões, está consolidada. Outro fato que devemos reconhecer é reflexo do
primeiro. É muito salutar ver a nossa juventude protestando e lutando pelos
seus direitos e pela ampliação das conquistas sociais e econômicas dos últimos
dez anos.
Aliás,
se confrontarmos os resultados das manifestações do Brasil com aquelas que
estão ocorrendo na Europa, fica claro o avanço da nossa democracia frente a dos
países do velho continente. Lá as autoridades não estão negociando com os
movimentos populares, ao contrário, o compromisso único, como assinala Flávio
Aguiar, é com a Austerität über alles und alle, ou seja, “a austeridade acima
de tudo e por cima de todos”, ou seja, os governantes na Europa só negociam com
os grandes grupos empresariais e com o capital especulativo.
O
primeiro fato negativo que identificamos ficou por conta da truculência das
Polícias de São Paulo e de outros Estados, o que, certamente, serviu como
estopim para o recrudescimento das manifestações em todo o país. Outro dado negativo
e que ficou nítido foi à transformação de jovens bem intencionados
em massa de manobra de grupos de ultra-direita apoiados, descaradamente pela
mídia, com objetivo único de criar um clima de terror no país.
A
propósito, há um paradoxo com relação à postura da imprensa nesse episódio. A
democracia brasileira garante toda liberdade para a mídia “informar”,
investigar e desinformar a sociedade. Mas por outro lado, essa mesma mídia age
de maneira antidemocrática, especialmente, com relação à cobertura política, e
essas manifestações são mais uma prova cabal dessa postura partidarizada e
golpista da “mídia nativa”.
O
“comentarista” político da Rede Globo, Arnaldo Jabor – que para alguns é
referência política/ideológica - mas para este articulista não passa de um
cineasta reacionário e preconceituoso - no início das manifestações, fez o
seguinte comentário: “...Mas afinal, o que provoca um ódio tão violento contra a
cidade?...não pode ser por causa de vinte centavos. A maioria dos manifestantes
são filhos de classe média...no fundo tudo ali era ignorância política. Na
Turquia o povo se vinga de lideres fanáticos. Mas aqui, se vingam de que ? A
causa deve ser a ausência de causa...''.
Porém,
sem mais nem menos, o comentarista global muda de ideia e pede desculpas ao
movimento, e como num passe de mágica, ele e toda mídia resolveram mudar de
lado e começaram apoiar as manifestações, e de forma indireta, incitaram a
desordem, evidenciando que essa mudança
de posição não foi um mea-culpa, mas
sim uma estratégia de instrumentalizar o movimento para tentar
desestabilizar o Governo Dilma.
Aliás, nesse
sentido o jornalista Altamiro Borges, escreveu:.”...Há duas semanas, no início
dos protestos liderados pelo Movimento Passe Livre, a velha imprensa fez o
discurso da Velha República. Ela tratou as mobilizações sociais como “caso de
polícia” e rotulou os jovens de vândalos e terroristas, e exigiram sangue da
PM...Depois disso os protestos cresceram e tornaram-se ainda mais difusos e
confusos. Os jornalões e as tevês, que antes babavam ódio contra os
manifestantes, mudaram o tom da cobertura. Viram uma oportunidade de
instrumentalizar o movimento e passaram a apoiá-lo”.
Não
temos dúvidas também, de que há uma intenção muito mais oculta nessa mudança de
posição da mídia e da infiltração de militantes fascistas e de ultra-direita
nessas manifestações, além do apoio público da “Comissão Interclubes Militares”.
Isso nos remete a 1964, quando a “Marcha pela Família com Deus”, uma “ingênua”
manifestação, se transformou no álibi para o golpe militar, que sabidamente,
contou com o apoio de grande parte da imprensa e desses reacionários
direitistas. E é exatamente aqui que reside o perigo, pois, os atuais
acontecimentos são muito parecidos com aquele período.
Um relato postado por Afonso(...), no sitio do jornalista Paulo Henrique Amorim nos alerta: “...coloquei na minha página uma mascara do Anonymous, postei palavras de ordem, distribui a informação em grupos conservadores e não tardou para entrarem em contato. Para a turma que ainda acredita que tem uma divisão no MPL em São Paulo, que existe bagunceiros quebrando tudo, e que isso ocorre ao acaso, tenho uma bomba pra vocês. Não é divisão… é infiltração golpista...O que esta em ação, é o mesmo plano que levou o Jango a ter que aceitar o parlamentarismo em 1962 e posteriormente resultou no golpe em 1964, só que agora contra o PT. Estão inflamando jovens conservadores para criar o caos...descobri que eles estão cooptando pessoas com diversos nomes de entidades e movimentos, buscando jovens para fazer estes atos. Justificando que o governo Dilma é corrupto e que é hora de se indignar e fazer uma revolução...Os fortes indícios são público, podem ser encontrados na Internet: Páginas sugerem um golpe militar contra o governo eleito de Dilma Roussef, com a alegação falsa da nação correr risco de um golpe comunista. A página Golpe Militar 2014, deixa claro, que pretendem dar um golpe, preventivo contra os comunistas..."
Comentando sobre esse movimento paralelo, José Dirceu,
escreveu:...”o que está em jogo é a democracia, ameaçada não pelas
manifestações pacíficas – onde muitos setores legitimamente são de oposição e
críticos do governo – protestando contra a Copa, por melhores condições de
transporte e vida, por mais educação e saúde, contra a corrupção, contra o
atual sistema político...O que, sim, nos importa é a tentativa de usar e
dirigir as manifestações não apenas contra os governos do PT, mas também para
desestabilizar, repito, a democracia brasileira...”.
Diante
de tudo isso, fica a certeza de que todo cuidado é pouco. Não podemos perder os
consideráveis avanços sociais e econômicos conquistados nesses últimos dez
anos. Ao governo, cabe auscultar as legítimas vozes das ruas e ampliar essas
conquistas. Mas por outro lado, necessita intensificar, por meio dos setores de
inteligência as investigações sobre tais grupos. E momento pede sapiência e urgência,
pois, as novas “vivandeiras dos quartéis” estão prontas para golpearem,
novamente, a democracia e o povo brasileiro.
sábado, 15 de junho de 2013
segunda-feira, 10 de junho de 2013
COM A PALAVRA O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Fiquei estarrecido com o que foi postado no blog "Amigos do Presidente Lula", e conversando com os meu botões - como diria Mino Carta - surgiu a seguinte pergunta: o que estaria acontecendo com alguns doutos representantes do Ministério Público..? Primeiro, veio o Chefe Maior, Dr. Roberto Gurgel, declarando que provas "tênues" são suficientes para condenar réus do calibre do "mensalão", lembrando que esse mesmo Procurador foi, categoricamente, acusado pelo Senador Fernando Collor de "prevaricador", e essa acusação não foi com provas 'tênues", ao contrário, com provas robustas, mas o Senado e CNMP calaram-se.! Agora vem esse Promotor de Justiça e escreve essas idiotices. O que está acontecendo com esses "caras" do Ministério Público...? Será que agora resolveram mostrar seus lados fascistas..? Com a palavra o Conselho Nacional do Ministério Público...!
Promotor incita violência contra manifestantes do Movimento Passe Livre
O promotor Rogério Zagallo, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, publicou texto no Facebook, na sexta-feira, com xingamentos a manifestantes do Movimento Passe Livre e incitando a violência.
"Estou há duas horas tentando voltar para casa, mas tem um bando de bugios revoltados parando a Faria Lima e a Marginal Pinheiros. Por favor alguém pode avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial", diz o texto.
"Que saudades do tempo em que esse tipo de merda era resolvida com borrachada nas costas dos medras (sic)", continua. Zagallo afirmou ontem que publicou o texto, mas que só mal-intencionados achariam que as declarações são sua opinião.
"Entendo como lícita e válida toda forma de protesto, debate e discussão sobre temas que estão na pauta da administração...o Movimento Passe Livre exercitou seu legítimo direito", escreveu ontem, ao se desculpar.
Segundo ele, o texto "foi fruto de desabafo feito por pessoas que estavam há muito tempo paradas no trânsito, mas que tinham compromisso com seus filhos". Ele diz que se manifestou como cidadão. "Foi uma forma de expressão, jamais caracterizando aquiescência com execuções ou arbitrariedades".
Em março de 2011, ele escreveu num processo que um policial deveria melhorar sua mira. "Bandido que dá tiro para matar tem que tomar tiro para morrer. Lamento que tenha sido apenas um dos rapinantes enviado para o inferno. Fica o conselho: melhore sua mira". A Procuradoria-Geral de Justiça avaliará a publicação.Informações e imagem da Folha
terça-feira, 4 de junho de 2013
REDUZIR OU NÃO A MAIORIDADE PENAL?
Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser.
Jean Piaget
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado em 1990, adota a Doutrina da Proteção Integral cujo pressuposto básico afirma que crianças e adolescentes devem ser vistos como pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de proteção integral”.
Não
pairam dúvidas de que o “ECA” é reconhecidamente, uma das leis
mais avançadas do mundo no que tange à proteção da criança e do
adolescente. Mas malgrado esse entendimento, existe uma grande
resistência contra esse Estatuto, notadamente, com relação ao seu
artigo 104 que trata da inimputabilidade dos menores de 18 anos de
idade, aliás, medida adotada por mais de 40 países.
Sabemos
que a discussão sobre esse dispositivo somente aflora quando há
crimes de repercussão nacional, desencadeando discussões
hipócritas, simplistas e imediatistas sobre a necessidade da redução
da idade penal como a panaceia para resolver o problema do
envolvimento de adolescentes na criminalidade. E é o que está
acontecendo após os horrendos e estúpidos assassinatos do jovem
estudante de São Paulo e da dentista de São Bernardo dos Campos.
Evidente
que nós brasileiros ficamos estarrecidos com esses cruéis
assassinatos. Porém, o que não podemos aceitar é que essa
discussão descambe, como quer a mídia, para o falso argumento de
que os defensores da manutenção do artigo 104 do “ECA” não são
solidários às famílias que perderam seus entes assassinados. Assim
como não podemos aceitar que os defensores da
redução
da maioridade penal sintetize seus argumentos numa simples frase:
“Queria ver se fosse com você”.
Isso nos afigura inadmissível, empobrece o debate e pode gerar um
perigoso confronto no seio da sociedade.
Ademais,
se analisarmos os dados das Secretarias de Segurança Pública dos
Estados vamos verificar que, mesmo inaceitáveis, os números de atos
infracionais, especialmente, os homicídios, não são tão
frequentes quanto acredita a “opinião publicada”.
Aliás,
é curiosa a falsidade das elites e dos meios de comunicação quando
tratam desses dados. Sempre que necessitam citam os EUA como exemplo
no combate à criminalidade, especialmente, com relação à dureza
da legislação contra menores infratores. Porém, ardilosamente,
ocultam da sociedade dados sobre a ineficiência dessa legislação.
Nesse
sentido, a Professora Simone de Loiola Ferreira em brilhante Estudo
sobre o tema, ensina: “...o que muito não se divulga é que, nos
Estados Unidos, apesar da riqueza, dos investimentos em segurança
pública, tem-se um dos maiores índices de delitos praticados por
adolescente no mundo; já, no Brasil, apesar da desintegração
econômica, o país enfrenta condições bem distintas, apresentando
um grande avanço nas leis específicas ao tratamento desta
questão...De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Nacional
de Justiça Juvenil, no ano de 2002, havia aproximadamente 2.261.000
jovens estadunidenses, com idade inferior a 18 anos presos. Enquanto
que no Brasil, os dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos,
aponta que uma média de 131.625 medidas sócio-educativas foram
aplicadas a adolescentes em conflito com a lei em todo o território
nacional no mesmo ano...”.
Dessa
maneira, e frente a esse estudo da Professora Simone Loila, fica
claro que o recrudescimento punitivo contra os adolescentes, como
acontece nos EUA, não vai coibir ou diminuir os atos infracionais.
Além disso, como bem afirma o filósofo Carlito Maia, " o problema do menor é o maior",
pois, são eles que cooptam os adolescentes para a prática
criminosa. Se reduzir a idade penal para 16 anos, os criminosos vão
buscar os menores de 15 anos. Portanto, o que se deve fazer é
aprimorar a nossa legislação e fazer com que as medidas
socioeducativas sejam verdadeiramente cumpridas, para que os jovens
infratores possam sentir o caráter punitivo da lei, e ao mesmo tempo
ter a oportunidade de se reintegrar à sociedade, mediante procedimentos que desenvolvem a sua capacidade intelectual, profissional e o seu retorno ao convívio familiar.
Por
essa e outras razões, entendemos que a discussão central deve se
ater à política de segurança pública e reconhecer que mesmo
diante dos avanços das políticas sociais, ainda temos muito a fazer
em prol de nossas crianças e adolescentes, pois, a grande maioria
encontra-se, fora das Escolas, sem acesso a cultura, lazer e renda,
ou seja, são seres vulneráveis e totalmente excluídos de nossa
sociedade. Essa é a nossa modesta opinião!
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