"...O Papa Francisco vem de uma experiência pastoral, não é
um espelho de Roma, ele tem autonomia, tem capacidade de falar para o centro do
poder da Igreja..." Leonardo Boff
Há pouco tempo escrevemos que a crise vivida
pela Igreja Católica poderia se tornar uma oportunidade de crescimento, de
mudanças e de reencontro dessa milenar instituição com os anseios de um povo
muita à frente dessa Igreja ultrapassada, estagnada e cercada por
conflitos.
E foi neste contexto
que aconteceram dois fatos que, certamente, serão os divisores de água na
história contemporânea da Igreja Católica: a renúncia do Papa Bento XVI e a
escolha de um Jesuíta e latino-americano para comandar a Igreja de Pedro.
A propósito, há
cinqüenta anos atrás, o Papa João XXIII já havia manifestado essa mesma
inquietude com relação à estagnação da Igreja frente à evolução do mundo. João
XXIII entendia que a Igreja nos últimos séculos, teria ficado fechada dentro de
si, não acompanhando o desenvolvimento do mundo, e essa foi uma das razões que
o levou a convocar o Concílio Vaticano II cujo propósito foi o de discutir de
forma ampla e fraterna todos os temas que afloravam no seio da sociedade
daquela época, acreditando que esse sínodo poderia tirar a Igreja do seu
isolamento. E realmente, o Papa tinha razão!
Aliás, malgrado ter esvaziado alguns princípios do Concílio Vaticano II, o Papa João Paulo II, reconheceu em 1995, a importância desse Sínodo, afirmando que "...graças ao sopro do Espírito Santo o Concílio lançou as bases de uma nova primavera da Igreja. Ele marcou a ruptura com o passado, mas soube valorizar o patrimônio da tradição eclesial, para orientar os fiéis aos desafios da nossa época..."
A precisão das
palavras do Santo Papa João Paulo II sobre o Concílio Vaticano II são
estimuladoras e inspiradoras para se começar uma profunda Reforma burocrática,
administrativa e doutrinária nessa Igreja que se encontra isolada, angustiada e
em profunda crise. E o momento é auspicioso para tal enfrentamento, pois, temos
um Papa que claramente fez a opção pelos pobres, um Pastor que tem o vigor dos
Jesuítas e o amplo apoio dos católicos e de todos os Cristãos do mundo. Por
tudo isso somos convidados a acreditar que o Papa Francisco vai sim, realizar
as Reformas que a Igreja de Pedro clama e necessita.
A propósito, vale
destacar as sábias palavras do brilhante Teólogo, Leonardo Boff sobre a
indicação do Cardeal Jorge Mario Bergoglio: “...Este é o Papa de que a Igreja
precisava. Isto fica claro na escolha do seu nome: trata-se de um jesuíta com
alma franciscana. O nome Francisco [é por si só uma encíclica, como bem
assinala Dom Cláudio Hummes]. O novo Papa nasce com a inspiração franciscana de
simplicidade, ética, solidariedade com os pobres, amor à natureza e liberdade
de criação...O centro não é a Igreja, mas a humanidade. Certamente não será um
Papa doutrinador, mas um Pastor... Importa que o Papa Francisco seja um João
XXIII dos novos tempos, um “Papa buono”, como já o mostrou. Só assim poderá
resgatar a credibilidade perdida e ser um luzeiro de
espiritualidade e de esperança para todos".
Realmente
os católicos e os cristãos do mundo inteiro estão depositando grandes
esperanças no Papa Francisco, e as expectativas são alvissareiras, afinal,
somente um Pastor “com o vigor dos Jesuítas e com a ternura dos Franciscanos” é
capaz de desencadear a tão esperada nova primavera na Igreja Católica. Paz e
Bem!
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