quinta-feira, 29 de novembro de 2012

FATOR PREVIDENCIÁRIO: UMA TRAIÇÃO AOS TRABALHADORES

“O Fator Previdenciário é um câncer que precisa ser extirpado”. Deputado Marco Maia (PT/RS)






É de conhecimento público que as políticas neoliberais adotadas pelo governo FHC foram nefastas para os trabalhadores e para o conjunto da sociedade brasileira. Uma das políticas que atingiram de forma covarde os trabalhadores foi à criação, em 1999, do Fator Previdenciário.
                                              
Legalmente, esse Fator é aplicado aos benefícios previdenciários levando em conta o tempo de contribuição, a idade do segurado e a expectativa de vida.
                                              
Segundo os “demotucanos” o Fator Previdenciário foi criado para desestimular as aposentadorias precoces. Pura balela! Na verdade esse Fator veio para penalizar o trabalhador subtraindo até 40% do valor do seu benefício. Uma crueldade sem tamanho!

Politicamente, o Fator Previdenciário nada mais é do que parte do pacote de políticas neoliberais impostas pelo FMI ao governo FHC, cujo objetivo foi reduzir as contas públicas e abrir a Previdência Social para o capital especulativo com o ingresso maciço de bancos e seguradoras na venda de planos de previdência, que na verdade, são títulos de investimento no mercado da especulação financeira.

E foi exatamente contra esses prejuízos aos trabalhadores e a dilapidação do nosso patrimônio previdenciário que as Centrais Sindicais, o PT e outros movimentos sociais se mobilizaram na época. E passados 13 anos, essa  luta continua. Agora o objetivo é pressionar o Congresso Nacional para aprovar o Projeto de Lei do Senador Paulo Paim (PT/RS) propondo o fim do Fator.

O referido Projeto já foi aprovado pelo Senado, aguardando a votação pela Câmara dos Deputados. E é aqui que entra a controvérsia, para não dizer à traição que se avizinha pelas mãos do próprio PT e dos aliados do governo, pois, o Projeto pode ser retirado de pauta e ser apreciado somente em 2013. Para justificar tal atitude o governo levanta falsos argumentos, como por exemplo, a necessidade de se refazer os cálculos para saber o grau de comprometimento das contas da Previdência e o déficit que acarretará com o fim do Fator Previdenciário. Outra balela!

Aliás, desconstruindo esse argumento, o Senador Paulo Paim(PT/RS) esclarece:"...É uma bobagem sem precedentes. Quem pega o fator é só o assalariado, só o regime geral de previdência, cujo superávit é de R$ 15 bilhões por ano. Com o fim do fator, haverá uma gasto de R$ 2 bilhões por ano, deixando, portanto, uma sobra de R$ 13 bilhões. Além disso, o governo ainda vai escapar da desaposentadoria ao longo da caminhada. Hoje, o trabalhador está aposentado e continua trabalhando e, lá na frente, pede a desaposentadoria para se aposentar com salário integral".                                                 

Mas malgrado a intransigência do governo, parece que nem tudo está perdido. Há na Câmara dos Deputados um Projeto Substitutivo que nos afigura consensual. Ele prevê o fim do Fator Previdenciário, mas cria um novo modelo para calcular a aposentadoria, trata-se da "fórmula 85/95". Essa nova proposta cria um sistema flexível de cálculo baseado na idade e tempo de contribuição. Assim, para que o empregado possa aposentar-se teria que somar 95 “pontos”. Essa pontuação é conseguida com a soma da idade mais o tempo de contribuição. Por exemplo: um empregado com 55 anos de idade necessitaria de 40 anos de contribuição para aposentar-se. O mesmo cálculo é adotado para as mulheres, porém, para elas são necessários apenas 85 pontos. Nesse substitutivo, é adotado também, um novo cálculo no qual há uma grande chance de que o valor do benefício cresça e não cause tantos prejuízos ao trabalhador como o Fator Previdenciário, e ao mesmo tempo, preserva as contas da previdência social.

Sobre essa “novela” chamada Fator Previdenciário e a nova proposta, as Centrais Sindicais divulgaram a seguinte Nota:“...Queremos lembrar que a discussão e negociação sobre o fator previdenciário se arrasta desde meados de 2007. E apesar de termos proposto diversas alternativas para solucionar os impasses surgidos e chegado ao acordo da fórmula 85/95, o governo vem sistematicamente bloqueando a votação dessa matéria no âmbito da Câmara Federal”.

Diante de todo esse impasse, o que se espera é que o governo trabalhista da Presidenta Dilma não cometa a mesma trairagem cometida pelo PSDB, pois, a extinção do Fator Previdenciário é medida de justiça social, e o PT tem compromissos inalienáveis e históricos com a defesa da classe trabalhadora. Com a palavra a Presidenta Dilma!

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