quarta-feira, 31 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
SIP REÚNE O BARONATO DA GRANDE MÍDIA
"O resto do mundo é mero aprendiz do Brasil em matéria
de concentração da propriedade da mídia".
A
SIP foi criada em 1943, e está sediada em Miami nos EUA. Essa entidade se
identifica como uma organização que se dedica a defender a liberdade de
expressão e de imprensa em todas as Américas. Porém, é bom lembrar que a SIP,
como bem afirma Leandro Fortes, “foi transformada [na época da guerra
fria], em braço funcional da CIA e do Departamento de Estado dos EUA para dar
suporte aos movimentos golpistas bancados pelos ianques na América Latina”.
Portanto, só por esse fato a entidade já nos afigura como suspeita para falar
em democracia.
Mas de
qualquer maneira, o luxuoso evento do baronato da mídia aconteceu, e só não
ganhou mais destaque junto às elites, por um fato: a ausência da Presidenta
Dilma. Contudo, esse episódio, serviu para libertar os barões da mídia para
intensificarem os falsos discursos sobre os perigos que pairam em relação ao
cerceamento à liberdade de imprensa no Brasil.
Nesse
contexto Milton Coleman, presidente da SIP e do The Washington Post, disse que
acredita que o Brasil ocupa melhor posição em termos de garantia da liberdade
de expressão do que muitos países do continente. No entanto, utilizando-se de
uma conhecida arma midiática, a conjunção adversativa “MAS”, o jornalista
emendou: “Mas ainda não sabemos os rumos do país quando vemos o governo federal
silenciar sobre violações da liberdade de imprensa cometidas por outros países
na região”.
Evidente que o Presidente da SIP se referia à Lei dos Meios da Argentina,
que ao contrário do que alegam, essa lei, conforme citada no sitio da Carta
Maior, “define a radiodifusão como atividade a serviço do direito à
informação e não um simples negócio, portanto, imiscível com a natureza do
monopólio que aborta a pluralidade e o discernimento crítico daí decorrente”.
Contudo,
os barões da mídia esconderam da opinião pública, como é típico deles,
que a “ONU avaliou como modelar a legislação argentina. Inclusive, Frank La Rue , relator especial das
Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e de Expressão, disse que a lei
merece elogios, tanto, que pretende divulgá-la como uma referência para o fortalecimento da democracia e da diversidade da informação em outros países".
Já pelo
lado brasileiro, destacamos a fala da ex-presidente da Associação Nacional de
Jornais, Judith Brito, que com o mesmo tom ameaçador e contrário a qualquer
marco regulatório dos meios de comunicação, disse: “Algumas coisas são
inegociáveis. E não há democracia sem imprensa livre. Estamos vendo isso no
Brasil na questão do mensalão. Foi a mídia impressa que fez as investigações
que estão mudando a cara do país....Nós mudamos o fluxo da história”.
Realmente,
quase que se mudou o caminho da história, pois, a mídia esperava que o cronometrado
Processo do “mensalão” fosse a bomba relógio que explodiria sobre o PT nessas
eleições, porém, pelos primeiros resultados, o barulho dessa bomba não
passou de um traque, conforme escreveu Altamiro Borges, e o “fluxo da história”,
conforme se vê, continua no mesmo caminho traçado pelo povo brasileiro, a
partir de 2002.
Por fim, e afora os velhos chavões que emolduraram os discursos, o
que restou claro dessa assembleia, conforme escreveu o jornalista Leandro
Fortes, foi o medo que os barões da mídia demonstraram “do admirável mundo novo
aberto pela internet” e o pavor que eles sentem com politização e a
conscientização dos povos latinos sobre a necessidade de se colocar um fim nos
oligopólios da grande mídia.
De resto, vale parabenizar
a Presidenta Dilma por não ter participado da Assembleia da SIP. Esperamos que
esse emblemático gesto seja o ponta pé para se reiniciar as discussões sobre
uma Ley de Medios que levará a
regulamentação desse setor e, por conseguinte, a democratização dos meios de
comunicação no Brasil.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Mídia & Política reproduz o excelente texto de Wanderley Guilherme dos Santos:
Wanderley Guilherme dos Santos
"Diante de um Legislativo pusilânime, Odoricos Paraguassú sem voto revelam em dialeto de péssimo gosto e falsa cultura a raiva com que se vingam, intérpretes dos que pensam como eles, das sucessivas derrotas democráticas e do sucesso inaugural dos governos enraizados nas populações pobres ou solidárias destes. Usando de dogmática impune, celebram a recém descoberta da integridade de notório negocista, confesso sequestrador de recursos destinados a seu partido, avaliam as coalizões eleitorais ou parlamentares como operações de Fernandinhos Beira-mar, assemelhadas às de outros traficantes e assassinos e suas quadrilhas.
Os quase quarenta milhões de brasileiros arrancados à miséria são, segundo estes analfabetos funcionais em doutrina democrática, filhos da podridão, rebentos do submundo contaminado pelo vírus da tolerância doutrinária e pela insolência de submeter interesses partidariamente sectários ao serviço maior do bem público. Bastardos igualmente os universitários do Pró-Uni, aqueles que pela primeira vez se beneficiaram com os serviços de saúde, as mulheres ora começando a ser abrigadas por instituições de governo para proteção eficaz, os desvalidos que passaram a receber, ademais do retórico manual de pescaria, o anzol, a vara e a isca. Excomungados os que conheceram luz elétrica pela primeira vez, os empregados e empregadas que aceitaram colocações dignas no mercado formal de trabalho, com carteira assinada e previdência social assegurada. Estigmatizados aqueles que ascenderam na escala de renda, comparsas na distribuição do butim resultante de políticas negociadas por famigerados proxenetas da pobreza.
Degradados, senão drogados, os vitimados pelas doenças, dependentes das drogas medicinais gratuitas distribuídas por bordéis dissimulados em farmácias populares. Pretexto para usurpação de poder como se eleições fossem, maldigam-se as centenas de conferências locais e regionais de que participaram milhões de brasileiros e de brasileiras para discussão da agenda pública por aqueles de cujos problemas juízes anencéfalos sequer conhecem a existência.
O Legislativo está seriamente ameaçado pelo ressentimento senil da aposentadoria alheia. Em óbvia transgressão de competências, decisões penais lunáticas estupram a lógica, abolem o universo da contingência e fabricam novelas de horror para justificar o abuso de impor formas de organização política, violando o que a Constituição assegura aos que sob ela vivem. Declaram criminosa a decisão constituinte que consagra a liberdade de estruturação partidária. Vingam-se da brilhante estratégia política de José Dirceu, seus companheiros de direção partidária e do presidente Lula da Silva, que rompeu o isolamento ideológico-messiânico do Partido dos Trabalhadores e encetou com sucesso a transformação do partido de aristocracias sindicais em foco de atração de todos os segmentos desafortunados do país.
Licitamente derrotados, os conservadores e reacionários encontraram no Supremo Tribunal Federal o aval da revanche. O intérprete, contudo, como é comum em instituições transtornadas, virou o avesso do avesso, experimentou o prazer de supliciar e detonou as barreiras da conveniência. Ou o Legislativo reage ou representará o papel que sempre coube aos judiciários durante ditaduras: acoelhar-se.
Imprensa independente,
analistas, professores universitários e blogueiros: comuniquem-se com seus
colegas e amigos no Brasil e no exterior, traduzam se necessário e divulguem o
discurso do ministro-presidente Carlos Ayres de Britto sobre a política,
presidencialismo, coalizões e tudo mais que se considerou autorizado a fazer.
Divulguem. Divulguem. Se possível, imprimam e distribuam democráticamente. É a
fama que merece".
Comentário do Blog Mídia & Política sobre o texto do jornalista Wanderley Guilherme dos Santos:
O Texto de Wanderley Guilherme dos Santos é perfeito e retrata de maneira
insofismável o que ocorreu na Ação Penal nº 470 com um julgamento realizado por
um Tribunal Político e de Exceção. Não tenho dúvida de que esse julgamento
entra para história de forma negativa, pois, o censo de Justiça e da aplicação
do Direito foram barganhados por holofotes midiáticos e revanchismo político.
Lamentável....!
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
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