"...Se há crimes contra Administração Pública, tem de ir para cadeia quem os cometeu" (Senado Demóstenes Torres)
Nessas últimas semanas o povo
brasileiro tem acompanhado o grande escândalo político envolvendo o Senador
Demóstenes Torres, “Carlinhos Cachoeira” e sua quadrilha especializada em
assaltar os cofres públicos.
Não
resta dúvida de que esse esquema e o da “Privataria Tucana” lideram o ranking dos dois maiores episódios de corrupção da história do Brasil. Porém, parece que
setores conservadores da sociedade, fingem não reconhecer tal primazia. A
“mídia nativa”, por exemplo, tenta dar contornos diferentes para os dois casos,
e os motivos são óbvios: primeiro pelo fato de haver fortes indícios da
participação da própria imprensa no caso “Carlinhos Cachoeira”, como por
exemplo, o envolvimento da revista “Veja”. E segundo, o gritante medo da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) revelar a intima relação da mídia com
outros cabulosos casos que aconteceram nesses últimos dez anos, tanto que a
própria revista “Veja”, acuada e temerosa, partiu para o ataque e publicou uma
matéria detonando o Presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS) e se
posicionando contrária à instalação da CPMI para apurar o caso do “Carlinhos
Cachoeira/Demóstenes”.
Mas
malgrado esse desatino da “Veja”, o restante da grande mídia está também em
pavorosa e tentando salvar suas peles, e isso vem ocorrendo em conluio com o
Senador Demóstenes Torres. Valendo-se dos vazamentos das informações repassadas
pelo próprio Senador, que agora tem acesso aos autos do processo, a imprensa
tenta se proteger tirando de foco a imagem de Demóstenes e de sua quadrinha. Um
grande exemplo dessa tática são as últimas matérias veiculadas pelo “Jornal
Nacional”, que insistentemente aposta no suposto envolvimento do Governador de
Brasília Agnelo Queiroz (PT) e do Deputado Federal, Protógenes Queiros
(PCdoB/SP), nesse episódio. Outra artimanha midiática, é a tentativa de
pressionar o STF para julgar, o mais rápido possível, o caso do “mensalão”.
Essa manobra tem o seguinte objetivo: apostar na condenação de José Dirceu, o
que o levaria para o mesmo patamar de depravação moral de Demóstenes Torres, ou
na pior das hipóteses, desviar a atenção do povo e ganhar fôlego para uma nova pauta.
Aliás, analisando essas estratégias o sociólogo, Marcos Coimbra, com a costumeira precisão escreveu na revista Carta Capital: “...É preciso embaralhar as culpas do Demóstenes oposicionista com aquelas de políticos governistas. E era óbvio com quais: os acusados pelo “mensalão”. Eles e Demóstenes tinham de ser igualados. Se esse diversionismo fosse bem sucedido, o escândalo terminaria por ser positivo: aumentaria as pressões para que o STF julgasse logo o caso... A oposição partidária avalia que a volta do assunto às manchetes é uma oportunidade para adquirir novo fôlego. O mesmo vale para os veículos da mídia conservadora, que acreditam que assim poderão fazer seu acerto de contas com o “lulopetismo”.
Nesse mesmo sentido, vale destacar
também, parte da Nota distribuída pelo Presidente da Câmara, Marcos Maia
(PT/RS) que de maneira firme rebate a matéria da “Veja” e levanta algumas
dúvidas em relação à postura da revista nesse caso. Diz o Presidente: “...por
que a revista “Veja” é tão crítica em relação à instalação desta CPMI? Por que
a “Veja” ataca esta CPMI? Por que a “Veja”, há duas semanas, não publicou uma
linha sequer sobre as denúncias que envolviam até então somente o senador
Demóstenes Torres, quando todos os demais veículos da imprensa buscavam
desvendar as denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da
imprensa?
Frente a todo esse mar de lama, temos
o dever de cobrar do Poder Judiciário e da CPMI maior celeridade na conclusão
desse caso e uma dura e exemplar punição para os culpados. A regra é não poupar
ninguém, e aqui estão incluídos políticos governistas, de oposição e a própria “mídia
nativa” que vive se escondendo por debaixo da capa da liberdade
de imprensa para cometer seus delitos, desvios de conduta e seu jornalismo
“esgoto”. Chegamos num ponto que não tem mais volta, e como bem afirma o
próprio Senador Demóstenes Torres, “...a resposta não pode ser arquivamento sumário, esquecimento,
desmoralização...Se há crimes contra a Administração Pública, tem de ir para a
cadeia quem os cometeu. Repito: basta! Basta! O Brasil não merece esse
espetáculo. Basta!”. Realmente o “pecado do pregador é muito mais grave
do que o pecado do pecador”.
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