Respeitem Lula!

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A farsa do "Choque de Gestão" de Aécio "Never"

“Veja” abaixo a farsa que foi o famoso “Choque de Gestão” na administração do ex-governador Aécio “Never" (...)

A MAIS TRADICIONAL E IMPORTANTE FACULDADE DE DIREITO DO BRASIL HOMENAGEIA O MINISTRO LEWANDWSKI

"O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski recebeu um “voto de solidariedade” da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) pela “dedicação, independência e imparcialidade” em sua atuação na corte. (...)

NOVA CLASSE "C"

Tendo em vista a importância do tema, reproduzimos post do sitio "Conversa Afiada" que reproduz trecho da entrevista que Renato Meirelles deu a Kennedy Alencar na RedeTV, que trata da impressionante expansão da classe média brasileira. (...)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SERÁ O MINISTRO UM “TRAÍRA”?


"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Cecília Meirels

Certamente o amigo leitor tem conhecimento do grande escândalo político patrocinado pela ONG “Wikileaks”, que divulgou via internet, milhares de documentos confidenciais do governo estadunidense em relação a várias Nações, inclusive ao Brasil.

No caso brasileiro, um dos apontamentos mostra a debochada crítica do embaixador Clifford Sobel sobre a futura Política de defesa das reservas do pré-sal e o desdenho à intenção do Brasil de construir submarinos nucleares. Diz o embaixador: “deixando de lado elefantes brancos politicamente populares como o submarino movido à energia nuclear até que esta Política [defesa] é consistente”.

Em mais um documento, este mais grave, consta que o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, confidenciou ao citado embaixador que a política externa brasileira “tem forte inclinação antinorte-americana”. Continuando, o documento mostra que o Ministro revelou ao mesmo Embaixador que o Presidente da Bolívia – inimigo dos USA - está acometido de uma grave doença. Segundo noticiado esta informação foi uma confidência do Presidente Lula ao Ministro Jobim, ou seja, se verdadeira esta conversa, não temos dúvidas de que o Ministro traiu a confiança do Chefe da Nação.
Um outro caso que coloca sob suspeita o Ministro da Defesa é a sua obstinação para que o governo brasileiro assine um tratado com os USA para instalação de uma base norte-americana em nosso território.

Aliás, com relação a este episódio o grande jornalista Mauro Santayana escreveu: “Conviria ao ministro Nelson Jobim poupar-se de outro escolho biográfico – ele que deles anda bem servido – e explicar sua posição no episódio... Quando se estabelecem acordos de cooperação de defesa militar, pressupõe-se que haja inimigos comuns, a serem eventualmente combatidos. Não sabemos de que inimigos se trata.... Esse Tratado compromete o futuro do país e tem um motivo estratégico maior por parte de Washington, ainda que bem dissimulado e a prazo mais longo: o controle da Amazônia e a reconquista do poder colonial sobre o continente”.

Reconhecendo este e outros “favores”, o embaixador Clifford Sobe, enviou o seguinte telegrama para o governo norte-americano: “Nelson Jobim é um dos mais confiáveis lideres no Brasil”.

Além destes fatos, muitos outros sucederam com o mesmo peso de suspeição contra o Ministro Jobim, que, diga-se de passagem, tem também, fortes ligações com o staff “Tucano”.

É público e notório, por exemplo, que Nelson Jobim não mediu esforços para detonar o “Plano Nacional de Defesa dos Direitos Humanos nº 3” (PNDDH) que dentre outras propostas, criaria a “Comissão da Verdade” incumbida de investigar as atrocidades cometidas pelo Estado durante a ditadura militar e a revisão da Lei de Anistia, tanto, que logo depois do lançamento do PNDDH, o Ministro da Defesa afirmou à “Agência Brasil” que “uma coisa é o direito à memória, outra é revanchismo e, para o revanchismo, não contem comigo".

Com relação a este tema, o corajoso jornalista Marco Aurélio Carone, escreveu:“....Fontes ligadas às Forças Armadas desde o final de novembro de 2009 informavam que o ministro Nelson Jobim estava apenas esperando a apresentação do 3º PNDDH para lançar a “suspeita”, contra a ministra Dilma, de que sua candidatura e possível eleição seria o instrumento para o revanchismo contra os militares”.

Comentando também o comportamento do Ministro, vale reproduzir parte do artigo escrito pela brilhante jornalista Maria Inês Nassif, publicado no jornal “O Valor”:... “O vazamento de documentos relativos ao ministro Nelson Jobim, pelo Wikileaks, trouxe à luz provas de que as forças militares continuam um capítulo à parte na história da democracia brasileira - e isso, mesmo quando o seu chefe é civil. Um ministro da Defesa que foi mantido e se fortaleceu nas brigas que comprou dentro do governo, com colegas mais comprometidos com visões não-conservadoras sobre os Direitos Humanos e sobre a forma de lidar com o passado autoritário do país, expôs suas divergências com o Governo....”

Outro caso envolvendo o Ministro Jobim, e que até hoje não foi explicado, é a farsa do grampo telefônico no gabinete do ex-presidente do STF Gilmar Mendes (aquele que concedeu dois hábeas corpus para banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas). Segundo reportagem da revista “Carta Capital”, “a mídia encampou esta farsa do grampo sem áudio, que serviu para afastar da ABIN o Delegado Paulo Lacerda, com o auxílio luxuoso do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, autor de uma falsa denúncia sobre existência de equipamentos secretos de escuta telefônica que teriam sido adquiridos pela Abin”.

Diante de tudo, confirma-se à histórica soberba estadunidense, e a postura suspeita e nada ética do Ministro Nelson Jobim em relação ao Governo brasileiro, fatos que por si só, demonstram que mantê-lo no Ministério é no mínimo uma grande insensatez. Assim, e frente a tantos indícios de “deslealdade”, uma pergunta fica no ar: seráÁo Ministro um traíra?

A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL TEM NOME E SOBRENOME


“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.
(Cecília Meireles)
É quase unânime entre os brasileiros, que os vinte e um anos de “ditadura militar” foi um dos mais tristes capítulos da nossa história. Aliás, para que o leitor tenha dimensão do que foi esta barbárie, aconselhamos à leitura do livro “Brasil Nunca Mais”, de autoria do corajoso Arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns.

O golpe militar de 1964, apoiado por parte da grande mídia, fato que se pode comprovar com a leitura da obra "Cães de Guarda" da escritora e historiadora Beatriz Kushnir, foi deflagrado após forte pressão de militares e das elites agrárias e industriais que não aceitavam as Políticas sociais e nacionalistas que o Governo Democrático e Popular de João Goulart tentava implementar no País.

Implantado o regime de exceção e baixado em 1968 o Ato Institucional nº 5 (AI5), que recrudesceu ainda mais o regime militar, teve inicio um forte movimento popular na luta contra a ditadura militar. Aqui nascem os movimentos clandestinos, como por exemplo, o Grupo “VAR-Palmares” do qual participou Dilma Rousseff.

Como afirmamos, o período da ditadura militar contou com o apoio de boa parte da mídia da época. Um exemplo foi o jornal “Folha de São Paulo” (FSP). Segundo o jornalista Paulo Henrique Amorim o senhor Otávio Frias “apoiou o golpe militar de 1964. Nesse período, a Folha de São Paulo serviu de voz e pernas para os ditadores que se sucederiam no poder ao exaltá-los e ao transportar para eles seus presos políticos até os centros de tortura do regime”.

Aliás, corroborando esta asserção de Paulo Henrique Amorim, vale transcrever um trecho do Editorial publicado na FSP do dia 22.09.1971, no qual Otávio Frias enaltecia o tirano General Emílio Garrastazu Médici e seu Governo (1969/1974) considerado o mais violento e repressivo da história da ditadura. Diz o Editorial:...”Nunca houve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social-realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. [...] Um país, enfim, de onde a subversão que se alimenta do ódio e cultiva a violência – está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma imprensa que os remanescentes do terror querem golpear”.

Neste último dia 20 de novembro, mantendo sua “coerência” ideológica e preconceituosa contra a democracia e os Governos Democráticos e Populares, a “Folha de São Paulo”, que nos oito anos do Governo Lula e durante as eleições fez uma covarde oposição, destampou a seguinte manchete: “Dilma tinha código de acesso a arsenal usado por guerrilha”. Nesta extemporânea matéria, ancorada no entulho ditatorial, a Folha, como bem assinala Eduardo Guimarães, se prestou a “resgatar em arquivos dos órgãos de repressão da ditadura militar as desculpas usadas por esta para prender e torturar Dilma Vânia Rousseff, a presidente eleita do Brasil”.

Comentando esta matéria dos jornais, José Augusto Aguiar Duarte, adverte: “A má-fé dos jornais não está em publicar o conteúdo dos autos do STM, que pertencem à história, e podem ser estudados, para evitar novas tiranias. A má-fé está em confundir o leitor, principalmente àquele que não conhece o contexto da época, querendo atribuir caráter criminoso em ações de combate, de insurgência contra a tirania, de guerra de guerrilha, da mesma forma que a Coroa Portuguesa atribuiu como criminosa a insurgência política de Tiradentes”.

Estas maquiavélicas reportagens são o prenúncio de uma feroz oposição que Dilma Rousseff enfrentará, e ao mesmo tempo, uma abjeta tentativa de justificar sua prisão e tortura durante a ditadura. No entanto, como bem assinala Paulo Henrique Amorim, “Dilma atravessou a ponte e ajudou a construir a democracia...E o mais fascinante de tudo: Dilma depôs as armas (ou o código, como prefere a Folha) e ganhou o jogo mais importante da democracia: se tornou Presidente da República pelo voto direto e popular”.

Por fim, concluímos que não há imprensa e ninguém capaz de subverter a verdade sobre as barbáries cometidas pelo Estado, durante a ditadura militar. Por isso, temos que valorizar muito a nossa liberdade e a redemocratização do País, que verdadeiramente, tem nome e sobrenome: Dilma Rousseff, Luis Inácio Lula da Silva, Carlos Marighella, Carlos Lamarca, Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho..... e os mais de cem heróis desaparecidos dos porões da repressão. Viva a liberdade..Viva a Democracia!

ENEM: O ACESSO DEMOCRÁTICO ÀS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO PAÍS


“O ENEM é a banda larga para o pobre pobre chegar a faculdade”.
(Fernando Haddad)
O “Exame Nacional do Ensino Médio” - ENEM teve sua primeira edição em 1998. Este exame foi criado como ferramenta para avaliar a qualidade geral do ensino médio.
Em 2004, o Governo Lula modificou e popularizou este exame com a criação do “Programa Universidade para Todos - ProUni”, e hoje o ENEM é utilizado entre outras coisas, como exame para o acesso ao Ensino Superior em Universidades Públicas. Neste ano, comprovando o sucesso do sistema, o MEC registrou a fantástica marca de 4,6 milhões inscrições. É a maior prova do gênero do mundo.

Segundo o Ministro da Educação Fernando Haddad, “é imprescindível que o Brasil supere um dos maiores traços idiossincráticos do nosso País, que é o vestibular como única porta de entrada para a universidade. Alguém precisava enfrentar esse bicho. O novo ENEM tem este compromisso, pois o vestibular tradicional desfavorece o candidato que não tem, por exemplo, condições financeiras de se locomover pelo território nacional. O aluno pode fazer a prova em qualquer uma das 1.600 cidades e se qualificar para estudar em qualquer faculdade do país”.

Este novo modelo de ingresso nas Universidades Públicas do Brasil, tem como parâmetro os sistemas adotados pelo USA conhecido como “The SAT Practice Booklet” (SAT) e dos Países membros da “Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico” (OCDE) que utilizam um teste denominado “Programme for International Student Assessment” (PISA).

Outro ponto positivo do ENEM é com relação à elaboração de suas provas que utiliza o método da “Teoria de Resposta ao Item” (TRI). Este procedimento consiste em perguntas diferentes com idêntico grau de dificuldade. O método é capaz de analisar as questões que o estudante respondeu corretamente e dar um peso específico para cada acerto. Este método, segundo o INEP, “objetiva evitar que o candidato consiga se valer do fator sorte na hora de responder as questões. Assim, reforça-se a cultura de que o importante é uma boa preparação para a prova, uma leitura calma e concentrada das questões e uma reflexão consistente na hora de respondê-las, além do que, permite que a prova seja aplicada, caso necessário, em dias diferentes com o mesmo grau de dificuldade e preservando a isonomia entre os candidatos”.

Porém, por se tratar de um processo complexo, o ENEM de 2010 apresentou um pequeno problema com relação à impressão de um lote de provas. Em um universo de 10 milhões de provas, houve problemas com apenas 10% de um lote de 20 mil provas, ou seja, apenas duas mil provas apresentaram falhas, fato que devido á adoção do método TRI, estas poucas provas podem ser aplicadas novamente sem quaisquer prejuízos aos demais alunos.

No entanto, e mesmo diante deste irrisório problema criou-se uma enorme celeuma sobre o exame, tanto, que uma Juíza Federal do Ceará, de maneira açodada, concedeu liminar para anular todo o ENEM. Contudo, esta primeira cautelar, após Recurso impetrado pelo MEC, foi cassada pelo TRF da 5º Região.

Diante deste problema e frente a liminar concedida pela citada Juíza, e mesmo antes do desfecho do caso, a “mídia nativa”, movida por interesses da educação privada e das elites preconceituosas do País, não perdeu tempo e iniciou mais um ataque contra este exame, procurando desqualificá-lo e enfraquecê-lo perante a opinião pública.

Aliás, neste mesmo sentido o respeitado sociólogo Rudá Ricci assinalou: “O Enem sofre uma ofensiva de interesses por parte do que se podemos chamar de indústria do vestibular. Esta indústria, que tem interesse na manutenção do sistema de vestibular, é composta de cursinhos preparatórios, escolas particulares e docentes encarregados de formular as provas. Há uma disputa de política educacional em curso, e é necessário preservar uma avaliação de caráter nacional, conforme é a proposta do Exame Nacional do Ensino”.

Por sua vez, e comentando o preconceito das elites, o judicioso jornalista Paulo Henrique Amorim escreveu: “Para o aluno, o ENEM traz inúmeras vantagens. Ele pode fazer a prova em qualquer uma das 1.600 cidades e se qualificar para estudar em qualquer faculdade do país. Ele não precisa se deslocar para o local da faculdade. Não precisa se preparar em cursinho para se qualificar em curriculos de vestibulares diferentes. O ensino médio deve ser suficiente para levá-lo a uma faculdade. É mais barato e mais racional: ele compara a média dele com a de seus concorrentes e avalia para onde mais é mais razoável ir.....A batalha do ENEM trava-se no campo do preconceito contra o pobre”.

Diante de tudo, podemos chegar as seguintes conclusões: a primeira, é que realmente o Governo Lula está realizando uma verdadeira revolução na Educação; segundo, verdadeiramente, a elite brasileira não suporta esta ruptura; e terceiro, não obstante os necessários aprimoramentos, já está comprovado que o ENEM, especialmente, sob o ponto de vista pedagógico e social, é um eficaz e democrático instrumento de acesso às Universidades Públicas do País. E como afirma o Ministro Fernando Haddad: “O ENEM é a banda larga para o pobre chegar à faculdade”.

" A VERDADE VENCEU A MENTIRA"


“A verdade é filha do tempo, não da autoridade”. Francis Bacon)

Passada a refrega eleitoral, somos instados a fazer uma breve análise sobre este pleito, que sem dúvidas, foi marcado pelo ódio e por episódios grotescos, sórdidos e até hilários.
Não seria diferente o tom que foi dado a esta eleição com a tática do medo, da calúnia e das aleivosias. A oposição sem discurso consistente e sem Projeto Político, apostava no tudo ou nada para ganhar este pleito. Aliás, esta foi à única saída também, para tentar afastar o caráter plebicitário desta eleição, ou seja, o confronto entre os Governos de FHC/Serra e de Lula/Dilma.

Dentro deste contexto, a oposição iniciou sua campanha de forma inusitada. Primeiro, José Serra tentou apropriar-se da imagem de Lula para enganar o eleitor, mostrando que o Presidente estava ao seu lado, ou ao menos, neutro. Porém, esta primeira mentira não surtiu efeito, ao contrário, foi desmoralizador para o candidato “Tucano”.

Após esta frustrada tentativa, entrou em cena a grande mídia. Inicialmente foram várias denúncias veiculadas contra Dilma, sendo algumas matérias requentadas e outras que não passaram de factóides. Depois veio o apoio à candidata “Verde”, anunciada como a “terceira via”, mas que na verdade, não passou de instrumento para que José Serra chegasse ao segundo turno.

Nesta nova etapa a “mídia nativa” e a oposição tentaram mostrar que o segundo turno seria uma nova eleição, e apostando na experiência de José Serra, especialmente nos debates, sonhavam com uma virada histórica. No entanto, por mais uma vez, equivocaram-se em sua tática, e diante das pesquisas desaforáveis, a oposição resolveu intensificar a sua fúria dando início a uma abjeta campanha que se resumiu em dois pontos: o aborto e a famosa “agressão” sofrida por Serra por uma bolinha de papel.

O circo montado pela Rede Globo com o caso da bolinha de papel jogada na “careca” de Serra foi o tom hilário da campanha, tanto, que virou motivo de chacota na grande rede e na imprensa internacional. Sem dúvidas foi o fato mais grotesco das eleições.
Comentando este caso o jornalista Washington Araújo escreveu: “A idéia da TV Globo era usar todos os recursos de dramaturgia acessíveis. Apenas a emissora líder não contava com o baixo desempenho da protagonista... Com uma bolinha de papel não dá para escrever capítulo muito emocionante, algo que seja digno de novela das nove”.

Já o caso do aborto, dado sua peculiaridade, foi o assunto mais sórdido que Dilma enfrentou. Este tema foi colocado, a princípio, por Mônica Serra durante uma caminhada em Nova Iguaçu, onde ela teria dito que a candidata “é a favor de matar criancinhas”. Este tema foi repercutido de maneira covarde e mentirosa por uma ala conservadora da Igreja Católica, capitaneada pelo Bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, e por fim, endossada pelo Papa Bento XVI e repercutida na mídia, com “ares de Súmula do Santo Ofício”.

Segundo alguns analistas esta posição do Papa, longe de ser religiosa, pode caracterizar uma ingerência de um Líder de um País (Vaticano) na Política brasileira.

Aliás, neste sentido o respeitado e judicioso Teólogo, Leonardo Boff escreveu no sítio da “Carta Maior: “É bom que mantenhamos o espírito crítico face a esta inoportuna intervenção do Papa na política brasileira. Mas o povo mais consciente tem, neste momento, dificuldade em aceitar a autoridade moral de um Papa que durante anos ocultou o crime de pedofilia entre padres e bispos.

Como cristãos escutaremos a voz do Papa, mas neste caso, em que uma eleição está em jogo, devemos recordar que o Estado brasileiro é laico e pluralista. Tanto o Vaticano e o Governo devem respeitar os termos do tratado que foi firmado recentemente onde se respeitam as autonomias e se enfatiza a não intervenção na política interna do pais, seja na do Vaticano seja na do Brasil”.

Mas não obstante toda esta selvageria na campanha eleitoral, um fato extremamente positivo ganhou destaque: o amadurecimento Político do Povo brasileiro que pela primeira vez, confrontou dois Projetos Políticos (FHC e Lula) e “optou” pela candidata que daria seqüência a um Projeto que trouxe incontestáveis avanços para a nossa sociedade.
Aliás, neste sentido o Sociólogo Emir Sader escreveu: “O povo brasileiro decidiu, em meio a fortes pressões do monopólio privado da mídia e de forças obscurantistas, que o pós-Lula terá na presidência do Brasil aquela que Lula escolheu para sucedê-lo, para continuar e aprofundar as transformações que tem feito o Brasil ser um país mais justo, solidário e soberano”.

Por fim, e mesmo diante deste espúrio tom que foi dado às eleições, podemos afirmar que a democracia no Brasil consolidou-se, e as urnas, por mais uma vez, repercutiram a voz e os desejos do povo brasileiro: Outrora “a esperança venceu o medo” e agora, como bem afirma Leonardo Boff, a “verdade venceu a mentira”.